terça-feira, 30 de novembro de 2010

O PIOR E O MELHOR DE... Shonda Rhimes.


O MELHOR: Grey's Anatomy. Sim, galera, é um dramalhão sem fim esta série médica, mas todo o sucesso que a roteirista Shonda Rhimes conseguiu em torno das várias temporadas é merecido. É realmente bom! Fora o elenco - inter racial - que é um primor. Protagonizado por Ellen Pompeo a série viciou muitos amigos meus e um público gigante e cativo tanto na tv a cabo quanto na aberta. Um outro ponto a favor é que a série é diferente de House e E.R, outros grandes sucessos de "séries médicas" já que o ambiente clínico não é necessariamente a coisa mais importante a ser vista na tela e também os casos médicos não são tão estravagantes assim. Shonda além de roteirista também é produtora da série e prepara um novo drama médico para entrar na tv norte americana em breve chamado Off the Map, a comédia dramática Life After Marriage e um projeto ainda rodeado de segredos que provavelmente se chamará In Crisis.
O PIOR: Sim, o primeiro filme de Britney Spears. Dá pra tecer algum comentário sobre isso?... A história é interessante. Britney se arriscou nos cinemas com uma história que não era puro e simplesmente motivo para ela sair cantando e dançando, mas o resultado no final nao saiu lá essas coisas. O filme não chega a ser ruim, mas bom está longe de ser.

domingo, 28 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

Qual a sua cor eim?

Você se considera o que, pardo ou negro? Essa foi a pergunta que tive que responder quando a recenseadora do IBGE veio aqui em casa para o censo 2010. Pensei um pouco: Será que respondo a ela que não tenho cor de azulejo de cozinha, portanto pardo não sou (caralho!) e dou um belo sermão nela ou respondo simplesmente que sou negro e pronto? Preferi a segunda opção. Sem polemicas, sem caras feias e com ela se despedindo cinco minutos depois.
Essa breve visita acabou me rendendo vários pensamentos. O que será que os brasileiros negros por todo este vasto país responderam em sua maioria? Que tinham cor de folha de papel visita?... Por que apesar de todo o debate racial presente nos últimos anos com ênfase até me muitos meios de comunicação, os avanços dos movimentos negros e da abertura que o governo deu para o tema, cor ainda no Brasil é um desafio epistemológico a ser vencido. Muita gente não se considera negro por um milhão de motivos, muitos brancos também não se consideram brancos por outros motivos mil, tem gente que não gosta das palavras branco/negro e declara que aqui no Brasil não existe isso e ainda tem aquela galera que se coloca no meio de tudo, que não se considera nem uma coisa, nem outra... E a pergunta vem: Eu sou neguinho?...
Até por que ser negro não é uma questão simples no Brasil. Depende de muita coisa. De voce que é sujeito de sua história, mas do outro também que tem percepções de voce. Por exemplo. Eu anos atrás não era negro. Tenho minha pele marrom e anos atrás tinha meu cabelo cortado na maquina zero. Portanto, não era negro e sim considerado moreninho. Era moreninho pra lá, moreninho pra cá, uma cosia que só vendo! Me sentia um eterno bronzeado. Quando dizia que era negro para as pessoas, Jesus!, o Apocalipse acontecia. Até hoje lembro o dia que fui a uma médica e a atendente tinha colocado que era pardo na ficha. Ah que nada! “Minha senhora, conserte isso daqui” disse eu apontando para o lugar na ficha onde estava minha cor de forma errada. “Por que? Voce é pardo meu filho!”, “Não. sou negro! Conserte! Quem sabe de mim sou eu!”, “Voce é pardo sim. Negro é quando a pessoa é da cor de carvão, aquele que nem Pelé que é da cor do asfalto!”, “Olhe aqui sua racistinha de merda...”, não eu não disse isso, mas que eu fiquei com vontade fiquei... Falei um pouco mais alto chamando atenção de todos, peguei o formulário e consertei. Ela não gostou, mas o formulário iria ficar borrado mais ainda, além do silêncio da clinica que estava quebrado. Mas já ouvi coisas pior, do tipo: “Ô meu filho, não faça isso com voce não. Você não é preto nada! Voce é moreninho, vermelhinho, mas preto, assim não pode!” (!) “Voce não é preto. É misturado” (!!) “Voce dizendo que é preto, já esta tendo preconceito com voce mesmo” (!!!). Tem umas coisas que o povo diz que eu realmente não consigo alcançar! E neste país a gente é tanta coisa...
E isso não acontece somente com os negros de pele clara não. Com os chamados retintos também acontece às vezes. Parece que para amenizar o “peso” da palavra negro as pessoas tentam disfarçar. “Aquele moreno lindo!”, já que ele é lindo não pode ser negro, entende? Ou “Quero toda sua baianidade nagô dentro de mim”. Racismo brega é foda! Dentre muitos outros apelidos como, morenaço, vermelhinho cor de formiga, cabo verde, cor de jambo, cor do pecado, cor de burro quando foge, Brown, caboclo, Pelé, amarronzado, marrom, marronzinho, marrom bombom, diamante negro, prestigio, roxo, arroxeado, assim de sua cor, assim da cor dela, misturada etc.
Todo mundo sabe que isso não é um fenômeno atual. Começou muitos anos atrás, Brasil colônia e a separação dos negros escravizados pela ideologia da branquitude formulada pelos senhores de engenho e seus vários métodos de afastamento. Aconteceu aqui, nos EUA também – para mais informações leia REDISCUTINDO A MESTIÇAGEM NO BRASIL do professor Kabengele Munanga (clássico obrigatório!). E repercute no Brasil atual disfarçado na velha desculpa que os negros tem preconceito contra si mesmos, que nós não nos assumimos. Mas por que muitos negros no Brasil nãos e assumem? Por que? Como voce vai se assumir se sua cor é ligada a tudo quanto é coisa ruim, se te apelidam por conta das suas características fenotípicas, quando evidenciam que você não tem dinheiro, pois é preto?!
Tenho alunas que dizem que não são negras, alisam o cabelo e dizem seriamente que aquele cabelo é natural. O curioso é que elas nunca olham na minha cara, pois sabem que aquilo é mentira. Afirmam de pé junto que não são negras, mas não tem coragem de dizer que são brancas, pois sabem – lá no fundo! – que igual a estrelas que vêem na TV elas não são. E isso para o sujeito negro é um back muito forte. A mestiçagem que vemos tantos se orgulharem como característica intrínseca do Brasil foi um projeto muito bem arquitetado para nos diluir enquanto sujeitos de uma só historia. Não somos negros, não somos brancos, não somos indígenas, somo brasileiros. Somos uma grande mistura!!!! O Brasil não é um país, é completamente uma vitamina de banana. Uma coisa afro pop nagô miscigenada lusa, quase um cd de Daniela Mercury, um caruru de tanta coisa junta! Eu eim! O velho embate entre o movimento bi-racial e o mega racial. E haja diluição. Haja moreno, moreninho, sarará, mulato claro, mulato médio, mulato escuro, escurinho, nego, neguinho, pardo, tição... Assim não há identidade negra que agüente!
Estamos em 2010, século novo, mas os costumes antigos estão arraigados como nunca! Quanto mais ganhamos visibilidade mais temos que lutar contra o movimento da invisibilidade e do ostracismo. Ou seja, a cada Lazaro Ramos, Tais Araujo, Cidinha da Silva, Ari Lima, Ângelo Flávio, a cada estudante negro que entra na universidade a cada estudante negro que sai formado das universidades do país, existem mil e uma formas de racismos espalhados para fazer essa galera desaparecer. Quanto mais referencias não temos, ou somos rechaçados, mais nos diluímos. Friso novamente: Somos uma grande mistura!!!! Essa mistura que elege o entre lugar como rei, onde não existem brancos (portanto não existe racismo de fato (?)), não existem negros, pois todo mundo se fundiu um dia, em algum lugar desconhecido e hoje todo mundo é vatapá e acarajé.
Realmente acredito que o Brasil seja um país mexido, algo entre a hipocrisia e a violência, entre a mistura que cega e a problematização que desperta.
ps: a figura que ilustra a postagem trata-se da pintura A REDENÇÃO DE CÃ que retrata os primórdios da miscigenação racial ocorria no Brasil no século 19: uma negra ergue as mãos para o céu em agradecimento a Deus por ter conseguido "branquear" sua prole. O nome da pintura faz referência à Bíblia. Cã, filho mais novo de Noé, fora amaldiçoado pelo pai por ter rido da nudez do ancião, que, durante um porre de vinho, despira-se na frente de sua família. A maldição de Noé contra Cã foi a seguinte: a partir daquele dia, seus descendentes nasceriam com a pele negra e povoariam a região que hoje conhecemos como África. Na pintura os descendentes de Cã encontram a redenção com a mistura branca efetivada no Brasil...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Aperte o Play?????? Comercial TV Máscara Negra - General Eletric

O garoto propaganda tinha que ser negro, é claro, com um produto desses...
Sem comentários!!!!!!!!

Aperte o Play!!!! Comercial VIZIO - Beyoncé vs. Beyoncé

Achei massa!

domingo, 21 de novembro de 2010

20 de Novembro...

20 de novembro... Ontem aconteceu o dia da Consciencia Negra. Salvador fica cercada de caminhadas e outros eventos, que duram o mês inteiro em várias instituições pela capital baiana. Nosso Brasil, condenado por um racismo todo particular, que não evidencia determinados assutyos por serem polemicos em manuntenção de uma boa convivencia hipócrita, tem um dia, seman, mês todo voltado a um "problema" que ele fez questão durante anos de execrar: o negro. Gosto do movimento que atinge Salvador, muita alegria nas caminhadas, mas sei que negritude não é só festa, até por que tem toda uma geração que aprendeu a "ser negro" atráves dos embates do racismo e essa geração luta para que uma nova aprenda a ser negro de verdade atráves do orgulho, pelo entendimento da sua História. A consciencia deve estar atenta o ano inteiro!

sábado, 20 de novembro de 2010

Você já ouviu falar em... INCOGNITO????

Milagres acontecem. Estou eu no shopping, fazendo meu belo programa de "menino comportado!" que sou, entro em uma livraria mega/hiper/super/turbo megastore nova daqui de Salvador e entre um produto e outro encontro um cd de uma tal banda chamada Incognito. Vi todo mundo negão, instigou logo minha curiosidade... Ouvi um tal Tales From The Beach e... ADOREI!!! Muito bom. Ai fazendo pesquisa na net quando cheguei em casa, pois não comprei o cd que era vendido pela bagatela de R$ 72,00, me deu um alívio e ao mesmo tempo angústia. Eles existem desde 1979, em Londres, são integrantes de um movimento chamado Acid Jazz e seu primeiro trabalho foi lançado em 1981. Desde aquels tempos seus remixes são os preferidos de muitos djs da europa. O tal Tales From The Beach que vi na loja trata-se do álbum mais recente do grupo, lançado em 2008.
O grupo tem quatro componentes que geralmente aparecem mais, mas existem outros, a banda no palco é muito grande. Seus principais nomes são o líder da banda, compositor, produtor musical, guitarrista e cantor é Jean-Paul Maunick "Bluey". Outros membros da banda notáveis são os cantores Jocelyn Brown, Carleen Anderson, Tony Momrelle, Imaani, Maysa Leak, Kelli Sae (de Count Basic) e Joy Malcolm. O album mais novo do grupo é simplesmente fantástico e a julgar pelo preço, tenho qque agradecer a Nossa Senhora do Download para conferir o trabalho do grupo por inteiro. Segue abaixo o clip da segunda música do Tales From The Beach. Não epsere pop grudando como chiclete, mas uma boa vertente de música negra distante da obviedade dos astro pop bombardeados pela MTV.



o tal Tales From The Beach... quero de presente de niver, ok? rsrsrs

Um Bom Trabalho!!!

O Blogspot com suas estatísticas, fez um raking das postagens vais vistas aqui do PELÍCULA NEGRA. Como esta lista pode não estar corente com o tempo de vida do blog, já que está de acordo com o tempo do vida do contador (colocado recentemente), resolvi então postar a minha lista dos dez mais. São textos mais velhos, alguns da época em que o blog só falava de cinema negro. Na verdade, já estava com a idéia de fazer uma postagem sobre os textos que o resultado fiquei realmente satisfeito. Mas só agora posto tudo direito. Tem de tudo um pouco. Postagem que deu trabalho (muito!) e por isso ficou boa, texto que me supreendi no final lendo na revisão, meu humor de preto sendo evidenciado contra o racismo cotidiano, pornografia, homossexualidade negra (esse assunto realmente incomoda alguns...), as postagens sobre brnquitude, além de mais... Está tudo abaixo para você ler. Tudo selecionado. É claro que existem postagens não citadas que o povo fala bastante, mas por enquanto publico as que eu fiquei satisfeito com o resultado final. Não se preocupe, outras listas virão...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PELÍCULA NEGRA... CORAÇÃO DE MÃE...

Mais de vinte mil visitas... O blogspot recentemente lançou dentro de suas configurações um link para o responsável pelo blog verificar suas postagens mais vistas. Na pesquisa, para minha surpresa, adivinhe qual é a postagem que rende mais interesse?... O Nome Dele é Bengala... Kid Bengala (!!!). A postagem fala sobre um dos maiores astros do cinema pornô brasileiro e a relação de sua figura como “astro do desejo” e o público. A segunda mais vista também é sobre pornografia (eita povo safado!!!), O Pornô Inter-racial, sobre como o sexo explicito entre negros e brancos é formatado. A terceira e quarta mais vistas são postagens bastante antigas: Meu Deus Existem Negros Gays 1 e 3, como o titulo já adianta, a postagem é sobre homossexualidade negra, mais exatamente envolta ao bum de séries gays que surgiram nos últimos anos. Para fechar o top 5, Rita Batista no Boa Tarde Bahia, fala sobre nada mais que a melhor apresentadora baiana e única negra com real espaço de poder na televisão baiana, viu criatura??!!!!
Me surpreendi bastante com o resultado. Abaixo, o top dez do PELÍCULA NEGRA segundo o blogspot. Claro que é apenas uma amostra, pois as estatísticas só foram lançadas a partir que coloquei o contador. Novamente obrigado pela visita. Clic nos links pra ver as postagens na integra.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

APERTE O PLAY (!!!!!!!!!!!!)/(????????)... As Sublimes - Boneca de Fogo

Pergunto e exclamo ao mesmo tempo, pois não sei o que pensar necessariamente desse clip. Ele é brega é fato e a música também! Mas me traz tantas boas lembranças... Esses clips do Fantástico!!! Ai, ai tanta coisa vivi nesta época... Era meiados da década de noventa, a televisão era bem mais racista que hoje. E quando As Sublimes entravam nos programas de auditório as pessoas se assustavam com três negras entrando para cantar com tanto estilo. Eu gostava bastante. Elas fizeram história e fizeram relativo sucesso. E a música do clip, na época era um chiclete, grudava fácil, fácil. Muita gente cantava! Recordar é viver...

O incomodo do teatro afro centrado 2...

Dias atrás, o FIAC, Festival Internacional de Artes Cênicas, aportou em Salvador em mais uma edição. Em todos os cantos da cidade tinha um exemplar de espetáculo teatral passando, ruas, teatros, até boate foi transformadas em espaço cênico. Grupos de tudo quanto é parte estavam no festival... Mas o tom europeu dava o toque que marcava as apresentações. Olha, eu odeio falar do obvio. Não tinha manifestações pretas no festival. Esperava algo diferente? Não! Até hoje não entendo como um festival internacional não consegue abranger a diversidade dos grupos teatrais... Aliás eu entendo sim e é tudo tão obvio que dá vontade de vomitar. O diretor Ângelo Flavio fez uma performance em protesto a exclusão do negro nestes festivais... Só assim, pra o povo acordar! E como sempre muita gente não gostou. Claro o negro invisível é estimado, mas aquele que grita e faz protesto é consdierado como um mal, algo a ser afastado.
Voltei a fazer teatro tempos atrás. Estou aprendendo, engatinhando, mas é engraçado (na verdade é curioso...) como recebo recados de cautela quase todos os dias quando algumas pessoas sabem que quero/posso/almejo tratar da “questão do negro” no meu trabalho. Ouço cada tipo de coisa. “Você tem que tomar cuidado pra não ficar datado”, “voce tem que tomar cuidado por que pode ficar como complexado”. Eu eim! É um fato: o teatro afro centrado na Bahia incomoda pra caralho!!! Atualmente aconteceu uma explosão de teatro na vertente negra aqui em Salvador e no resto do estado. A gente durante anos não se via, não se enxergava nos pretensos auto intitulados clássicos da literatura universal (!!!), eu ia pro teatro ver Shakespeare, realismo russo, Nelson Rodrigues... Voltava pra casa e tentava me lembrar o nome da peça que acabei de ver...
Não que não existisse teatro afro centrado antes. Existia sim! Mas hoje, existe um novo teatro afro centrado formulado na cidade. Isso é conspícuo. Mas o que tem ele de novo que incomoda tanto? Primeiro: ele é comandado por negros. O corpo negro não está somente no palco, mas também em todos os estágios da peça. A concepção agora é negra!!!! Acabou o apadrinhamento! Graças a Deus! Segundo: os editais. Tem edital voltado exclusivamente pra questão negra. E tem gente que fica puta com isso. É a branquitude perdendo espaço, deixando de ser exclusiva. Mesmo com dificuldades os editais estão ai. Terceiro: atores com consciência do que é ser verdadeiramente negro. Os atores querem ser respeitados, querem se ver no teatro, não desejam ser aceitos. Querem respeito! Outra, eles estão atrás de um teatro que os represente. Claro, fazem todo tipo de coisa, de teatro europeu a musical inspirado na Broadway, mas fazem com consciência. Quarto: o público não engole mais qualquer tipo de baboseira. Tem que ter qualidade, respeito, tem que ser bem feito e ter antes de tudo comprometimento. Tem um monte de gente agora querendo tocar na temática do candomblé, por que acha que lota fácil sala de espetáculo. Não lota assim fácil não, ok? Até por que o povo de santo não é burro! Tem que ser bom! Lembro até hoje da experiência louca que foi ver Vixe Maria, Deus e o Diabo Na Bahia... uma cena passada em um terreiro... que negocio era aquele? Aquilo não era um terreiro, era um brega. Uma colega minha vira pra mim é exclama: “Que porra é essa, Filipe?” e sai da sala e não volta mais. A peça fez o maior sucesso, até por que o humor atinge de formas diferentes pessoas diferentes...
As coisas estão mudando. A gente está ficando muito mais consciente. Sabendo o que quer da vida e escolhendo com muito cuidado. Não precisamos de padrinhos e isso irrita o outro quando esta característica nova se evidencia. Fazemos nossos espetáculos de igual pra igual. E como o liberalismo frustrado está perdendo território sai atirando pra todos os lados. “Ser branco e artista na Bahia ta difícil”, “Agora só tem coisa pra negro”, “Meu perfil não é do espetáculo por que nasci assim, amarela!”... O teatro europeu deixou de ser feito na cidade? Não! E que isso nunca aconteça. Quero teatro de todas as vertentes sendo feitas. Mas existe um incomodo uma insatisfação com esse novo teatro negro, que não pede licença, não baixa a cabeça hora alguma. E aí, como perde espaço evidencia que o problemático é o outro... Cada um se defende como pode e esconde seus defeitos da maneira que acha melhor...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

APERTE O PLAY!!!! Cabelo da Desgraça (Rapaziada da Baixa Fria)

Preste atenção em uma das melhores letras do rap brasileiro. Muito bom! O grupo Rapaziada da Baixa Fria é daqui de Salvador. Eu adoro esta música, ela é direta, não poupa em palavrões, pois os racistas também não economizam em adjetivos pejorativos ao nosso cabelo. Para você que é liberal frustrado deve soar meio radical/revoltante/exagerado. Mas a verdade é que é uma letra forte e de impacto revelador.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

200º POSTAGEM!!!!!!!!!!!!!

O PELÍCULA NEGRA novamente comemora! São duzentas postagens desde 2007. E olha que há seis meses estava comemorando a 100º postagem. O PELICULA segue falando sobre cultura pop aliada a negritude, tudo misturado com muito “bom” humor... O blog tá crescendo, em número de visitas, em números de polemicas, de pessoas que gostam, de gente que me odeia... Nunca pensei que um blog como este iria me fazer pensar tanto!... Confesso que quando fico muito tempo sem escrever dá uma saudade, mas me seguro, afinal de contas tenho um monte de coisas para fazer fora do mundo virtual. Mas o blog para mim significa mais do que simples postagens. É também uma forma de contato com minha cultura. O blog serve pra mim, na verdade, como um diário sobre tudo que estou experimentando sobre o mundo negro. Um lugar que vou, uma peça que assisto, um filme que vejo, a reação dos meus amigos ao ver o mesmo filme que vi, as conversas de bar que alimentam a seção “Crônicas de Um Mundo Negro” que criei recentemente, as novidades, clips que recolho nas minhas viagens pela net. É realmente um diário de bordo! Não publico criticas extremamente embasadas, profundas, não sou Barba Heliodora, nem Rubens Eduard Filho, nem Isabela Boscov, mas posto minha opinião sobre o que vejo sobre os produtos que retratam minha cultura. É tudo tão cheio de gírias e dos meus vícios de linguagem, faço questão de me afastar do jornalismo sério e comprometido, até por que não sou jornalista – sou professor de Historia – e também estou em um blog, perfeito para a informalidade que pretendo passar com as minhas opiniões.
Mais uma vez muito obrigado aqueles que me seguem. Aos que visitam, lêem e ficam caladinhos. Aos que postam comentários. Aos que me odeiam desde o primeiro post, mas não sei por que diabos continuam lendo esse blog, aos que gostam de cultura negra e a devoram criticamente. Aos meus entrevistados, muito obrigado pela forma como me receberam – até hoje lembro minha cara de pau ao convidar Cidinha da Silva para uma entrevista neste humilde blog. E com certeza virão mais entrevistas...
Bem é isso. Estou por aqui, pesquisando, informando, vendo, revendo, criticando. Aos que chegam as portas estão sempre abertas. O PELÍCULA NEGRA continua sua jornada de cabeça erguida.

BENÇA.

Confesso que estava ansioso para ver o mais novo espetáculo do Bando de Teatro Olodum, antes intitulado Respeito aos Mais Velhos e transformado em Bença, cumprimento que os mais jovens – pelo menos aqui na Bahia, não sei em outros lugares – dão (ou davam...) aos mais velhos em sinal de respeito à sua experiência. Confesso também que adoro o segundo nome do espetáculo, em uma só palavra resumir todo o contexto da velhice, sua sabedoria própria e tudo que a envolve. E é com imenso pesar que confesso a minha tristeza ao sair do Teatro Vila Velha neste Sábado (06/11/2010) quando finalmente fui ver Bença e presenciei um espetáculo que posso resumir em uma palavra: chato!
Não sou critico de teatro, disso todo mundo sabe, mas falo do lugar de público, que paga pra ver o espetáculo, que sai de casa e faz uma seleção nos cadernos culturais antes para decidir o que vai assistir, o que vai presenciar. Ou seja, eu sou público e como publico não me senti tocado pela peça. Era já para ter publicado minha visão sobre Bença, mas minhas dúvidas eram tão grandes que fui deixando pra lá, pra lá e só agora me sinto a vontade de falar sobre o assunto.
Tecnicamente o espetáculo é perfeito. Surpreenderia-me se o Bando de Teatro Olodum fizesse algo de sem qualidade. Os figurinos um primor, todos de branco, o cenário uma quase instalação, transcendia em muitos momentos o contexto de cenário que simplesmente está ali para “desenhar” a proposta da peça, a trilha perfeita de Jarbas Bittencourt, tudo muito bom e de muito bom gosto.
Um caso a parte é a tecnologia usada no espetáculo. O que eram aqueles telões espalhados pelo palco? Realmente nunca vi algo tão bonito no teatro baiano. Não sai da minha cabeça – e eu nem quero que saia – a imagem de Makota Valdina com o Black branco mais lindo do mundo, ela imponente, linda, olhando vagamente e divagando com toda sua sabedoria. Me arrepiei várias vezes com suas palavras.
Mas o que tinha tudo para dar certo no palco fica confuso. Fica claro a proposta do grupo e também de sua produção que não vai ser contada uma historinha de contexto aristotélico ali no palco do Teatro Vila Velha. O Bando de Teatro Olodum muitas vezes quebrou esta forma de se contar historias. Estão ali fragmentos, cenas tiradas do cotidiano dos mais velhos, frases soltas, depoimentos de figuras importantes da tradição afro baiana, muita música, muito movimento, além de cenas diferentes passadas ao mesmo tempo para a platéia escolher a sua vontade o que vai dar atenção. Tudo misturado.
E isso muitas vezes – quase sempre pra falar a verdade – fica confuso. E velhice pode ser tudo, menos confusão. Bença se entrega ao mostrar a tecnologia, a beleza e se esquece dos seus personagens principais, os mais velhos. Eles estão ali no texto, nos telões, mas ao mesmo tempo não estão. Os depoimentos de Makota são de uma profundidade incrível e é revoltante como a peça consegue transformar tudo o que ela fala em mais um elemento de cena e não em O elemento. Fora os outros depoentes, a toda hora cortados, dizendo frases de efeito que se perdem, criando eco e não se fixam em lugar algum. Era para ser um achado: misturar a rapidez da tecnologia, mil informações por minuto, com a sabedoria gigante vagarosa dos mais velhos. Não dá certo no palco.
Os atores mais velhos do Bando se entregam melhor aos papéis. Dão mais verdade ao que dizem. E ficam lindos! Outra coisa, no dia que fui ver, os atores pareciam que estavam cansados, fazendo a peça pela 15º vez. Bença é movimento constante e muitas vezes tudo parecia tão desconexo.
No meio disso tudo, tirei meus olhos do palco, dos telões e inventei de colocar minha atenção na platéia. Encontrei gente dormindo, jogada nas cadeiras, olhando para o relógio. E comecei a ficar triste. Era o atestado que não era só eu insatisfeito com tudo aquilo. Quando tudo acabou, perguntei ao senhor do meu lado, se ele tinha gostado. Eu realmente pensei (sem ironia alguma!) que não tinha alcançado o tom do espetáculo, pois tenho 26 anos e ele com seus cabelos brancos e sua pele enrugada compreenderia mais o tempo, as questões do espetáculo melhor que eu. O senhor gostou? Perguntei eu meio sem jeito... Meu filho, algumas coisas... Falou ele olhando para o chão. Eu gostei do cenário, mas tem coisas que não gostei. Disse ele com um sorriso sem graça. Lá fora ouvi coisas do tipo “Eu esperava mais” do publico que saia do teatro.
Claro que estou postando aqui os comentários que ouvi. Também os que concordam com minha opinião. Mas teve gente que gostou. Realmente. Eu saí decepcionado. Principalmente por que no dia anterior assisti a um espetáculo tão singelo, mas divertido, há tempos não voltava para casa com um sorriso no rosto ao ver teatro. Dias de Folia é muito legal e vale à pena. Já este Bença, visto no dia seguinte, me decepcionou. Esperava ver a velhice retratada no máximo de possibilidades que o palco do Teatro Vila Velha permitia. Sua sabedoria, a rabugice, o orgulho de envelhecer e em alguns casos a vergonha de estar envelhecendo, o carinho, as divagações, o trato com os remédios e com as doenças próprias da idade, o desrespeito dos mais novos, a sensação que o fim está mais próximo, a alegria de ainda estar desfrutando da vida, o mau humor, o bom humor típico da idade, a nostalgia, as brincadeiras. Esperava ver o que vejo em minhas tias, meus pais, meu avô... Minto se disser que não vi isto tudo em Bença, mas estava tudo tão superficial, envolto em uma camada de tecnologia muitas vezes desnecessária, que não deixava os mais velhos falarem.
O que me pareceu no fim das contas: Bença é um espetáculo que o novo dá lugar para o mais velho falar. Só que os mais velhos não precisam da juventude... Quando os mais velhos falam o silencio é (e deve ser) absoluto, pois a sua experiência, a sua graça faz com que o corpo jovem se adapte ao seu contexto de tão poderoso que é. Não o contrário!

domingo, 7 de novembro de 2010

For Colored Girls... 3º lugar nas bilheterias.

Para raiva dos criticos de plantão o filme For Colored Girls (elenco ao lado), do diretor Tyler Perry, ficou no terceiro lugar nas bilheterias norte americanas. Com 20 milhoes no caixa Tyler deve estar com um sorriso de um canto a outro. O filme é uma adaptação do musical For Colored Girls Who Have Considered Suicide when the Rainbow is Enuf (algo como "para garotas negras que consideraram o suicídio quando o arco-íris já não basta"), e tem no elenco Janet Jackson, Loretta Devine, Kimberly Elise, Macy Gray e Whoopi Goldberg. O filme está sendo cotadíssimo para o Oscar e o Globo de Ouro 2011 - e por que será que o filme foi lançado agora eim? - e está fazendo o maior burburinho nos EUA. O trailer, já exibido aqui no PELICULA NEGRA é muito bom, fiquei arrepiado com o crescimento que Tyler Perry teve. Quer ficar mais interessado?... A trilha só tem gente de peso: Nina Simone, Anika Noni Rose, Macy Gray e Janet Jackson são alguns dos nomes presentes. É esperar o filme chegar aqui, cruzo os dedos, pois os filmes de Perry são difíceis de chegar ao Brasil nos cinemas, todos chegam em DVD ou assiti por conta da net.

sábado, 6 de novembro de 2010

APERTE O PLAY!!!!!! Marysa, Avec Toi.

Descobri esta diva da zouk music recentemente! Seu cd Sensual de 2009 é maravilhoso e ótimo para quem gosta do ritmo afro-caribenho. Quem acompanha o PELÍCULA NEGRA sabe o quanto eu gosto de zouk. Muito gostoso de dançar e sensual na medida certa. Aqui em Salvador é sucesso em alguns lugares, na verdade "guetos" do ritmo onde a galera africana que mora na cidade vai pra dançar e se divertir muito. O Bar Sankofa é um desses lugares. É lá que o zouk, além de outros ritmos da música negra, tomam conta. Eu "aprendi" a dançar zouk na Paraíba, quando ainda estava na universidade e fui a um congresso de cultura negra em Campina Grande. Lá conheci uma galera de Cabo Verde maravilhosa e as meninas me ensinaram o pouco que sei hoje, afinal de contas só fiquei com elas durante um dia e apesar do zouk ter sonoridade parecida com a lambada, é totalmente diferente do que a gente conhece. Esse pouco tempo foi suficiente para o zouk me conquistar. Uma delicia!!!!!!! Marysa é dona de um swing bem arrastadinho, pra dançar colado, nada tão rapido quanto o Medhy Custos, por exemplo. Ela navega por estilos diferentes como o kompa, zouk, rnb, funaná e canta em várias línguas. Essa coisa de cantar em várias línguas (muitas vezes na mesma música) é própria dos artistas africanos pra que sua música seja entendivel em vários lugares do continente. O cd está disponivel na net em vários sites. Se gosta de zouk não vai se arrepender.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

VOCE JÁ OUVIU FALAR EM...The Immortal World Tour ?

É engraçado que depois de morto todos viram herois. Michael Jackson em vida era considerado um grande desperdício de talento por conta de seu envolvimento em escândalos e também por suas dívidas que não paravam de crescer. Depois que morreu virou o artista mais lucrativo do ano e acho que vai se tornar o de todos os tempos. Sim, acredito que ele venha a passar números de produtos vendidos de ícones como Elvis e Beatles. É tanta coisa que pipoca sobre Michael atualmente que fico impressionado. Surge mais uma pergunta: Será que o público e principalmente a mídia daria tanta ênfase se ele estivesse vivo?...
Agora o mais novo produto é a The Immortal World Tour feita pelo Cirque du Soleil para 2011 com ingressos já sendo vendidos no site da empresa. Espere um espetáculo de proporções gigantescas como tudo que é feito pelo Circo mais famoso do mundo. E pelo trailer teaser parece que vão pegar pesado em equipamento e qualidade artística para honrar o legado de um ícone como Michael Jackson. Não é exagero nenhum dizer que Michael influenciou tanto o mundo do entretenimento que suas referencias chegaram sim ao Cirque du Soleil. Acho que os únicos artistas influenciados, mas que também mecheram com ele foram Prince e Madonna. E ao mesmo tempo em que acho uma maravilha um espetáculo sobre o rei do pop, fico também triste, pois o mundo esperou Michael morrer para respeita-lo totalmente como um revolucionário. Que venha a The Immortal Word Tour homenageando o rei.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ô meu querido, você lava o seu cabelo?

Quem deixou seus cabelos crespos crescerem e acabou em algum momento trançando-os, com certeza já ouviu este tipo de pergunta. Pode ser todo tipo de penteado afro, na verdade, mas o cabelo crespo trançado é o mais sujeito a indagações. Se o (a) sujeito (a) tem um dread a pergunta então é repetida inúmeras vezes. Eu, que tenho o cabelo crespo, trançado de dois, sou toda semana questionado por alguém (geralmente de pele clara) de como lavo, cuido, conservo (?!) o meu cabelo.
Não posso descartar a curiosidade das pessoas. Mas parto do pressuposto de que todo cabelo se lava ou pelo menos se deve lavar independente do sujeito. Nunca fui de chegar a nenhuma pessoa branca e perguntar como o cabelo dela é lavado, ou mesmo de ter a ousadia de perguntar a ela se lava o cabelo. O outro para mim não é um objeto exótico e sim algo comum igual a mim também. Existe, no imaginário da sociedade, que o cabelo crespo é um tipo de mistério, um elo perdido a ser desvendado e revirado de cabeça para baixo.
Vivi situações constrangedoras, não por conta do meu cabelo, mas sim por causa da ignorância das pessoas frente a ele. Por exemplo, no dia em que estava em uma fila de banco e uma senhora começou a conversar comigo sobre a demora do atendimento. Resolvi dar corda a conversa, pois também estava puto da vida com aquilo. Conversa vai, conversa vem, entramos no assunto racismo (nem me lembro o porquê na verdade) e ela colocou em pauta a forma como cuidávamos o cabelo. A conversa começou como geralmente começa este tipo de abordagem, ela dizia “Eu adoro a cultura negra! Por que eu não tenho preconceito, você sabe né? Sou assim amarela, mas tenho uma irmã de consideração negra, da sua cor assim, e minha avó também é negra, descendente de escravos. Eu tenho orgulho!” ai vem o pancadão, ela continuou, “E agora muita gente tá colocando estes penteados. Essas tranças. Eu até gosto. Só não gosto quando não lava né? Fica seboso, uma porqueira”. “Mas senhora, todo mundo lava o cabelo”... Eu ainda dou corda... E ela: “Nada disso. Bob Marley não lavava o cabelo e tem gente que segue os costumes dele até hoje!”
De outra vez estava eu na carona de um colega e do nada vem a pergunta:”Ô Filipe, se lembra de fulana de tal, aquela negona do cabelo rasta?”, eu conserto, “Não é rasta o cabelo dela, é trançado”, “Sim que seja. Como é que ela lava o cabelo dela?”. Em dois segundos o sangue sobe, eu conto até cem e consigo me acalmar para dar uma resposta minimamente educada ao meu colega dono de um racismo nítido. “Você lava o seu?” ele responde que sim com a cabeça, como se dissesse ser obvio. “Como?”, retruco novamente com a cara mais cínica do mundo. “Com xampu, condicionador, muita água”, ele responde não entendendo o bate volta. “É do mesmo jeito que você lava o seu cabelo que ela lava o dela! E por que ela não lavaria?”
Mas tem dias, ah tem dias que eu acordo p da vida! Um mau humor estúpido e furioso. Como ninguém tem nada haver com minha vida, fico calado para não sair trombando nas pessoas. Nestes dias, tem sempre um sujeito que vem falar com você as besteiras mais estapafúrdias. Dia desses, um senhor junto a mim viu passar um homem com o cabelo dread enorme, olhou pra ele com nojo e depois para mim. “Esse povo, Deus é mais, quanta porcaria! Você lava seu cabelo não é?”. Olhei pra ele e da forma mais irônica possível disse: “Não. Eu não lavo há três meses. Todo dia coça pra caralho, mas tô nem aí. Também não penteio essa porra! Quando mofar eu corto. Não gosto de molhar meu cabelo!”. Vi o senhor se afastando de mim um pouco, mais assustado do que com cara de nojo. Ele esperava que sorrisse com sua pergunta, respondesse sua dúvida como algo normal, mas não. Tenho respostas piores na ponta da língua, mas era um senhor bem mais velho, resolvi aliviar.
Mesmo com toda essa explosão de cultura negra presenciada por todos nos últimos anos, o cabelo crespo e seus infinitos penteados ainda provocam medos infindáveis por parte da população. Primeiro trata-se de um cabelo elevado a categoria do “cabelo ruim”, ou “cabelo da desgraça”. Na mente dessas pessoas, acho que fica a questão de como um “cabelo ruim” consegue se transformar em tantos penteados. Segundo, que na maioria das vezes as pessoas brancas (geralmente as que me abordam com tais questões) não conhecem o corpo negro a ponto de achá-lo normal e na primeira oportunidade que tem sentem-se a vontade para perguntar coisas bizarras sobre o outro. Perdem a chance de ficarem calados e não exotizar a pessoa negra que está do seu lado. Quando percebem que o cabelo crespo é lavado da mesma forma que o dele acaba se surpreendendo. Olhos esbugalhados de surpresa é o mais comum nestes casos.
Por que eu não deveria lavar meu cabelo? Meu cabelo atrai poeira? Oh, o seu também, sabia? Por que hoje sou chamado na rua por qualquer um de “rasta man”, “Djavan”, “Bob Marley” como chacota? Ou me olham no ônibus e quando reparam no meu cabelo não sentam ao meu lado? Por que as pessoas se surpreendem quando lavo meu cabelo e ele fica cheiroso? Por que meu cabelo incomoda tanto? Por que todo mundo me pergunta o porque não corto meu cabelo? Por que as pessoas acham que meu cabelo cortado na máquina zero fica muito melhor? E que a maioria dos homens negros também deveria fazer o mesmo? Por que só o branco tem orgulho do cabelo dele. Aliás, nem acho que o branco tenha orgulho, ele acha o cabelo dele normal. Por que nós negros fomos obrigados a transformar nosso cabelo em uma plataforma política? Por que tantos porquês para o cabelo crespo?
Sair do lugar do exótico e passar a normalidade, este é o desafio do cabelo crespo. É um desafio que muitos ainda deverão enfrentar. Mas se você um dia perguntar sobre a provável não lavagem dos cabelos crespos de seu amigo/namorado/colega de trabalho/estranho na rua negro, saiba que ele pode responder de várias formas. Educadamente em um dia de paciência quase absoluta ou dando um merecido coice. Se acha que este tipo de pergunta não é um exemplo claro de racismo, então reformule-se. É racista quem acha a diferença desigual. Ao invés de perguntar ao outro se ele lava o cabelo, ou como ele lava, pergunte... Por que diabos eu estou pensando isso dele (a)? Se ele perguntasse pra mim iria achar o que? Normal? Não seja hipócrita de responder sim, pois existem perguntas obvias que nunca devem ser feitas. Se receber uma resposta enfática e achar radical... Radical é você que não consegue enxergar o outro como espelho, por conta de um cabelo diferente.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

APERTE O PLAY!!!!!!... Another Look at Willow Smith's 'Whip My Hair'

Enquanto segue a polêmica no post abaixo... No mundo dos astros mirins gente como Willow Smith faz a sua primeira apresentação ao vivo. Eu definitivamente não sei o que vi nesta menina, mas gosto dela! Willow tem vibração, energia e algo que toda diva tem que ter e parece que ela já nasceu com isso: dá pra ver que Willow tem um gênio forte. Esta foi a sua primeira apresentação "ao vivo" para um grande público em horário nobre na tv norte americana. Começou nada mais que no Elles Degeneres Show. Também com um pai e empresário como Will Smith queria começar onde? No pragrama de fim de tarde? Nunca! Me supreendi com a apresentação da nova pequena notável que começa com Rihanna e depois desemboca na sua "chiclete" Whip My Hair. Willow estava nervosa isso fica óbvio, olhava muito para o público como se estivesse sendo avaliada, meio com medo, querendo fazer um bom trabalho. Mas tirou de letra para uma primeira apresentação.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

APERTE O PLAY????... Kelly Rowland, Starfloor 2010

Bem... Tinha tudo para dar certo! TUDO MESMO! Mas não deu. A apresentação da cantora Kelly Rowland no Starfloor 2010 tem clima de super produção, figurino de super produção, público megalomaníaco, mas nunca engata. Fiquei impressionado com a estrutura, mas quando Kelly entra, tudo desanda. Decepção total. Falta a Kely em apresentações ao vivo fazer uma coisa que a cantora do post anterior sabe fazer... cantar! E só. Animação do público é consequência de uma boa apresentação do cantor. Repare que Kelly não consegue ter desenvolvimento algum ao vivo. Repare também ela cantando as duas primeiras canções ao vivo - muito mau por sinal - e logo depois canta a última em playback. Devia tá cansada!!! Será que ela aguenta um show inteiro?... Eu não gostei, principalmente por que gosto de Kelly e odeio quando vejo cantor(a) que não consegue segurar as bolas ao vivo. Mas opinião é uma faca de dois gumes. O que é bom pra mim, pode ser ruim para você e assim por diante. Veja o vídeo abaixo e tire suas proprias conclusões.

DVD DE BEYONCE... 30 DE NOVEMBRO.

Eu preciso dizer alguma coisa?...

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR QUE... A MÚSICA THRILLER VAI VIRAR FILME?

Sim. Não é absurdo. É a pura realidade. Uma das maiores músicas, seguidas de um dos considerados melhores clips de todos os tempos vai virar filme. Pelas mãos do diretor Kenny Ortega, diretor do documentario This Is It. A ideia de trnasformar a canção de Michael Jackson em filme ainda está na fase de elaboração/desenvolvimento, mas é certeza que vire filme nos próximos anos. "Me colocaram lá antes que eu tivesse a chance de pensar muito a respeito. O projeto está ainda na fase inicial de desenvolvimento", disse o futuro diretor do longa. Thriller é um dos maiores fenômenos pop do mundo, um marco na carreira de Michael Jackson e completamente um dos primeiros (se não o primeiro) clips a receber tratamento cinematográfico, com história bem demarcada, filmado em pelicula e orçamento de super produção. A pergunta que não quer calar... Vai ser um musical com direito a reconfiguração da clássica coreografia? Será um filme de terror? Ou quem sabe um terrir a lá Sam Raimi... É esperar o futuro e conferir o resultado.