Se você acredita em Papai Noel, a resposta é obvia. Você deve ser daqueles que acreditam em um sentimento que todo ser humano tem, que move e une todos os homens em um só ponto. Que existem assuntos, historias, que mechem com qualquer tipo de ser humano, seja ele negro, branco, azul, amarelo, indígena, pobre, rico, marajá, patricinha, emo, piriguete, gay, metrossexual, mulher, homem... E você deve, com certeza, ser um daqueles telespectadores assíduos da Rede Globo, desbravadores da obra de Shakespeare e cineastas italianos que produziam seus filmes no século passado. Nada contra esse povo. Tem coisas que eles fazem que são boas. Mas não vem dizer pra mim que todo MUNDO neste mundo se enxerga na obra desses e afins, que eu já deixei de acreditar em Papai Noel faz tempo.
A universalidade é um fenômeno europeu. Não precisa ser Dr. ou Mestre para sustentar uma teoria dessas. Aliás, nem posso dizer que a universalidade seja um fenômeno totalmente europeu, pois nem toda Europa é agraciada com os pilares dessa pretensa universalidade que toca o mundo inteiro.
Fico me perguntando por que historias como a de Romeu E Julieta, do já citado Shakespeare, é considerada um clássico da dramaturgia universal e uma obra como A Cor Púrpura é considerada como um clássico da literatura negra... Dizem que nós apreciadores e formuladores da cultura negra nos afastamos com rótulos segregacionistas, mas a chamada “cultura universal” não poderia ser chamada de rótulo também? Ela também não segrega? Segrega de maneira universal!!!!...
Faça uma pesquisa, no Google mesmo, digite coisas como “literatura clássica”, “obras universais”, veja o que acontece. Poucas obras são de outras regiões. Encontrei até um site que registrava o Alcorão – ao lado da Bíblica Sagrada (é claaarooo!) – como livro de característica universal, mas quase todas as obras são de determinadas regiões européias. O Kama Sutra também foi considerado universal por alguns. Já que putaria todo mundo faz, né? Mas é curioso que o Kama Sutra é considerado no seu país de origem um livro de auto conhecimento e orações através do sexo e amor. Nossa, como a universalidade distorce as coisas, não?!...
Sempre que vêem com essa tal de universalidade, penso na experiência de anos atrás, quando fui assistir ao espetáculo Uma Batalha de Arroz Num Ringue Para Dois com Claudia Raia (que amo) e Miguel Fallabela (deixa ele pra lá...). O teatro é separado por fileiras de A a Z, as fileiras A são bem na cara do palco e as Z dão ao espectador a experiência de ver o artista como um ponto em movimento no palco que está beeem longe. Sendo assim, quanto mais próximo você fica do palco, mais cara é a experiência. Eu paguei pra ver a diva Claudia Raia de perto. Nem vou dizer quando gastei que me dá palpitação só de lembrar o valor do ingresso. Lembro também que onde estava era um dos poucos negros no local e a galera de lá de trás tinha muito mais pessoas negras do que onde estava. Ai, ai essa relação de raça/classe que me persegue...
Se a universalidade existe mesmo, por que nem todo mundo ria de todas as piadas?... Por que nas horas em que a personagem da atriz vivia os “dramas” típicos burgueses eu e uma galera não estávamos nem aí? Por que certas divagações existenciais não entram na minha cabeça como dizem que elas devem entrar? Será que o problema é comigo? Será que todo mundo sente essa coisa que move o mundo e eu não? Dizem por exemplo que o amor é algo universal. Acorde cara pálida, o amor é algo construído culturalmente também. Modelos de romance, relacionamento, são disparados há milênios nas nossas cabeças de geração em geração. Acontece isso com outros sentimentos também. Mas se você prefere acreditar que o que você está sentindo agora, um homem chinês também esta sentindo neste exato momento... poxa, tudo bem!
Pontos de identificações entre seres humanos diferentes não deveria serem comparados a uma pretensa universalidade humana. O ser humano assim parece mais um ser carente de si mesmo. Que não consegue aceitar a diferença sem desigualdade e por isso tem que igualar tudo pra viver pacificamente com o Outro. Eu eim... Terapia pra humanidade inteira!!!!!!!!!!!!...
A universalidade é um fenômeno europeu. Não precisa ser Dr. ou Mestre para sustentar uma teoria dessas. Aliás, nem posso dizer que a universalidade seja um fenômeno totalmente europeu, pois nem toda Europa é agraciada com os pilares dessa pretensa universalidade que toca o mundo inteiro.
Fico me perguntando por que historias como a de Romeu E Julieta, do já citado Shakespeare, é considerada um clássico da dramaturgia universal e uma obra como A Cor Púrpura é considerada como um clássico da literatura negra... Dizem que nós apreciadores e formuladores da cultura negra nos afastamos com rótulos segregacionistas, mas a chamada “cultura universal” não poderia ser chamada de rótulo também? Ela também não segrega? Segrega de maneira universal!!!!...
Faça uma pesquisa, no Google mesmo, digite coisas como “literatura clássica”, “obras universais”, veja o que acontece. Poucas obras são de outras regiões. Encontrei até um site que registrava o Alcorão – ao lado da Bíblica Sagrada (é claaarooo!) – como livro de característica universal, mas quase todas as obras são de determinadas regiões européias. O Kama Sutra também foi considerado universal por alguns. Já que putaria todo mundo faz, né? Mas é curioso que o Kama Sutra é considerado no seu país de origem um livro de auto conhecimento e orações através do sexo e amor. Nossa, como a universalidade distorce as coisas, não?!...
Sempre que vêem com essa tal de universalidade, penso na experiência de anos atrás, quando fui assistir ao espetáculo Uma Batalha de Arroz Num Ringue Para Dois com Claudia Raia (que amo) e Miguel Fallabela (deixa ele pra lá...). O teatro é separado por fileiras de A a Z, as fileiras A são bem na cara do palco e as Z dão ao espectador a experiência de ver o artista como um ponto em movimento no palco que está beeem longe. Sendo assim, quanto mais próximo você fica do palco, mais cara é a experiência. Eu paguei pra ver a diva Claudia Raia de perto. Nem vou dizer quando gastei que me dá palpitação só de lembrar o valor do ingresso. Lembro também que onde estava era um dos poucos negros no local e a galera de lá de trás tinha muito mais pessoas negras do que onde estava. Ai, ai essa relação de raça/classe que me persegue...
Se a universalidade existe mesmo, por que nem todo mundo ria de todas as piadas?... Por que nas horas em que a personagem da atriz vivia os “dramas” típicos burgueses eu e uma galera não estávamos nem aí? Por que certas divagações existenciais não entram na minha cabeça como dizem que elas devem entrar? Será que o problema é comigo? Será que todo mundo sente essa coisa que move o mundo e eu não? Dizem por exemplo que o amor é algo universal. Acorde cara pálida, o amor é algo construído culturalmente também. Modelos de romance, relacionamento, são disparados há milênios nas nossas cabeças de geração em geração. Acontece isso com outros sentimentos também. Mas se você prefere acreditar que o que você está sentindo agora, um homem chinês também esta sentindo neste exato momento... poxa, tudo bem!
Pontos de identificações entre seres humanos diferentes não deveria serem comparados a uma pretensa universalidade humana. O ser humano assim parece mais um ser carente de si mesmo. Que não consegue aceitar a diferença sem desigualdade e por isso tem que igualar tudo pra viver pacificamente com o Outro. Eu eim... Terapia pra humanidade inteira!!!!!!!!!!!!...
2 comentários:
ótimo post cara , uma pena que parece que a maioria dos usuarios deste blog não tem opiniao.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Eu não digo é nada! mas realmente tem gente que tem medo de opinar. Já me disseram isso. Fico me perguntando se é um blog sobre cultura pop e negritude ou uma revista de terrorista... Deixa queto!
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