E tá chegando a Copa do Mundo. Pipoca a toda hora noticia das seleções, dos jogadores, dos treinadores, jornalistas. Por aqui tudo está ficando dia após dia cada vez mais verde e amarelo; o asfalto que é pintado com a bandeira nacional, a rua decorada com plásticos da cor da mesma, gente usando a camisa da seleção, bolas de futebol decorando as ruas, promoções de diversos produtos de varias marcas dando prêmios aos ganhadores dos mais variados tipos. E o patriotismo? Como o brasileiro não tem como se orgulhar muito do seu país, sistema político, econômico, social, racial, etc ele resolve se converter a “religião pátria” na época de copa do mundo. É só por trinta dias, passa rápido e na maioria das vezes tá todo mundo bêbado mesmo, não custa nada na hora que o carinha lá da seleção fazer o gol ele (ou ela) gritar Brasillll...
Mas esta copa tem um diferencial. Ela vai acontecer na África do Sul. Não em qualquer outro país da Europa, mas sim na África do Sul. Aquele país que anos atrás o regime do apartheid dominava a população negra. Por conta de Mandela e também da luta do povo negro sul africano que há anos sofria com o regime o apartheid acabou. Acabou? Ah tá! Vai ver onde os negros estão situados no país, repare nas reportagens em que postos eles estão, em que bairro moram... O Apartheid acabou no papel, ok? E isso é fato.
Mas é copa do mundo, vamos celebrar a alegria do povo africano e também suas excentricidades! Afinal de conta reportagem da Globo e de qualquer outra emissora serve para isso. E bombardeia o espectador com reportagem sobre a violência das cidades do país africano, de que quando anoitece você não pode sair a rua (aqui no Brasil em alguns lugares também tem o toque de recolher, sabia?!), das malas extraviadas no aeroporto internacional pelos sul africanos, do povo revoltando antes da copa começar pois os trabalhadores que construíam os estádios fizeram greve por conta dos baixos salários, do povo revoltado com a presença da cantora colombiana Shakira cantando na abertura, pois queriam uma cantora local se apresentando (pena que Brenda Fassie morreu anos atrás), que Mandela vai acompanhar os jogos de casa mesmo por conta de sua frágil saúde, dos ingressos pela internet não vendidos, do povo sul africano lotando os estádios, os safáris com animais enormes exóticos, leões, elefantes, macacos e tantos outros. Fora a dança da copa, com seus passinhos imitando embaixadinhas, todo o mundo imitando e uma multidão fazendo ao mesmo tempo. Lindo!
Ah! Também esta vai ser a copa com o percentual mais baixo de presença européia. Os nossos irmãos do “velho continente” não quiseram se deslocar para se divertir no território que antigamente eles dominaram, massacraram, humilharam, exploraram. Logo na época em que a maioria do continente europeu está
Para mim é a copa que mais está me chamando atenção. Por motivos óbvios. Confesso que tem momentos que mudo de canal quando ouço a palavra futebol, ou o termo copa do mundo, por que satura, enjoa. É a copa em que acompanhando todas as notícias, para saber como estão falando do país mais desenvolvido do continente africano e de seu povo. Às vezes falam bem, muitas de forma estereotipada e na maioria mal, mas nunca deixo de acompanhar.
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