Os liberais adoram a experiência! Sentar numa poltrona confortável, com saco de pipoca nas mãos, cruzar as pernas e ver diante dos olhos, numa tela de cinema, a África. O continente assolado pela pobreza, infectado pela aids e condenado a morte. Oh! É tudo realidade. O continente dos nossos antepassados, que alguns confessam ser o berço da humanidade, está sendo destruído. Sua gente está doente, a água está contaminada, os países envoltos em conflitos internos violentos. A África não tem solução! A menos que alguém ajude... E quem poderia ajudar este continente esquecido por Deus?... Os africanos? Não, eles só pensam em se auto-destruir! Gente ignorante que não dá valor a sua própria terra! Quem poderia salva-los de si mesmos?... A Europa! Sim, essa é a solução! Imagine um herói branco, não com uniformes, nem poderes paranormais, mas real, um homem civilizado, de olhos azuis, loiro de preferência, que venha ajudar essa gente frustrada. O que seria da África se não fossem os outros?...
Para um liberal, a experiência de assistir a um filme como Diamante de Sangue, Amor Sem Fronteiras, Hotel Ruanda ou O Jardineiro Fiel deve ser algo compensador. São filmes políticos, que mechem com... Como é que eles dizem mesmo? Ah! Lembrei. A “questão africana”!... Essa tal questão africana que passa na tela é nada mais que o continente dos sonhos para qualquer liberal branco... Um território que urgentemente precisa de ajuda. Mais precisamente de SUA ajuda. A denúncia será feita e no final o continente terá solução, os brancos estrangeiros serão lembrados, os negros nativos serão educados. Para o alívio do espectador os créditos sobem e toda a miséria, os corpos magros de fome, as doenças, a água contaminada desaparecem. A mensagem final é passada: a África está morrendo! O espectador pensa... Isso é grave!... Mas e daí? Ele vai sair da sala de exibição a caminho da pizzaria mais próxima, esquecendo de tudo o que viu! O continente foi salvo e a indústria cinematografia que todos abominam, enfim cumpre um diferente papel: de denúncia e politizar o espectador quanto à “questão africana”.
O cinema ocidental, de uns tempos pra cá, vem se dedicando a denunciar o lado podre do continente africano. Não que este lado não exista. A aids e a fome assolam o continente e os conflitos internos matam muitos civis em vários países. Mas o problema é o fato dessa indústria usar todo seu armamento num só foco e garantir que a solução para o continente esteja fora dele. Os brancos estrangeiros nesses filmes são evidenciados como gente de boa fé, com alma benevolente, dispostos a trabalhar pelos necessitados. Distanciam-se da fortuna, da intelectualidade, da “civilização” para ajudar os africanos, pobres coitados. São personagens brancos, liberais, estrangeiros na pele de astros do cinema ocidental liberais, brancos e estrangeiros – ou seja, o que eles fazem na verdade, apesar dos personagens assumirem alguns pontos diferentes, é auto interpretação.
E quanto ao lado africano? O povo africano? O governo africano? Ah são uns bárbaros! Nos filmes citados acima os povos africanos são contaminados pela ignorância. São brutos, estúpidos e não tem nenhum sentimento de irmandade. Os conflitos internos são vistos de forma rala, sem aprofundamento das reais questões que norteiam o continente. Parece na verdade que o povo africano se odeia, sem nenhuma razão aparente. E que os brancos estão ali para ensiná-los a verdadeira essência do amor... Um bom exemplo é Hotel Ruanda. Ao assistir a história de Paul Rusesabagina, gerente do Hotel des Mille Collines que se vê completamente obrigado a proteger centenas de pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994, tive a impressão de que o povo africano está entregue a própria sorte. A tensão entre os Tutsis e Hutus é discutida na tela rapidamente. O verdadeiro motivo desses dois povos estarem se gladiando é posto durante cinco minutos, num filme de duas horas de duração. Na verdade, o conflito foi patrocinado pelo Banco Mundial e Fundo Monetario Internacional. Logo depois, quando a ratoeira estava armada os estrangeiros sairam de cena e deixaram a guerra matar todos os africanos.
A África é um continente perdido no pensamento do cinema ocidental. Não que continentes como a Ásia sejam lembrados e ovocionados com filmes exuberantes, de conteudo conciso. O sentimento de alteridade que toma o cinema ocidental – que se auto proclama universal – acaba por reconhecer somente os defeitos do outro. A boa África está no limbo. Steven Spillberg a esqueceu quando adaptou A Cor Purpura para o cinema (leiam o livro pelo amor de Deus e vão compreender o que digo!!!), Meninas Malvadas é mais um que se destina a proclamar o continente com território de jirafas loucas, elefantes, safaris e afins...e o velho e bom mito do Tarzan, que ano após ano tem sempre uma reformulação, seja na forma de desenho animado ou live action. Fora que o continente é visto sempre como um todo. Temos a impressão que Africa é um país e não um territorio de várias nações, com governos independentes.
Esse desejo do cinema ocidental de esteriotipar ou consertar a Africa é óbvio! Os africanos, nos filmes, não tem força o suficiete para reconstruir seus paises. Na verdade, são um povo doente, na maioria das vezes preguiçoso e miserável. E o que seriam deles se não fossem pelos velhos heróis brancos estrangeiros que sempre estiveram dispostos a ajudar a todos os necessitados? Os liberais são presunçosos o suficiente de acharem que podem lutar pelos negros, lutar pela África. Mas fazem isso por dor na consiciência e notoriedade, já que ser politicamente correto está na moda! A África precisa de solução para seus problemas e de ter seu outro lado evidenciado. E ouvir os africanos seria um bom começo. Algo que liberais estrangeiros não estão dispostos a fazer...
Para um liberal, a experiência de assistir a um filme como Diamante de Sangue, Amor Sem Fronteiras, Hotel Ruanda ou O Jardineiro Fiel deve ser algo compensador. São filmes políticos, que mechem com... Como é que eles dizem mesmo? Ah! Lembrei. A “questão africana”!... Essa tal questão africana que passa na tela é nada mais que o continente dos sonhos para qualquer liberal branco... Um território que urgentemente precisa de ajuda. Mais precisamente de SUA ajuda. A denúncia será feita e no final o continente terá solução, os brancos estrangeiros serão lembrados, os negros nativos serão educados. Para o alívio do espectador os créditos sobem e toda a miséria, os corpos magros de fome, as doenças, a água contaminada desaparecem. A mensagem final é passada: a África está morrendo! O espectador pensa... Isso é grave!... Mas e daí? Ele vai sair da sala de exibição a caminho da pizzaria mais próxima, esquecendo de tudo o que viu! O continente foi salvo e a indústria cinematografia que todos abominam, enfim cumpre um diferente papel: de denúncia e politizar o espectador quanto à “questão africana”.
O cinema ocidental, de uns tempos pra cá, vem se dedicando a denunciar o lado podre do continente africano. Não que este lado não exista. A aids e a fome assolam o continente e os conflitos internos matam muitos civis em vários países. Mas o problema é o fato dessa indústria usar todo seu armamento num só foco e garantir que a solução para o continente esteja fora dele. Os brancos estrangeiros nesses filmes são evidenciados como gente de boa fé, com alma benevolente, dispostos a trabalhar pelos necessitados. Distanciam-se da fortuna, da intelectualidade, da “civilização” para ajudar os africanos, pobres coitados. São personagens brancos, liberais, estrangeiros na pele de astros do cinema ocidental liberais, brancos e estrangeiros – ou seja, o que eles fazem na verdade, apesar dos personagens assumirem alguns pontos diferentes, é auto interpretação.
E quanto ao lado africano? O povo africano? O governo africano? Ah são uns bárbaros! Nos filmes citados acima os povos africanos são contaminados pela ignorância. São brutos, estúpidos e não tem nenhum sentimento de irmandade. Os conflitos internos são vistos de forma rala, sem aprofundamento das reais questões que norteiam o continente. Parece na verdade que o povo africano se odeia, sem nenhuma razão aparente. E que os brancos estão ali para ensiná-los a verdadeira essência do amor... Um bom exemplo é Hotel Ruanda. Ao assistir a história de Paul Rusesabagina, gerente do Hotel des Mille Collines que se vê completamente obrigado a proteger centenas de pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994, tive a impressão de que o povo africano está entregue a própria sorte. A tensão entre os Tutsis e Hutus é discutida na tela rapidamente. O verdadeiro motivo desses dois povos estarem se gladiando é posto durante cinco minutos, num filme de duas horas de duração. Na verdade, o conflito foi patrocinado pelo Banco Mundial e Fundo Monetario Internacional. Logo depois, quando a ratoeira estava armada os estrangeiros sairam de cena e deixaram a guerra matar todos os africanos.
A África é um continente perdido no pensamento do cinema ocidental. Não que continentes como a Ásia sejam lembrados e ovocionados com filmes exuberantes, de conteudo conciso. O sentimento de alteridade que toma o cinema ocidental – que se auto proclama universal – acaba por reconhecer somente os defeitos do outro. A boa África está no limbo. Steven Spillberg a esqueceu quando adaptou A Cor Purpura para o cinema (leiam o livro pelo amor de Deus e vão compreender o que digo!!!), Meninas Malvadas é mais um que se destina a proclamar o continente com território de jirafas loucas, elefantes, safaris e afins...e o velho e bom mito do Tarzan, que ano após ano tem sempre uma reformulação, seja na forma de desenho animado ou live action. Fora que o continente é visto sempre como um todo. Temos a impressão que Africa é um país e não um territorio de várias nações, com governos independentes.
Esse desejo do cinema ocidental de esteriotipar ou consertar a Africa é óbvio! Os africanos, nos filmes, não tem força o suficiete para reconstruir seus paises. Na verdade, são um povo doente, na maioria das vezes preguiçoso e miserável. E o que seriam deles se não fossem pelos velhos heróis brancos estrangeiros que sempre estiveram dispostos a ajudar a todos os necessitados? Os liberais são presunçosos o suficiente de acharem que podem lutar pelos negros, lutar pela África. Mas fazem isso por dor na consiciência e notoriedade, já que ser politicamente correto está na moda! A África precisa de solução para seus problemas e de ter seu outro lado evidenciado. E ouvir os africanos seria um bom começo. Algo que liberais estrangeiros não estão dispostos a fazer...