Vamos falar sobre algo proibido na nação brasileira. Que existe, mas geralmente não se discute pelo nível polêmico dado à questão. Algo que não faz parte da boa linguagem em qualquer lugar que for pronunciado seu nome. Não, não vamos falar sobre sexo, nem política, nem de divergências religiosas! Vamos falar de algo muito complicado, pelo menos para a cabeça da nação brasileira, hipócrita como ela só, acostumada a jogar para debaixo do tapete quase toda questão que envolva assuntos terminantemente proibidos, que tenham uma carga polêmica em seu conteúdo e dê muito trabalho. Vamos falar de cotas raciais!
É um assunto desde sempre polemico! Desde quando ele veio à tona pela primeira vez na Índia (os dalitis foram os primeiros beneficiados), passou por vários continentes ganhando formulações diferentes até chegar ao Brasil. É a formação desta idéia no Brasil, mais precisamente na UNB (Universidade de Brasília) que o curta documentário Sob o Signo da Justiça (disponível no you tube) vai mostrar.
Em 1999 Arivaldo Lima um estudante negro de doutorado em antropologia da Universidade de Brasília foi reprovado em uma disciplina obrigatória. Tratava-se do primeiro estudante negro a participar do programa e também o primeiro caso de reprovação daquele doutorado. O episodio ficou conhecido como CASO ARI e motivou o processo de cotas para negros na UNB. Não se tratava apenas de um estudante negro reprovado e por conta disso a atitude de reprovação seria considerado racismo. Mas tudo o que estava por trás disso e não vinha a tona neste processo. Somente dois anos depois e a partir do desenvolvimento de um intenso processo a reprovação do estudante – que tinha publicações em revistas internacionais – foi cancelada. Este episodio motivou a elaboração do projeto de cotas na UNB.
Através de entrevistas com pessoas envolvidas direta ou indiretamente no processo de implementação de cotas raciais na Universidade de Brasília os diretores Carlos Henrique Romão e Ernesto Carvalho vão traçando o caminho – muitas vezes tortuoso – de quem apoiava o sistema de cotas raciais em uma universidade brasileira. Ícones desta luta como o próprio Ari Lima, abrindo o curta com uma frase esplendida, Sales Augusto, José Jorge Carvalho, Rita Segato deixam seus depoimentos traçados com entrevistas de estudantes que acompanharam de perto a dificuldade de se falar de racismo em uma universidade majoritariamente branca.
O curta é muito bem feito. É simples, direto, sabe provocar na medida certa (observe a parte em que uma reportagem do Jornal Nacional é posta na integra) o espectador e apresenta posições contundentes de todos os entrevistados. Tudo isso em questão de pouco menos de 22 minutos. O filme cumpre com sua missão, com uma montagem ágil, de mostrar um pouco do processo de implementação de cotas raciais na UNB, para estudantes e professores. Como o documentário é somente uma porta para o assunto, para o começo de uma discussão seria bom que o espectador utilizasse de outras fontes para saber mais deste assunto tão polemico e o porquê ele levanta tanta polemica. A resposta no fundo no fundo cada espectador sabe qual é exatamente, independente de que ele seja negro ou branco...
Para mais informações leia: de Ahyas Siss – AFRO-BRASILEIROS, COTAS E AÇÃO AFIRMATIVA: RAZOES HISTORICAS. Da editora QUARTET.
É um assunto desde sempre polemico! Desde quando ele veio à tona pela primeira vez na Índia (os dalitis foram os primeiros beneficiados), passou por vários continentes ganhando formulações diferentes até chegar ao Brasil. É a formação desta idéia no Brasil, mais precisamente na UNB (Universidade de Brasília) que o curta documentário Sob o Signo da Justiça (disponível no you tube) vai mostrar.
Em 1999 Arivaldo Lima um estudante negro de doutorado em antropologia da Universidade de Brasília foi reprovado em uma disciplina obrigatória. Tratava-se do primeiro estudante negro a participar do programa e também o primeiro caso de reprovação daquele doutorado. O episodio ficou conhecido como CASO ARI e motivou o processo de cotas para negros na UNB. Não se tratava apenas de um estudante negro reprovado e por conta disso a atitude de reprovação seria considerado racismo. Mas tudo o que estava por trás disso e não vinha a tona neste processo. Somente dois anos depois e a partir do desenvolvimento de um intenso processo a reprovação do estudante – que tinha publicações em revistas internacionais – foi cancelada. Este episodio motivou a elaboração do projeto de cotas na UNB.
Através de entrevistas com pessoas envolvidas direta ou indiretamente no processo de implementação de cotas raciais na Universidade de Brasília os diretores Carlos Henrique Romão e Ernesto Carvalho vão traçando o caminho – muitas vezes tortuoso – de quem apoiava o sistema de cotas raciais em uma universidade brasileira. Ícones desta luta como o próprio Ari Lima, abrindo o curta com uma frase esplendida, Sales Augusto, José Jorge Carvalho, Rita Segato deixam seus depoimentos traçados com entrevistas de estudantes que acompanharam de perto a dificuldade de se falar de racismo em uma universidade majoritariamente branca.
O curta é muito bem feito. É simples, direto, sabe provocar na medida certa (observe a parte em que uma reportagem do Jornal Nacional é posta na integra) o espectador e apresenta posições contundentes de todos os entrevistados. Tudo isso em questão de pouco menos de 22 minutos. O filme cumpre com sua missão, com uma montagem ágil, de mostrar um pouco do processo de implementação de cotas raciais na UNB, para estudantes e professores. Como o documentário é somente uma porta para o assunto, para o começo de uma discussão seria bom que o espectador utilizasse de outras fontes para saber mais deste assunto tão polemico e o porquê ele levanta tanta polemica. A resposta no fundo no fundo cada espectador sabe qual é exatamente, independente de que ele seja negro ou branco...
Para mais informações leia: de Ahyas Siss – AFRO-BRASILEIROS, COTAS E AÇÃO AFIRMATIVA: RAZOES HISTORICAS. Da editora QUARTET.
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