terça-feira, 19 de junho de 2012

TREME... UM album para...


ESQUECER A MPB... Gaby Amarantos é a nova queridinha da musica no Brasil. Tem reportagem dela em tudo quanto é revista, está estourada na radio por conta da musica na abertura da novela das sete, estourada também na internet por conta do clip Xirley, participa de tudo quanto é programa da maior emissora do país. O por que? Ah! Tem um monte de motivos: 1º. A MPB há anos não produz algo que preste e seus velhos mestres apelam para “inovações” que de nada acrescentam a nova musica produzida no Brasil. 2º. Há anos também, a classe C ganhou evidencia, pois agora podem comprar tudo que pensa e neste rastro sua cultura – antigamente chamada de subcultura – agora ganha os holofotes. 3º. A ultima cantora que fez sucesso elevando status de musica de rua foi Daniela Mercury quando colocou o samba reggae para todo brasileiro ouvir com o disco O Canto da Cidade no começo da década de 90. Ou seja, diva popular no Brasil? Cri cri cri... 4º. Agora é chic ser brega, nem que seja por uma noite, não só pelo crescimento da classe C, mas também os alternativos de plantão se jogam na vibe periférica. 5º A cultura das periferias e dos subúrbios brasileiros é que fazem a diferença. Observe que as elites se parecem mesmo separadas geograficamente, não há muita diferença entre Pituba, Jardins e Copacabana. Rico gosta das mesmas coisas, mesmos moveis, música, mesma cultura a anos... Mas há diferenças estapafúrdias entre Cidade de Deus e Paripe, por exemplo. 6º. O discurso de Gaby é diferencial, ela é brega, mas é política, ela é negra e se assume negra, tem ótima voz, mas não destrambelhou a colocar rosa na cabeça e cantar MPB desafinando... Ela é ela e ponto final. 7º. Gaby vem do Pará, mas não é Joelma, não grita, não se joga no brega solidão fossa, não traz coreografias bizarras inventadas por ela... Por estas e outras, seu mais novo cd Treme, produzido por Luiz Feliz Robatto (o gordinho enfezado do Ídolos, produtor do Skank dentre outros) é um dos melhores CDs a venda ( ou para baixar tanto faz...) nos últimos meses.
O cd começa com Xirley, faixa que gruda como chiclete, letra repetida quatro vezes, mas é tão gostosa de ouvir e seu som, essa batida importada do Pará é tão boa que não tem como passar despercebida. Logo depois, Ela Tá Beba Doida chega com letra simples (!), mas com a aparelhagem fervendo. Ótima para balançar uma festa. A terceira faixa voce já conhece, Ex My Love está na boca de tudo quanto é tipo de gente neste Brasil Guaranil por conta da novela Cheias de Charme. Com Merengue Latino o cd fica meio confuso na minha opinião, uma lambada pós moderna não tem muito haver, apesar que a letra é boazinha. A qualidade sobe novamente com o dueto com Fernanda Takai – Pimenta com Sal – maravilhosa, sensual. A voz potente de Gaby contrasta com o doce de Fernanda. Muito bom. A classe do cd continua com as ótimas Gemendo, Vem Me Amar e desce novamente com Galera da Laje, parece discurso disfarçado de música; “Sou da periferia!!!”, fora que o som é muito ruim. Com Ela Tá no Ar, o trabalho de Gaby ganha novo fôlego, mas desce novamente com Mestiça. Musica feita pelo desejo brasileiro de se orgulhar dessa mistura de 40 milhões de raças, aquele bla bla bla insuportável e piegas de sempre. Na seguinte faixa, Gaby consegue elevar o status de Zezé di Camargo com Coração Está em Pedaços, já conhecida pelo público, mas totalmente repaginada e linda! Já Chuva, com letra de Thalma de Freitas e Iara Rennó é de uma sutileza, conquista voce aos poucos e domina de vez. Eira e Faz Um T, com letra da própria Gaby (assim como Gemendo e Ela Tá no Ar), fecham o cd com chave de ouro, a primeira puro tecno brega a outra uma mistura do brega com o carimbó.
Gaby Amarantos vem conquistando a cena musical brasileira, com seu visual de trava pisca pisca pós contemporânea, seu engajamento político (política entenda em posicionar-se, saber dizer não, se diferenciar, veja entrevista no De Frente Com Gaby disposta na net, ela fala melhor que muita diva por aí...), seu sorriso sempre largo. Conquista todas as classes, todas as cores, mas não se deslumbra... Não esquece suas raízes. Como escreveu um critico, lá Mercury no inicio da década de 90 espalhou um ritmo de rua para todo Brasil, samba reggae, cultura negra, mas atuava somente como cantora, pois não pertencia totalmente a cultura que reverberava. Já Gaby, espalha a periferia e vem de lá, fala sobre negritude no seu discurso e é negra e linda e canta muito bem. Para voce isso pode não ser importante, mas para mim isso tem um significado inigualável. Uma das poucas vezes que um artista negro faz sucesso com a sua cultura aqui no Brasil. Sucesso mesmo! Não pela metade... Treme vale a pena!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

terça-feira, 5 de junho de 2012

A Jogada Certa


Para produzir um filme desses, do tipo despretensioso aqui no Brasil, o nosso cinema terá que avançar anos luz. Primeiro, perder essa culpa de fazer cinema comercial, deixar de querer fazer filme conceito, que gere burburinho em festival, mas que muitas vezes o grande público acha tudo muito chato e tudo bom pra manter distancia. Dizem, pois o publico brasileiro se acostumou com as porqueiras norte americanas. Não é exatamente isso, por que muito produto norte americano não faz sucesso aqui. É por que muita coisa produzida lá fora é boa então o publico vai lá e consome. E cinema é uma arte como outra qualquer, também pode (e deve!) ser feita única e exclusivamente para diversão.
Segundo que o cinema brasileiro deve pensar a negritude do nosso país de outra forma que não seja a negritude marginal ou a negritude vitimizada. E uma grande parcela de nossos cineastas não conseguem pensar a negritude além disso. Basta ver a maioria dos filmes onde o negro é o centro da trama (!!??), como a negritude é posta em película. Muitas vezes é de doer!
Terceiro, independente da visão, o cinema brasileiro tem que deixar de ser racista. E tá na moda hoje ser racista sem ser. Apelar para mil e uma desculpas e dizer que nada do que esta sendo feito, mesmo com participação nula muitas vezes de elencos negros em papéis que prestem, é racista! Voce comete o ato e voce mesmo diz que não esta sendo racista. Advogado do diabo tem aos montes no mundo das artes.
Por estas e outras questões, um filme como Jogada Certa demorará (sim eu acredito que um dia...) de ser produzido aqui no Brasil. Infelizmente, pois se tem uma coisa que o cinema comercial aqui no Brasil sabe fazer é comédia romântica ou filme romântico!!! E este é um dos bons. Bom apenas, nada de surpreendente não, mas ótimo dentro do mundinho que lhe cabe. Está tudo no seu lugar. Protagonistas fofos, uma vilâ que não é bem uma vilã, coadjuvantes fada madrinha e padrinhos. Todo mundo muito bonito, homens e mulheres, bem arrumados, fotografia correta para deixar até maçã podre linda de morrer! As locações lindas até os lugares pobres são bonitos. O roteiro? Sim o roteiro é quadradinho e funciona que é uma beleza, . E segue a nova cartilha de não entregar tudo conforme o figurino, provocar uma revolta aqui, uma torcida acolá... Filme de romance ué!

O filme conta a história de Leslie Wright (Queen Latifah) é uma fisioterapeuta que não consegue namorar, já que os homens sempre a vêem como uma boa amiga. Fã de basquete, um dia ela tem como cliente um grande astro do esporte, Scott McKnight (Common). Ela passa a tratá-lo em tempo integral, iniciando um procedimento visando seu retorno às quadras, algo que muitos duvidam que vá acontecer. No meio deste processo, os dois percebem que há algo mais entre eles além do relacionamento entre médico e paciente.
Queen em um papel feito para ela, o rapper Cammon também a vontade como galã. O elenco coadjuvante também lindo. O que voce quer mais como espectador? Curtir seu belo filme no sofá não é mesmo? já que o cinema nacional não aposta em filmes comerciais, quanto mais em um filme com elenco negro comercial, consuma os produtos norte americanos. Eu geralmente já abri minha cabeça para este tipo de coisa: quando quero me ver na tela, apelo para os estadunidenses. É uma saída, já que o nosso cinema não anda para frente em certas questões...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

APERTE O PLAY!!! Marysa feat Nichols - VINI

Dois deuses da zouk music! Marysa, que sou fã e falei por aqui com seu cd SENSUAL e o cantor Nichols, desta vez comportadinho, sem tirar a camisa, sem insinuações de sexo com ninguém... Esta musica está no cd SENSUAL da cantora, o clip é velho, mas a maioria das pessoas aqui no Brasil ainda não se renderam ao zouk, então vale a pena postar. Se você acompanha o PELICULA NEGRA sabe o quanto gosto de zouk, então... De quebra, aula de zouk com os dançarinos mostrados na festa. E o clip é lindo! Vale a pena ver!!!