sexta-feira, 25 de maio de 2012

O MELHOR E O PIOR DE... Will Smith

Na semana de estréia de MIB 3, nada melhor que seu principal astro para esta postagem.


O MELHOR: EU SOU A LENDA. Como carregar um filme inteiro nas costas e praticamente sozinho?... A resposta está no carisma do ator, que o diretor não foi besta e soube aproveitar direito em toda metragem do filme. Will está em ótima forma, extremamente concentrado, bonito e faz aqui o que sabe fazer melhor, salvar o mundo. Este filme está dentro de uma leva de bons filmes que Will vinha fazendo ano após ano. Digo que é dificil a tarefa de escolher o melhor de Smith, pois a maioria dos filmes dele são bons. E ele não é homem somente de atuar não. Produz a carreira dos filhos, vai na contramão com a carreira de cantor, é produtor de filmes que passa longe como ator e de suas próprias séries de TV. Não é a toa que tem o titulo de un dos maiores atores de Hollywood, um dos mais lucrativos e o mais quisto pelo público. Da-lhe negão!




O PIOR: AS LOUCAS AVENTURAS DE JAMES WEST. Recenemtente até o próprio ator confessou que este é o ponto morto de sua carreira. Feito no primeiro auge de Smith durante a decada de 90, pós o sucesso de OS BAD BOYS e INDEPENDENCE DAY, esta vitamina de banana mal feita, faroeste + ficção cientifica + filme de ação de 5º categoria, foi um fracasso merecido. A unica coisa que se salva no meio de tanta meleira é a trilha sonora do próprio Smith que por ter feito a trilha de Man in Black (muito sucesso obrigado!) se arriscou novamente no gogó nesta produção aqui. Lembro até hoje o acontecimento da apresentação do astro em um premio da MTV. Pena que o filme não chega aos pés da pressão feita na sua epoca de lançamento. Notícia boa? Trata-se de um dos poucos exemplares de Will com trabalho ruim em anos de carreira.


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Desde Que o Samba é Samba de Paulo Lins.


Infelizmente é inevitável não pensar em CIDADE DE DEUS quando se lê este DESDE QUE O SAMBA É SAMBA do renomado/concorrido/super cultuado Paulo Lins. Até o caminho da compra do livro, seu livro antigo que virou filme (um dos maiores sucessos de bilheteria nacional) faz questão de ser lembrado. Na prateleira da livraria olha Cidade de Deus pegando no seu pé das mais diferentes formas: edição antiga, edição de luxo pós sucesso do filme, edição de comemoração de tantos anos de lançamento com textos adicionais de fulano e beltrano...
Aí voce senta a bunda no sofá e começa a ler este novo livro de Paulo Lins. Um dos poucos escritores negros de sucesso aqui no Brasil. Meu objetivo na livraria nem era comprar um livro dele, mas algum livro falando sobre negritude que não fosse de tema sofrido. Se quisesse isso (JESUS!) tinha demais – curioso é o numero de escritores brancos que sabem ver um mundo sombrio dentro da negritude, mas isso é assunto para outra postagem... – mas um livro com personagem negro, protagonista, leve, nossa como é difícil conseguir...
Ate que me veio à cabeça Paulo Lins. E resolvi apostar. O livro dele estava ali, pedindo para ser comprado. Comprei! Acabei devorando ele em pouco mais de uma semana. Resultado? Um livro bom! Um protagnista marcante, humano (defeitos e qualidades que fazem ele se aproximar demais da gente...), um símbolo sexual feminino com certeza reconhecido daqui a muitos anos e mais uma vez fatos históricos maravilhosamente arquitetados junto à ficção.
Por que é um livro bom? Por que o livro começa de forma magistral, mas acaba de forma “qualquer coisa”. Qualquer coisa mesmo!!! Mas vale a leitura e uma boa leitura. O livro não é daqueles que te faz ficar ansioso pela próxima folha, ou adiar seu fechamento, já que te mantém grudado nele... Não. Este te seduz aos poucos, vai revelando o povo, as ruas do Rio de Janeiro, o samba tomando forma, o politicamente incorreto do mundo dos cafetões, a putaria das prostitutas que gostam do perigo, a putaria do povo politicamente correto que diz não fazer, mas não consegue viver sem uma boa sacanagem e a homossexualidade de alguns personagens (históricos ou não), tudo aos pedacinhos. Em um mundo que até a literatura atual mais se parece com textos de um blog curto, fazer escrever literatura que nãos e parece com roteiro de cinema é um desafio.
Desde Que o Samba é Samba fala sobre justamente o mundo do ritimo que transformou o Rio de Janeiro. O samba carioca e seu lugar e personagens de nascimento. Gente famosa e inventada, tudo junto e misturado. Vemos um Brasil, pós abolição, com mudanças históricas revolucionárias. É neste Brasil, mais precisamente no mundo das putas e cafetões, que o samba vai encontrar achego. Também o livro dá lugar merecido ao povo de santo (Ubanda e Candomblé), que em seus centros e terreiros este ritimo cresceu e viveu por muitos anos. Neste cenário Lins dá vida ao triângulo amoroso Brancura, Vladirene e Sodré.
Brancura é um protagonista marcante. Negro, alto, forte, terno muitas vezes impecável, politicamente incorreto, safado, puto, sem vergonha, trabalhador, humano, macho alfa, doido por uma confusão, desafiador dos fundamentos de Exu... Eis um personagem negro incrivelmente RICO! Em todos os sentidos. Só lendo para entender seu desenvolvimento, sua tentativa de sair do mundo da zona e suas justificativas quando descobre que aquele mundo é seu de verdade. Fora que Lins acabou escrevendo uma lenda!
Já Valdirene é um símbolo sexual de proporções gigantescas. Além disso, é uma mulher guerreira, força inigualável, safada como toda mulher puta tem que ser. Sua garra lembrou muito Rita Baiana de O Cortiço. Mas ela é ela rsrs! Escrita como uma mulher que consegue amarrar qualquer tipo de homem. Ela consegue fazer com que um personagem largue as surubas masculinas para ficar no aconchego de sua vagina! Isso é que é mulher! Outra personagem politicamente incorreta no texto de Lins.
O escritor Paulo Lins
O escritor Paulo Lins
Aliás, negros e brancos, putas e beatas, cafetões e funcionários públicos, sambistas e cantores burgueses, ninguém presta realmente neste enredo. O “não presta” significa descarado, que na primeira oportunidade da rasteira em ótario. Os únicos dentro da trama que tem algum respeito é o povo de Santo e olhe lá... Por falar neles, gostei da forma como Lins da voz aos Exus, caboclos, pomba giras  e deixam os Orixás “quietos” nesta trama. Eles fazem a comunicação direta com o humano, são eles que chegam e falam com as pessoas, dão conselhos e guarda a vida.
A homossexualidade está presente e é um capitulo a parte. O personagem Sodré, um descendente de portugueses, um idiota de quinta categoria, que tem um relacionamento pífio com a família, não quer saber de trabalho, vagabundo nato, é um caso a parte. Ele começa a tomar jeito de gente logo quando começa a... comer e dar o cu adoiado pro vizinho e fumar maconha!!!!! Acho que foi o mais louco desenvolvimento de personagem que vi na minha vida. Só neste aspecto da para ver que Desde que o Samba é Samba não é um livro qualquer...
E o vai e vem no tempo que Lins sabe fazer tão bem está aqui neste exemplar também.  Então espere por uma historia com inicio meio e fim bonitinhos, mas como outros inícios meios e fins pelo livro, tudo muito bem explicadinho e gostoso de ler. No final, Desde Que o Samba é Samba é um bom livro, nada de obra prima, pois no final o livro parece que foi apressado, tipo o editor botando pressão por conta do prazo no final de processo e por conta disso, o autor se meteu a escrever qualquer coisa. É uma visão de um leitor que esperava mais de uma trama tão gostosa de ler.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

domingo, 13 de maio de 2012

Gays negros e... enrustidos!...

Zapenado (!!!!!!!) na net, encontrei um blog sobre os afazeres da comunidade negra homossexual norte americana. Traduzindo um pouco dali, decrifando girias de lá, acabo me esbarrando com uma série de 2005 chamada As Crônicas de DL. Ela teve mais de uma temporada e fez bastante barulho na sua época de lançamento, tudo por conta de sua história; sobre homens que por consequência ou opção mantém estilos de vida sexualmente duplos e secretos. Se identificam como héteros, se casam com mulheres até, mas secretamente se envolvem com homens.

Achei de uma genialidade incrivel a idéia. Falar de homosexualidade enrustida não deve ser coisa fácil, mas os produtores resolveram levar a série com este tema polêmico. Aliar isso à negritude? Genialidade dobrada. No You tube tem a série toda (eu acho)! Mas em inglês!!!!!!!

Um amigo acabou postando no face que possuia a série com legendas, mas acabou perdendo... Pois então, versão legendada existe. Quem possuir essa versão por favor/encarecidamente/pelo amor de Deus (!!!) post aqui por comentário. Agradeço e muito a ajuda!

Link para a série em ingles no You Tube:

http://www.youtube.com/watch?v=jL1Q1PMBDEg

terça-feira, 8 de maio de 2012

Para os infernos com o politicamente correto!!!!


Voce já deve ter participado de um fenômeno desses: Assunto vai, assunto vem, do nada surge o tópico preconceito que pula para o capítulo racismo em dois tempos e daqui pra ali, o sujeito que estava falando sobre preconceito abre o bojo e expõe seus conceitos (geralmente contra) sobre o sistema de cotas raciais no Brasil. Pronto! Polemica! Confusão! Gritaria! Argumentos pra lá, conceitos de origem/raça/mestiçagem tudo misturado, a velha noção que no Brasil todo mundo é todo mundo, nosso país na verdade é uma grande vitamina de banana... No final, ninguém chegou a lugar algum que realmente vá mudar a nação, mas em um ponto a conversa com certeza andou: inimizade dos envolvidos
O nervosismo é geral quando se fala de racismo. Uma parte daqueles que estão envolvidos na conversa sempre acham os negros politicamente coretos demais, chatos, complexados, nervosinhos, radicais, doentes. E a outra fica, geralmente, tentando convencer o outro que está certo, ou reconfigurar o outro e tirar o racismo presente nele. Um fator importante presente nessas conversas é quando não se tem argumento contra os argumentos a favor das cotas, começa uma chacota/humilhação dos contextos de quem é a favor. Daí para o nervosismo é um pulo.
E ai me vem a pergunta: Por que o stress?
Aprendi com os anos, que é contraproducente argumentar de forma civilizada com quem se acha o dono da razão. Com que objetivo mesmo? Só para VOCE ficar nervoso, não é mesmo? Os movimentos negros neste país estão cheios de militantes que por conta do politicamente correto, do uso adequado das leis, acabam entrando em embates ideológicos e saem muitas vezes machucados, e estigmatizados como radicais, ruins, nervosinhos, chatos e afastam por conta de um auto controle inexistente a possibilidade de agregar gente ao NOSSO pensamento.
Também aprendi com a arma do outro contra argumentar. Simples assim. Ironia, e chacota, certamente são coisas não ensinadas por mamãe e papai, mas o mundo instrui neste quesito! Então, antes de usarem contra voce que use contra eles. Desenhando para os que não entenderam: o politicamente incorreto faz bem para a pele. Primeiro que a ironia quando objetivada te dá um censo de superioridade, pode até ser passageira, mas é deliciosa!!! Segundo: contra argumentos ditos com sabor de “leve na esportiva” o nervosismo e o racismo pensam duas vezes antes de se manifestar. Voce geralmente nesses casos simplesmente ri, os músculos da face se movimentam e o botox natural é acionado.
Dia esses uma sujeita no ônibus, que eu nunca tinha visto na vida, começa a jogar conversa fora comigo e cai logo no assunto cotas raciais. Ela era contra, negra e dizia a todo momento que não precisou de cotas para entrar na universidade. Emputeci e de forma irônica, falando baixo, calmo joguei o veneno: Voce está fazendo o que para que as cotas acabem? Já que é contra, para voce o sistema é errado. E aí? Faz o que? Só reclama? Só é contra? Só isso? Só?... Ela calou-se. Melhor segundos depois mudou de assunto...
Quando eu deixava meu cabelo crescer e colocava tranças nele, ouvia todo tipo de comentário. Um dia ouvi de uma senhora branca: “Voce lava seu cabelo? Por que Bob Marley não lavava!”. Retruquei: “A senhora conhecia ele? Devia ser intima pra ver Bob não tomando banho...” Depois ela me pediu desculpas pelas besteiras que perguntava. Fui mais venenoso: “Por que as desculpas?” nem ela soube responder o por que. Outro dia estava passando com um colega no Pelourinho, passam duas meninas negras e um homem negro no meio delas. Ele diz: “Olha pra aquilo. Gosto assim, com cara de suburbano, gostoso!” abri meu lindo sorriso e joguei: “Mas ele não é do subúrbio, conheço ele mora na Graça. (cara do sujeito no chão. Sem deixar ele respirar) Por que ele tem cara que mora no subúrbio?”... Vocês não sabem o quanto me diverti nestas e outras ocasiões.
Os brancos no Brasil sabem que são brancos, sabem que a cor da sua pele lhe dá vantagens em uma sociedade racista, mas nunca vão assumir este tipo de coisa. Afinal de contas, o problema é do negro, a questão é negra e não branca... E se eles foram acostumados a rir do nosso cabelo, da nossa cultura, a dizer o que somos o que nao somos, qual é o nosso lugar, o que temos cara e o que não temos. Vou apelar para a ironia, para a chacota. Não tenho mais a idade de ficar no ponto de coitado, de sofredor, tenho o direito de olhar por cima. Às vezes voce chama ate o racista de burro e ele não se dá conta da burrice própria. Como uma conhecida que foi indagada sobre como lavava a suas tranças. Ela: Com shampoo! Outro: Só isso? Ela: Ah!!! E condicionador, né?!... Falava num tom de criança irônica entende? O racista de plantão nem sentiu que estava sendo chamado de idiota.
Repito: o politicamente incorreto faz bem para a pele. Claro que há momentos em que é válido (eu disse VÁLIDO) brigar e gritar. Mas existem momentos que a velha e boa ironia deve ser usada, sem culpas. Para o seu próprio bem. O sorriso que voce vai abrir caro leitor, é negro!!!!!!!!!!!! Rsrsrs. Entenda a frase anterior da forma como quiser...