Contar minhas experiências aqui no Blog não é coisa que faço com muita freqüência... Fiz o Blog para divulgar e criticar o cinema negro. Mas a partir do momento que minhas experiências transitam também pelo mundo da sétima arte e me provocam (adoro provocações!) trago elas para este espaço sem nenhum problema.
Bem, participei recentemente, como organizador, de um evento de cinema Queer, como sou professor e gosto de levar meus alunos para um encontro com a diversidade fiz uma das aulas neste festival. Pense nisso: Alunos heterossexuais em uma sala onde seria exibido um filme com temática homossexual, acompanhados de lésbicas, gays e transexuais... Diversidade pura! No começo tudo de bom, apresentações primeiras, aplausos, tudo ocorrendo normalmente. A sessão começou, a película que estava sendo exibida , um capitulo da serie lésbica The L World, burburinhos na platéia, uma cena de sexo aqui, um beijo entre duas mulheres acolá, depois uma conversa sobre lésbicas que querem ter um filho, mais burburinhos na sessão. E o filme acaba. Mais aplausos, mais explicações, há um debate e pronto. Chegamos ao fim com aparente sucesso do evento.
Nos dias seguintes um feed back com os alunos foi feito. O que eles tinham achado, qual a opinião deles e a pergunta principal se eles queriam continuar vindo para as sessões seguintes. A resposta foi certeira: NÃO!
Por que não? Por que a serie era pornográfica? Por que o capitulo era ruim? por que o texto era chulo? Por que? Exemplificando melhor segundo um dos alunos da turma “Aquilo não faz parte do meu mundo!”... Encontrei a resposta. Era um “outro mundo” e este outro mundo ofendia a moral e os ensinamentos que tiveram. Curioso não como um filme (mais precisamente um capitulo de uma série lésbica) com menos de uma hora e meia machucava tanto uma identidade aparentemente tão forte quanto a identidade heterossexual.
O mundo apresentado, que diziam não ter nada haver ao deles, diferia por ser o mundo do outro. Tinha um monte coisas no fundo dessa questão e das falas dos alunos: Primeiro, o mundo homossexual estava aparecendo sem querer ser tolerado ou aceito, estava dizendo EU EXISTO independente de você querer ou não, outro fator é que a série mostra as lésbicas como pessoas normais que lutam para ter dignidade e querem ser felizes como todos nós. Querem mais fatores? As lésbicas da série são iguais em nível de feminilidade as meninas da platéia, ou seja, o mito de que toda lésbica é masculinizada ou mais precisamente ‘diferente de mim’ é testado e apagado. Sendo mais explicito; o diferente, apensar de ser díspar pode não ser tão distante assim. Quando vemos que o outro não se pinta como coitadinho, uma vitima em potencial e que ele(a) vive independente do olhar do dito dominante isto choca. Não existe um algoz temido, mas uma pratica que é combatida diariamente de varias formasse que estas pessoas também vivem desejos, angustias, alegrias que são próprias também do nosso mundo.
Mas o que o mundo lésbico apresentado tem haver com o nosso blog? Sim tem haver! Estou falando de diversidade e falar dela, palavrinha tão simples, é algo extremamente difícil e dolorido, pois prova para você que não é o centro do universo e as praticas que tem em maio a sociedade nem todo mundo compartilha da mesma idéia. E reconhecer os universos distintos da nossa sociedade é um desafio e tanto. Uma receita que para sair no ponto certo precisa de entrega, auto conhecimento, disponibilidade e humildade. E reconhecer também que conceitos formulados como racismo, machismo, heterossexualismo dentre outros são aprendidos e também podem ser problematizados com um bom esforço.
No caso dos meus alunos a resposta inicial foi não. Um bom e sonoro NÃO. Avaliou-se a possibilidade deles não participarem mais do projeto, mas depois com o tempo verificamos que estávamos fazendo cidadania! Não dependia somente do querer ou não. O filme não estava sendo passado por passar somente. Tinha um propósito, haveria debate logo depois. Nem todo mundo gosta de matemática, mas mesmo assim sabemos que ela é imprescindível para a construção de um bom profissional, mesmo que ele quase nunca utilize a matemática como eu que sou da área de historia. Com os alunos era a mesma coisa... Nem todo mundo gostaria de conhecer o outro e se debater retirando a linha tênue que separa brancos e negros, heteros e homos, mulheres e homens etc, mas é preciso conhecer o outro suas angustias e alegrias. E estava fazendo minha parte. E trabalhando contra a homofobia estava trabalhando contra o racismo, o machismo... o seu, o deles e o de toda humanidade...
Bem, participei recentemente, como organizador, de um evento de cinema Queer, como sou professor e gosto de levar meus alunos para um encontro com a diversidade fiz uma das aulas neste festival. Pense nisso: Alunos heterossexuais em uma sala onde seria exibido um filme com temática homossexual, acompanhados de lésbicas, gays e transexuais... Diversidade pura! No começo tudo de bom, apresentações primeiras, aplausos, tudo ocorrendo normalmente. A sessão começou, a película que estava sendo exibida , um capitulo da serie lésbica The L World, burburinhos na platéia, uma cena de sexo aqui, um beijo entre duas mulheres acolá, depois uma conversa sobre lésbicas que querem ter um filho, mais burburinhos na sessão. E o filme acaba. Mais aplausos, mais explicações, há um debate e pronto. Chegamos ao fim com aparente sucesso do evento.
Nos dias seguintes um feed back com os alunos foi feito. O que eles tinham achado, qual a opinião deles e a pergunta principal se eles queriam continuar vindo para as sessões seguintes. A resposta foi certeira: NÃO!
Por que não? Por que a serie era pornográfica? Por que o capitulo era ruim? por que o texto era chulo? Por que? Exemplificando melhor segundo um dos alunos da turma “Aquilo não faz parte do meu mundo!”... Encontrei a resposta. Era um “outro mundo” e este outro mundo ofendia a moral e os ensinamentos que tiveram. Curioso não como um filme (mais precisamente um capitulo de uma série lésbica) com menos de uma hora e meia machucava tanto uma identidade aparentemente tão forte quanto a identidade heterossexual.
O mundo apresentado, que diziam não ter nada haver ao deles, diferia por ser o mundo do outro. Tinha um monte coisas no fundo dessa questão e das falas dos alunos: Primeiro, o mundo homossexual estava aparecendo sem querer ser tolerado ou aceito, estava dizendo EU EXISTO independente de você querer ou não, outro fator é que a série mostra as lésbicas como pessoas normais que lutam para ter dignidade e querem ser felizes como todos nós. Querem mais fatores? As lésbicas da série são iguais em nível de feminilidade as meninas da platéia, ou seja, o mito de que toda lésbica é masculinizada ou mais precisamente ‘diferente de mim’ é testado e apagado. Sendo mais explicito; o diferente, apensar de ser díspar pode não ser tão distante assim. Quando vemos que o outro não se pinta como coitadinho, uma vitima em potencial e que ele(a) vive independente do olhar do dito dominante isto choca. Não existe um algoz temido, mas uma pratica que é combatida diariamente de varias formasse que estas pessoas também vivem desejos, angustias, alegrias que são próprias também do nosso mundo.
Mas o que o mundo lésbico apresentado tem haver com o nosso blog? Sim tem haver! Estou falando de diversidade e falar dela, palavrinha tão simples, é algo extremamente difícil e dolorido, pois prova para você que não é o centro do universo e as praticas que tem em maio a sociedade nem todo mundo compartilha da mesma idéia. E reconhecer os universos distintos da nossa sociedade é um desafio e tanto. Uma receita que para sair no ponto certo precisa de entrega, auto conhecimento, disponibilidade e humildade. E reconhecer também que conceitos formulados como racismo, machismo, heterossexualismo dentre outros são aprendidos e também podem ser problematizados com um bom esforço.
No caso dos meus alunos a resposta inicial foi não. Um bom e sonoro NÃO. Avaliou-se a possibilidade deles não participarem mais do projeto, mas depois com o tempo verificamos que estávamos fazendo cidadania! Não dependia somente do querer ou não. O filme não estava sendo passado por passar somente. Tinha um propósito, haveria debate logo depois. Nem todo mundo gosta de matemática, mas mesmo assim sabemos que ela é imprescindível para a construção de um bom profissional, mesmo que ele quase nunca utilize a matemática como eu que sou da área de historia. Com os alunos era a mesma coisa... Nem todo mundo gostaria de conhecer o outro e se debater retirando a linha tênue que separa brancos e negros, heteros e homos, mulheres e homens etc, mas é preciso conhecer o outro suas angustias e alegrias. E estava fazendo minha parte. E trabalhando contra a homofobia estava trabalhando contra o racismo, o machismo... o seu, o deles e o de toda humanidade...