segunda-feira, 22 de março de 2010

OBSESSIVA.

Certa vez ouvi uma critica dizer que existem dois tipos de atores/atrizes em Hollywood. O primeiro é o tipo de ator que se transfigura, se metaforiza, se reconstrói, deturpando sua figura a favor do personagem. Por mais famoso que seja, ele (a) se esconde em uma interpretação tão bem feita que deixa sua figura pública de lado, fazendo com que o público que vê seus filmes realmente só veja o/a personagem e não somente o famoso na tela. O segundo tipo de ator/atriz é aquele que por mais esforço que faça sua vida pessoal se sobressai ao seu personagem, seja qual for ele. O publico acaba reparando muito mais no sorriso dele (a), como está magro (a) ou não, que roupa está vestindo etc.

Dentro desses dois patamares no primeiro encaixam-se profissionais como Meryl Streep, Robert de Niro, Denzel Washington, Johnny Deep, Forest Whitaker, Juliane Moore. Do outro lado estão Martin Laurence, Van Dame, Sarah Jessica Parker, Robert Pattinson... Recentemente um que pertencia ao segundo lado e passou para o primeiro foi Leonardo DiCaprio que tinha tudo para ser o eterno Romeo e Jack de Titanic, mas catapultou seu nome para o primeiro time em Hollywood.

Nesta segunda categoria de atores que ofuscam seus personagens com sua figura pública está sem sombra de dúvidas Beyonce. Ela que já protagonizou filmes como Carmen: A Hip Hopera, Austin Powers e o Membro de Ouro, Resistindo às Tentações, A Pantera Cor-de-Rosa, Dreamgirls, Cadillac Records, portanto já tem uma vasta carreira em frente às telas, mas por mais esforço que faça deixa o nome Beyonce “em cima dos créditos” de seus personagens. Tudo bem que seus filmes nunca foram grande coisa, excluindo os dois últimos da lista acima. A própria cantora disse em entrevista que só começou a atuar para valer quando fez DreamGirls. Concordo com Beyonce em parte, pois por mais infinitamente melhor que seja em comparação a seus outros filmes DreamGirls, com seus atores majestosos, consegue ofuscar a figura de Beyonce fácil, fácil.

Com este Obsessiva não acontece diferente. Ela “interpreta” – com aspas mesmo! - Sharon Charles dona de casa típica do sonho americano que vê seu casamento ameaçado pela psicopata secretaria do seu marido. Trata-se de mais um filme de mulheres com mente doentia, que fazem tudo para conquistar e também para manter um homem perto dos seus domínios... Isso já foi feito no cinema americano um milhão de vezes e essa cópia de Atração Fatal bem produzida (pela própria Beyonce e seu pai) não passa de mais um produto genérico. Beyonce faz a protagonista, mas não consegue colocar no público a certeza de que ali na tela está uma mulher comum e não a cantora dona de cifras gigantescas que engata um sucesso atrás do outro. E olha que ela tenta!...

Obsessiva não é um filme ruim. Está muito longe de ser. Trata-se de mais uma cópia bem feita até... E ninguém vê filmes como os genéricos de Alien e Indiana Jones esperando presenciar uma obra prima... O que falta nele é justamente o apagamento da cantora pop mais famosa da década... Que não acontece... Infelizmente.

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