Margareth provou neste último Domingo que é sem sombra de dúvidas a voz do samba reggae no Brasil. Sei que existem outras cantoras que cantam o mesmo ritmo, mas igual a Maga não tem. Além do ritmo que a fez ficar conhecida mundialmente a cantora colocou no repertorio do seu novo show canções de outros estilos musicais e prova que funciona em todas as vertentes. No show de lançamento do DVD “Naturalmente Acústico” a cantora fez a Concha Acústica do Teatro Castro Alves tremer com um set list de tirar o fôlego.
Depois de um atraso de mais de uma hora, a diva entrou linda e com uma energia sem igual. O ator Jackson Costa fez as devidas apresentações e logo depois ao chamado do público a cantora entrou com seu hit promessa do Carnaval 2011 – Saudação ao Caboclo. A Concha foi abaixo. Parecia um furacão arrastando todos por onde passava. Enquanto Maga cantava seu primeiro hit a concha não parava de encher. Logo depois ela canta Coco do M, presente também no seu último DVD deixando todos extasiados.
Mas Margareth tem outras canções que, para o povo baiano e admiradores do bom samba reggae, já viraram clássicos. Portanto, show de Margareth sem Faraó – Divindade do Egito, não é show de Margareth. E ela retorna a sua mais famosa canção repaginada, na forma de um rock paulera muito bom. Maga por sinal está em uma fase rock/pop total, evidenciada através das participações de Andreass Kisser, guitarrista do Sepultura no show e colocando no seu repertorio canções de Capital Inicial, por exemplo, além do Quereres de Caetano também em versão rock. E apesar de ser uma cantora que sempre é lembrada pelo seu lado afro, era nítido que estava a vontade balançando seus cachos fartos ao som da guitarra enfurecida de Kisser. Aliás, foi um dos pontos altos do show. Um dos.
O português Luis Represas, Carlinhos Brown, Mateus Aleluia (INCRÍVEL!!!) e Saulo Fernandes também marcaram presença no espetáculo. Mas a apresentação que fez real diferença ao show foi quando no final, ultimo ato, as Bandas Didá e Muzenza subiram ao palco. Caramba! O que era aquela energia? Os tambores pareciam que iam rasgar meu coração ao meio. Realmente o último ato foi surpreendente.
Pontos baixos do show? Hum... Maga esqueceu a letra de “Primeiros Erros” clássico do Capital Inicial e misturou tudo. No final do show pediu desculpas por conta do esquecimento, algo que pode acontecer com qualquer artista. Jackson Costa cantando aquela rock pós moderno neo hippie foi tenebroso. Alguém diz a ele que como cantor ele não serve! E se você viu o show e entendeu a letra daquela música pelo amor de Deus me explica que eu não consegui alcançar. Mas o erro imperdoável foi que na passagem para o último ato, enquanto Margareth trocava de vestido, o show simplesmente parou, os cantores saíram e nada acontecia até a cantora, muito tempo depois, voltar. Achei uma tremenda falta de respeito. Poderia acontecer algo no palco, como acontece em show norte americanos, por exemplo, enquanto a cantora mudava de roupa. Para distrair o publico foi postado parte do DVD novo da cantora. Péssimo!
Ainda bem que o próximo número musical era com Mateus Aleluia – sempre uma presença marcante – integrante do grupo Tincoãs e também o Muzenza e Banda Didá entraram logo em seguida. Fechou com chave de ouro. E quem disse que aquilo era o final? O público não agüentou ver fora do repertorio a canção Uma História de Ifá, Elegibô para os íntimos, e bradou um bis quase que obrigatório para a cantora. Aí, ela não teve como dizer não. Até por que a galera começou a cantar sem nem esperar os primeiros acordes. Foi lindo o final do show, com Margareth logo depois dando uma de moleca travessa cantando o hino do Bahia pela sua goleada no Sábado.
Margareth Menezes com certeza é uma das melhores cantoras da Bahia. Diva sem sombra de dúvidas, humilde e visionaria ao mesmo tempo, linda, dona de uma energia absoluta e de um repertório incrível. Viva a Maga!
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