As letras eram extremamente simples, não muito diferente das de hoje – dance music nunca foi sinônimo de música engajada politicamente – falavam basicamente de três coisas: azaração, amor e paz. E só! O som era uma mistura de tecno instrumental, com vocais femininos em destaque e rap com vocais masculinos. Algo pra cima falando geralmente dos Sábados à noite, dos amores de fim de semana, das baladas com amigos, do verão e seus atrativos, do ritmo alucinado da noite, dos corpos sexy, ou seja, era mais ou menos um “Axé” importado da Europa!!!
Mas é curioso notar que um ritmo vindo da Europa que explodiu em todo mundo, tinha nos seus representantes principais cantores negros. Ok, existem negros na Europa, disso todo mundo sabe, existem negros em todo mundo, mas quando se pensa em música com cantores negros reconhecidos internacionalmente o que quase todo mundo pensa é nos EUA e não no “velho continente”. Mas é justamente do velho mundo que os negões da Eurodance chegavam. Lembram-se da dupla do
Outro ponto é a presença forte do rap na Eurodance. Todo grupo tinha que ter o seu negão surgindo no meio da musica para dar um climão à batida dance, os versos do 2 Brothers On The 4th Floor são clássicos até hoje. Acho que foi a partir daí que comecei a gostar de rap e foi o meu primeiro contato com artistas negros extremamente bem produzidos, lindos, com vozeirões de tirar o fôlego – destaque para
Além do rap, a Eurodance tinha também influencias do reggae, do trance e do folk. A batida melosa do hit reggae-dance “Uh la la la” da Alexia - esta também tinha um cantor negro pronto pra fazer rap - não sai da minha cabeça. Ou mesmo quando os negros não apareciam a influencia da música negra era forte. Gente como Ace of Base deve muito do seu sucesso a mistura que fez do reggae com o pop. Todos esses grupos e cantores que citei fizeram muito sucesso e suas turnês viajaram por todo mundo, além dos festivais que invadiam as cidades.
Ate hoje lembro a primeira vez que vi Corona e soube que ela era brasileira no Domingão do Faustão. Ela com aquele cabelo longo trançado, com aquele vozeirão todo, fazendo sucesso na Itália e aqui no Brasil. Todo mundo cantando (em inglês certo ou errado...) o refrão do hit The Rhythm of the Night: “This is the rhythm of the night/ The night/ Oh yeah!/ The rhythm of the night/ This is the rhythm of my life/ My life/ Oh yeah!/ The rhythm of my life. Lembro tudo com sorriso no rosto. Só não gosto de lembrar das fitas cassetes horrendas que quando queria repetir a música tinha que rebobinar (acho que esse verbo nem existe mais) e nem sempre parava no ponto que eu queria. Viva a tecnologia!!!
A Eurodance era boa mesmo para não se levar a sério, sair, dançar, dançar, suar, dançar. No final de 1996 o ritmo começou a ter seu primeiro desgaste perdendo a vez totalmente anos depois, 1998/1999, para outras evoluções da música eletro. Mas ainda sobrevive. Ou você pensa que não ouve Eurodance ou pelo menos artistas que são influenciados por ela? Já ouviu Aqua, Carolina Marquez, Lasgo? Então aquilo é Eurodance pura. E a mais badalada artista pop do momento, Lady Gaga, tem inspirações diretas com os artistas dessa época, quando vi Just Dance pela primeira vez ouvi ecos de dance music da década de 90 por todos os lados.Para o bem ou para o mal a Eurodance “morreu”. Está entre aspas, pois já citei as referencias atuais e também por conta do you tube na net, que geralmente mantém sob o efeito do formol artistas antigos. Então devo corrigir... A Eurodance vive!
Um comentário:
So para lembrar que a voz da Corona não era dela de verdade. Era da Cantora Sandy Chambers ou Sandra Chambers. Isso foi desmascarado mais tarde e Corana perdeu mito do seu público. Essa mesma cantora fez vocais para muitos outros projetos que usavam modelos assim como a Corona para substituir a cantora original e assim faturar mais. A Alexia tb vendeu muito a sua voz sem ser creditada na época. Coisa muito normal naquele tempo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sandra_Chambers
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