domingo, 30 de maio de 2010

(Aperte o PLAY). Kelis - Acapella

Eis uma definição não oficial de clip: filminho de três minutos ou mais que você não precisa entender para gostar. Seguindo a risca esta definição, o clip da cantora estadunidense Kelis se encaixa direitinho. Sei, sei... A música foi lançada já tem tempo. Mas não poderia deixar isso aqui passar sem dar a devida importancia! Kelis deixou o R&B de lado e agora ataca na dance music, lança seu álbum ao lado de David Guetta e Will.i.Am (entre outros) com apenas nove faixas e faz bonito na sonoridade e no clip da nova faixa Acapella. Cara, que clip é esse?!!!!! Eu não consigo parar de ver. Ou melhor, EU DEFINITIVAMENTE NÃO CONSIGO PARAR DE VER!!! Não vejo um clip de dance music bom desde, sei lá, desde Carolina Marquez e sua The Killer's Song. A negona abusa da maquiagem, dos figurinos, da loucura conceitual. Tudo bem, lembra um pouco um certo clip de uma certa cantora chamada Ultra Naté, mas continua ótimo! Segue abaixo imagens do clip e também você pode ve-lo aqui.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cinema, Arte Além das Telas...

Tenho que confessar uma coisa: Sou daquele tipo de cinéfilo que fica observando os cartazes dispostos no cinema, os próximos lançamentos, fazendo mil espectativas através dos posteres etc. Sempre gostei de apreciar os cartazes de cinema. Depois que inventaram de ter vários cartazes para um só filme (coisa de americano que visa o lucro a todo custo e que sabe muito bem vender seus produtos) foi aí que me paixonei de vez. O cartaz vende o filme, na minha opinião, de uma forma toda especial, tem que resumir a película, atrair o espectador exibindo somente um conceito do filme. Os personagens, o ambiente, cenário, figurino, tudo em um pequeno espaço resumido. Existem cartazes que são verdadeiros clássicos, filmes que quando a gente lembra vem a imagem instantenea do poster.
Acontece isso comigo quando lembro de A Cor Púrpura... Impossivel não lembrar de Celie sentada naquela cadeira lendo as cartas da irmã. Lindo! Recentemente fui tocado pela arte de Preciosa - Um História de Esperaça com a personagem principal estampada no poster e delicadamente vemos asas de borboletas ao seu redor (só vendo o filme para entender completamente a arte do poster) . O poster de A Hora do Show também é impactante. outro que é escandaloso, e que me fez ficar com vontade de ver o filme logo de cara foram os cartazes de HairSpray. Todos chamativos capturando muito bem a loucura cartoon que é aquele musical. Fora outros filmes que não são do cinema negro, mas também adoro a arte.
Mas tem um diretor que o departamento de marketing de suas produções sempre capricha! Sempre viajo nos cartazes de seus filmes. O nome deste cara é Tyler Perry já postei comentarios sobre ele aqui , profissional odiado e também idolatrado no mundo do cinema norte americano.
Deixo aqui a magia da arte exibida nos cartazes dos seus filmes. Muitos são ate de um mesmo filme. A maioria nem estreou por aqui... Suas produções podem ser simplorias etc, afinal de contas ele nao é um Spike Lee, nem nunca teve pretensão de ser, é apenas um bom produtor/diretor de cinema que consegue enxergar seus filmes como algo além do que se vê. Para ver as imagens maiores é so clicar nelas.



segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tenha medo... Muito Medo!!!!!!!!!

Procurando material em quadrinhos na net para dar aula sobre o processo de fim da escravidão negra no Brasil, digitei no google algumas palavras atrás de imagens ligadas ao tema e olha o que aparece... Estremeci, cambaleei, arrepiei todo! Juro! A edição é um "clássico" dos HQ ligados a educação no país e ainda é usada em algumas escolas...
Pelo nome já devemos imaginar o conteúdo... A edição vem também com outras historias ligadas a temática negra... Isabel a Redentora (!!!) é apenas uma das histórias que vem acompanhada de outras quatro: Negrinho do Pastoreiro, José do Patrocinio, Luiz Gama e O Dragão do Mar.
Só falta no final da aula a professora ou professor dar parabéns aos negros da sala por estarem libertos e fazerem uma oracão a santa Isabel pelo seu ato de coragem e heroismo desbravando os preconceitos de toda uma nação...
Tudo isso pela bagatela de R$ 28,00!

sábado, 22 de maio de 2010

Divas e Astros Negros da Eurodance.

No inicio da década de 90 um ritmo invadiu as rádios de todo o mundo, fazendo muito sucesso e colocando jovens de todo o planeta a dançar nas pistas, a Eurodance. Quem tem mais de 25 anos com certeza já foi embalado por fitas cassetes e CDs das Sete Melhores da Jovem Pan, Transamérica ou as incríveis coletâneas da Paradoxx Records. Naquela época artistas como Gala, La Bouche, Dr Alban viraram febre em tudo quanto é canto, de festinha de 15 anos à boate de responsa.

As letras eram extremamente simples, não muito diferente das de hoje – dance music nunca foi sinônimo de música engajada politicamente – falavam basicamente de três coisas: azaração, amor e paz. E só! O som era uma mistura de tecno instrumental, com vocais femininos em destaque e rap com vocais masculinos. Algo pra cima falando geralmente dos Sábados à noite, dos amores de fim de semana, das baladas com amigos, do verão e seus atrativos, do ritmo alucinado da noite, dos corpos sexy, ou seja, era mais ou menos um “Axé” importado da Europa!!!

Mas é curioso notar que um ritmo vindo da Europa que explodiu em todo mundo, tinha nos seus representantes principais cantores negros. Ok, existem negros na Europa, disso todo mundo sabe, existem negros em todo mundo, mas quando se pensa em música com cantores negros reconhecidos internacionalmente o que quase todo mundo pensa é nos EUA e não no “velho continente”. Mas é justamente do velho mundo que os negões da Eurodance chegavam. Lembram-se da dupla do La Bouche? Ou da cantora brasileira/italiana Corona? E do Haddaway com sucesso chiclete What is Love? o negocio foi tão forte que a Eurodance fez escola também nos EUA, ou voce nao se lembra da cantora Ultra Naté, só para citar um exemplo, e seu super hit Free?

Outro ponto é a presença forte do rap na Eurodance. Todo grupo tinha que ter o seu negão surgindo no meio da musica para dar um climão à batida dance, os versos do 2 Brothers On The 4th Floor são clássicos até hoje. Acho que foi a partir daí que comecei a gostar de rap e foi o meu primeiro contato com artistas negros extremamente bem produzidos, lindos, com vozeirões de tirar o fôlego – destaque para La Bouche e Corona. Naquela época presenciar um clip de Be My Lover ou You Wont Forget Me, do La Bouche, ou quem sabe Mr Vain do Culture Beat, por exemplo, era como a aparição de um Oasis em meio a um deserto de música geralmente feita por artistas brancos no Brasil. Eu que sempre gostie de musica dance tive a chance de ter minhas referencias na Eurodance. MTV? Hum só com TV a cabo, internet nem pensar. A informação naqueles tempos era a passos lentos.

Além do rap, a Eurodance tinha também influencias do reggae, do trance e do folk. A batida melosa do hit reggae-dance “Uh la la la” da Alexia - esta também tinha um cantor negro pronto pra fazer rap - não sai da minha cabeça. Ou mesmo quando os negros não apareciam a influencia da música negra era forte. Gente como Ace of Base deve muito do seu sucesso a mistura que fez do reggae com o pop. Todos esses grupos e cantores que citei fizeram muito sucesso e suas turnês viajaram por todo mundo, além dos festivais que invadiam as cidades.

Ate hoje lembro a primeira vez que vi Corona e soube que ela era brasileira no Domingão do Faustão. Ela com aquele cabelo longo trançado, com aquele vozeirão todo, fazendo sucesso na Itália e aqui no Brasil. Todo mundo cantando (em inglês certo ou errado...) o refrão do hit The Rhythm of the Night: “This is the rhythm of the night/ The night/ Oh yeah!/ The rhythm of the night/ This is the rhythm of my life/ My life/ Oh yeah!/ The rhythm of my life. Lembro tudo com sorriso no rosto. Só não gosto de lembrar das fitas cassetes horrendas que quando queria repetir a música tinha que rebobinar (acho que esse verbo nem existe mais) e nem sempre parava no ponto que eu queria. Viva a tecnologia!!!

A Eurodance era boa mesmo para não se levar a sério, sair, dançar, dançar, suar, dançar. No final de 1996 o ritmo começou a ter seu primeiro desgaste perdendo a vez totalmente anos depois, 1998/1999, para outras evoluções da música eletro. Mas ainda sobrevive. Ou você pensa que não ouve Eurodance ou pelo menos artistas que são influenciados por ela? Já ouviu Aqua, Carolina Marquez, Lasgo? Então aquilo é Eurodance pura. E a mais badalada artista pop do momento, Lady Gaga, tem inspirações diretas com os artistas dessa época, quando vi Just Dance pela primeira vez ouvi ecos de dance music da década de 90 por todos os lados.Para o bem ou para o mal a Eurodance “morreu”. Está entre aspas, pois já citei as referencias atuais e também por conta do you tube na net, que geralmente mantém sob o efeito do formol artistas antigos. Então devo corrigir... A Eurodance vive!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

(Aperte o Play) Blue


A postagem sobre Boys band rendeu... Tanto que um leitor do blog, chamado Tiago, acabou mandando o video de uma outra banda formada por garotos bonitinhos que tem um de seus componentes negros, a Blue. Com as palavras do próprio Tiago, "eles também duraram cinco anos". Sim, a banda já se separou, depois de fazer sucesso em toda Europa, Austrália e também Japão, estampados em tudo quanto é tipo de produto, encarnado sucessos melosos e grudentos... O negão que você vai ver no video - apresentação ao vivo - já está fazendo carreira solo. Mas a Banda acabou voltando para uma última turnê, algo bem típico das boy band programar um retorno e depois desaparecer de vez...
Obrigado Tiago pela sugestão. Fica aqui o vídeo, é só clicar no play aguardar e ver.


segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Dia 14!

O diretor Ângelo Flávio é conhecido na cena baiana por duas características fortes: sua excentricidade e seu engajamento político forte. Ângelo com poucos anos de carreira já tem lendas espalhadas pela cidade e que por vezes repercutem tanto a ponto de chegar ao interior do estado. Foi assim que conheci a “fama” do aluno “maldito” da UFBA negro, do curso de direção teatral que estava (naquele tempo) se formando com uma peça revolucionaria em cartaz no Centro Histórico de Salvador. A Casa dos Espectros chegou, fez barulho na cena teatral soteropolitana, calou a boca de muita gente e ainda por cima ganhou reconhecimento da critica especializada (isso em Salvador existe, é?!) e do público, que lotava as apresentações do espetáculo que fala sobre os signos do racismo de forma única. Não vi o espetáculo, mas também nunca vi alguém desmerecendo Flávio e seu grupo, pelo contrario só elogios...

Ouvi muita coisa também do grupo que ele dirige, o CAN – Coletivo Abdias do Nascimento, que tem uma proposta diferencial no teatro, não apenas por ser um grupo de atores negros que resistem, mas o teatro que eles fazem vai além. Ontem, na minha primeira experiência como real espectador com o CAN, presenciei algo impressionante, de tamanha simplicidade, mas com forte impacto. Um espetáculo de proporções gigantescas, que mexeu com meu ser de maneira única. O nome do espetáculo? O Dia 14.

Nunca vi ninguém falar de racismo de uma forma tão bem feita, tão detalhada, enfocando as contradições entre os negros, os brancos, como todos são atingidos. O texto explora cada ponto, deixa provocações, mas ao mesmo tempo informa, ou seja O Dia 14 é dramaturgia negra de primeira categoria. Vi a peça no Espaço Cultural Barroquinha, lugar perfeito para a proposta da peça. Maravilhoso.

O espetáculo fala sobre o que aconteceu depois do dia 13 de maio de 1888, os negros foram libertos, mas e daí? O que aconteceu a partir desta data com a população afro brasileira? Tornou-se sem emprego, ridicularizada, estigmatizada, tida como vadia, segregada em lugares imundos, “vitimizada”, vulgarizada, depois transformaram em vilões da sociedade e outras coisas que só sendo negro para sentir na pele aquilo que o racismo faz questão de mostrar. O espetáculo consegue passear por cada fração de forma primorosa em todos os aspectos. O texto às vezes dá socos no estomago de tão forte e tem referencias claras ao clássico de Toni Morrison, A Bem Amada em uma cena chocante. Para não deixar por menos, o espetáculo me deixou com lagrimas nos olhos duas vezes...

Além do texto, direção e interpretação ótimas, a peça também é um espetáculo para os olhos. Não sei se por que o Espaço Cultural Barroquinha é lindo também ou se a produção aproveitou muito bem os aspectos do local a seu favor. Sobressaem-se na ótima produção a cenografia simples e perfeita (parabéns a Aloísio Antonio e Marcos Costa) a iluminação show, trabalho lindo de Ângelo Flávio, Telma Gualberto e Vinício Nascimento.

A peça, infelizmente foi comprada para somente três dias 13,14 e 15 de maio. Mas segundo o diretor o projeto do grupo é transformá-la em recurso pedagógico para professores e estudantes de Salvador. Para melhorar a questão o espetáculo foi de graça, já que estava sendo patrocinado pela SEMUR – Secretaria Municipal de Reparação. Meu Domingo acabou com chave de ouro, voltei para casa revigorado.

sábado, 15 de maio de 2010

Eu digo ADEUS!!!!!!!!!

Helena - a primeira protagonista negra coadjuvante da tv brasileira no horario nobre se foi... Depois de tanto alarde a personagem vivida por Taís Araújo se despede com saldo menos um. Apagada, submissa, moralista... Não é a toa que o público virou as costas para ela. A Globo adorou, com certeza, afinal de contas, agora pode falar que não é culpa dela...
A interpretacao de Tais também, vamos falar a verdade, não foi lá essas coisas. Foi fácil para a "verdadeira protagonista", Luciana, tomar o lugar no primeiro escalão do folhetim. O texto era melhor (leia-se menos sofrivel...), as situações eram mais desenvolvidas e ela até andava no finalzinho da novela em planos de realidade paralelos... Eu eim!...
Mas agora chega de vibrar com a promessa que nao foi cumprida... A TV Globo volta ao normal, mostrando os verdadeiros donos da tele-dramaturgia nacional... Os italianos! Acho que já são mais de 50.000 novelas com eles...

MOMENTO MARCANTE: Se lembram do tapa que ela levou ano passado em plena semana da Consciencia Negra? Meu queixo até hoje está deslocado por conta daquela cena...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

UMA BLACK DIVA DE RESPONSA!!!


Assistir um show de Valerie O'Rarah é sempre presenciar uma apresentação fora do comum. Criada há seis anos pelo ator transformista Valécio dos Santos, Valerie tornou-se figura mais que querida na comunidade homossexual de Salvador. Em pouco tempo sua personagem tornou-se definitivamente diva. Em entrevista ao Blog Película Negra conversamos sobre a Cena LGBT de Salvador, a arte do Transformismo e claro, o uso da cultura negra em suas apresentações, já que em Valerie isto é um diferencial, um ótimo diferencial...


Como foi que surgiu a Valerie? Como foi o seu processo de criar e desenvolver uma das maiores personagens da cena LGBT soteropolitana atual? Quando nasceu a personagem há seis anos atrás, chamava-se Valentini O’rarah, e nasceu em casa aos domingos com um grupo de amigos que fazíamos reuniões dominicais bem divertidas e em uma dessas surgiu a personagem um tempo depois achava que o nome não era muito sonoro Valentini e substitui para Valerie O’rarah, que hoje segue uma linha afro pop brasileira de personalidade forte.*

2 Além de brilhar nos palcos no circuito LGBT de Salvador, você tem outra profissão? Sim, sou maquiador profissional, trabalho com make social e artística... no trabalho social o comum como noivas, formandos entre outros e artísticas com peças teatros, vt’s e filmes, além de lecionar o oficio a uma ONG chamada Omi-Dudu.*

3 A carreira de ator transformista Salvador tem sofrido um abafamento nos últimos anos. Aqui na cidade, poucos lugares dão espaço para a arte do transformismo, além dos cachês que são muitos baixos. Com toda essa dificuldade o que te move investir em algo tão caro e trabalhoso de se fazer? O PRAZER, todo artista tem seu ego acima de qualquer coisa. Se um artista for pra casa sem o aplauso do seu publico e com um cachê maravilhoso no bolso, ele fica insatisfeito, mas mesmo estando sem dinheiro porém, com o reconhecimento de seus seguidores, seu publico, seus fãs... nossa, é a gloria pra qualquer um artista.*

4 Em São Paulo e no Rio, por exemplo, as drags e atores transformistas estão migrando para o teatro depois que algumas boates se fecharam para seus shows. Aqui em Salvador a peça Loulou Atende também esteve em cartaz no Teatro Gamboa. Você pensa em migrar para os teatros, em exibir seu trabalho em outros lugares? SIM, tanto penso positivo como já fiz alguns trabalhos no teatro... fiz Salto Alto de Diorgenes Costa com a Direção de Guido Velansque, no Meia noite se improvisa ano passado fiz um trecho de Divorciadas, Evangélicas e Vegetarianas com a Direção de Iara Colin, lançamos um show em 2007 Star’s junto com Rainha Loulou e Suzzy D’Costa no teatro Gamboa e para 2010 tenho porjetos em lançar um novo show ligado aos orixás.*

5 Você em suas apresentações, vez por outra, adere à estética afro brasileira e africana. Em muitos shows a Valerie se diferencia das outras artistas por conta disso. Você usa perucas black, interpreta deusas negras do samba, usa roupas que usam características da cultura afro brasileira. Como surgiu o interesse em levar aos palcos a cultura negra através do transformismo?
Como Valécio, observei que a maioria dos transformistas em Salvador tem uma preocupação em ser a mulher branca bonita e se eu fosse fazer o mesmo papel estaria no grupo de mais uma. O engraçado que estamos em Salvador uma cidade negra e que poucos trazem a cultura negra na versão transformismo. Parei, pensei e executei e acho que deu certo! rs *

6 O Brasil é conhecido como país de racismo velado. Os negros geralmente sofrem racismo, mas de uma forma bem diferente das vistas em países como EUA, por exemplo. E para você, artista da cena homossexual em Salvador, existe racismo no meio LGBT? Nunca presenciei uma cena de racismos nos palcos em que pisei.*

7 Quem são as suas referencias artistas que você admira – cantoras, divas, atores transformistas?
Vixi, tenho muitos espelhos... cantoras são: Whitney Houston e Beyoncé (internacional)... Maria Bethania, Alcione, Daniela Mercury e Mariene de Castro (nacional)... Hebe Camargo e todo o seu carinho com o publico e seus convidados sem falar da elegância da mulher e atrz Fernanda Montenegro*

8 O show de transformismo, atualmente, se realiza por meio de uma combinação de técnicas que se dividem em três categorias: a dublagem (ou outra técnica artística possível), a performance e a produção visual. Sem estes três quesitos não há show, ou existem outras técnicas que vão além destes componentes básicos? Sim... o necessário, para uma boa apresentação. Dublagem em cima da letra, desempenho no palco e a produção q encanta os olhos. *

9 O mundo artístico é conhecido por sua concorrência acirrada, muitas vezes até desleal. Acabei visitando sites, blogs de artistas transformistas, drags, artistas travestis de todo Brasil e vi que existe muito bafafá, quem teve o melhor desempenho no palco, quem se apresentou com o pior vestido, muita treta, fuxico etc. Nos bastidores em Salvador também rolam estes burburinhos? Sim, muita critica desnecessária, muita picuinha, fofocas e outros. Cabe a cada um executar seu trabalho e ponto.*

10 Nestes seis anos de carreira você deve ter muitas historias para contar... Pode compartilhar um momento inesquecível e outro que infelizmente insiste em ficar na memória nestes anos nos palcos?
Foram tantos cravados na minha memória, muitos de aceitação popular, as vitorias nos concursos, a emoção das musicas que falam de amor e vc chega na historia de alguém que esta lhe assistindo isso é muito bom e os aplausos que alimenta a alma do artista.*

11 O que alguém que quer se enveredar pelo caminho da arte do transformismo pode dar os primeiros passos aqui em Salvador?
Como toda profissão tem que ter aptidão, e pra alguns só descobrem isso nos palcos, a ajuda de alguém que esta a mais tempo na estrada é um bom começo também e o principal... pra ser artista tem que ser artista!!!



terça-feira, 11 de maio de 2010

E lá vem filme...

Às vezes Hollywood toma jeito, ao menos parece, mas muitas vezes não! Me diz de quem foi a ideia ridicula de refilmar Karate Kid com o filho de Will Smith? Mata esse gênio, por favor! Mas no quesito filmes de ação parece que o novo de Thandie Newton pode ser uma boa aposta... Filme de ação de espionagem é muito dificil de ser ruim. O primeiro trailer era bem mais ou menos, mas logo depois começaram a bombar outras imagens na net e também um outro trailer mais completo. e o filme parece realmente que é bom! Esperemos pra ver...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Boy Banned...

Backstreet Boys, N’ Sync, WestLife, Five, 98, Twister, Boyzone, Dominó, as boys band – banda formadas por quatro ou mais garotos bonitos que cantavam parecendo coral de igreja – dominaram toda a década de 90. Cresci vendo a presença de quase todas as bandas na telinha da MTV, dominando outras emissoras, sendo seguidas por fãs histéricas que faziam de tudo para acompanhar seus ídolos “lindinhos” onde quer que eles fossem.

Com o final da década de 90 a musica pop pareceu tomar juízo devido ao desaparecimento dessas produções. Certa vez vi um documentário sobre a “onda das boys band” e um dos produtores de uma delas dizia que seu produto era fabricado para durar exatos cinco anos. E não é que ele tinha razão? Five e afins não duraram muito tempo no mundo da musica e ou se desintegraram de vez ou seus membros acabaram seguindo carreira solo ainda pela musica ou como atores de Hollywood.

Mas, eis que de repente, surge uma nova promessa de Boy Band do século XXI. A Boy Banned está ai sendo lançada com novamente quatro meninos, cada um fazendo um tipo. Mas esta tem alguns pontos diferentes... A primeira é que a banda é produzida pela Eurocreme – produtora de filmes pornôs britânicos (!) – a segunda é que sua primeira apresentação vai ser em uma Parada Gay de Berlim (!!) e não em um palco comum... E a terceira, mas não menos importante... Reparem que diferente de outras (todas as outras!) boys band essa finalmente tem um componente negro.

Outro fenômeno descartável da década de 90, as girls band, contava sempre com uma garota negra dentro do conjunto. Spice Girls, All Saints, Pussy Cat Dolls, Rouge, sempre estavam lá com uma representante da nossa raça. E por sinal eram lindas, todas!!! Mas os meninos geralmente eram loiros ou morenos de olhos azuis, verdes, pareciam mais príncipes encantados da Disney...

Pena (?!) que esta banda não dure tanto... As boys band hoje foram substituídas por bandas de rock juvenis e sua pauleira emo filosófica burguesa. Acredito que não haja mais lugar para garotos bonitinhos, fazendo caras e boca, cantando musicas melosas e prometendo amar as garotas com toda devoção do mundo... Não na musica pop, pois o rock agora também é descartável...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Fanon, Walker e outros desconhecidos...

É evidente que a cultura negra hoje está em um outro patamar em consideracao a anos atrás. Mesmo que ainda em quantidades homeopáticas, no Brasil. o numero de livros, CDs, dvds, exposições, espetáculos de artistas negros aumentou e muito nos últimos dez anos. De fato, muito por conta das ações afirmativas junto ao governo e a outras empresas e a pressão que o movimento negro exerceu nos últimos anos para divulgar a negritude como arte e fazer com que empresas e outros setores da sociedade também aderissem a esta conjuntura. Mas anos atrás isso era bem diferente. A percepção do que era cultura negra era mais ou menos invisível ou nula. E para encontrar algo que valesse a pena colocar a mão na carteira era uma luta e das boas.

E quando as referências eram de fora a coisa piorava. Encontrar Alice Walker, Frantz Fanon, Biko, Toni Morrison era como encontrar uma agulha no palheiro, como um negro no Curso de Medicina na Universidade Federal da Bahia (!). Até hoje é um pouco difícil é verdade, mas anos atrás só Deus sabe o esforço que alguém tinha que fazer pra conseguir cultura de boa qualidade e feita por negros. Por que isso era um outro problema. Artistas em geral, que tratavam sobre negritude, brancos era fácil encontrar, mas negros?!!!!! Nossa que dificuldade! Às vezes dava a impressão que os negros não faziam nada ou não sabiam fazer ou toda sua arte foi abduzida por ETS e só restou os depoimentos de outros artistas... Mas eles estavam lá, escondidos, nas prateleiras do fundo, ou disponíveis em um só volume, ou em ediçoes que nunca chegavam a ser reeditadas, essas coisas misteriosas que só os deuses para explicarem por que acontece... E foi em uma dessas prateleiras que descobri os meus queridos exemplares dispostos na figura do post. Todos esses livrinhos conseguidos da forma mais absurda, louca, histórias que merecem serem contadas.

O de Fanon, OS CONDENADOS DA TERRA, um clássico da literatura negra, que nunca mais teve novas edições, consegui pela bagatela de R$ 12,00!!!!! Sim, isso mesmo. Em um Sebo, na mão de um argentino que estava querendo se livrar daquelas tralhas amontoadas, ao lado de Fanon estavam “clássicos” de Sidney Sheldon (que autor, eim?!) a Agatha Christie – vendidos a preços mais caros do que do livro do filosofo africano. Curioso é saber que em outro sebo próximo o mesmo livro de Fanon estava – a edição em Frances – pela bagatela de R$ 200,00 e a edição em português, que não existia lá ainda, tinha fila de inscritos aguardando que ele chegasse.

O de Alice (A COR PURPURA, VIVENDO PELA PALAVRA e O TEMPLO DOS MEUS FAMILIARES) e o de Toni (PARAISO) a mesma coisa. Eles – os funcionários do sebo – nem sabiam quem eram as duas escritoras, achavam que estavam no mesmo crivo de... Sei lá, esses escritores estrangeiros que ninguém nunca ouviu falar, pedi aos funcionários um livro chamado A Cidade das Mulheres (livro horrível sobre uma norte americana que vem pro Brasil pesquisar sobre o candomblé... Como é grosso serve como um bom prendedor de porta!!!), um pedido na verdade para despista-los. Comecei a procurar os livros que na verdade estava a fim de levar e acabei encontrando os dois. A R$ 20,00!!! Quando o funcionário voltou, vendendo uma edição antiga do outro livro a R$ 250,00 (!!!) disse que não estava interessado, mas que queria comprar os outros. Ele acabou dando até desconto.

Eles não conheciam quem era Fanon, Alice, Toni... Se soubessem a importância que eles tinham pra mim fariam os preços subirem mais altos que o teto. Mas como naqueles dias cultura negra era sinônimo de invisibilidade, aproveitei a desorientação do vendedor e comprei meus livros chegando em casa e devorando todos sem parar.

Hoje você chega em uma livraria e devido também a lei 10.639 tem delas que chegam a ter sessões de livros sobre cultura negra... Literatura, historia, infantil, antropologia etc. de todos os preços, a maioria são caros, como todos os livros no Brasil, mas estão lá. As referencias chegaram. Agora é só se matar de suar pra comprar um exemplar...

Enquanto isso no outro sebo, leitores afoitos esperam em uma lista interminável, que um exemplar em português de OS CONDENADOS DA TERRA chegue... Ai ai...