Com a maior abertura que a cultura negra atingiu nos últimos anos aqui no Brasil, a negritude vem sendo, além de problematizada, mais evidenciada no cenário nacional, por negros e por brancos. Não estranhei então, quando começaram a surgir comentários incomodados com gente que afirmava que a africanidade estava na moda, que tudo agora vira e meche estava tratando da questão do negro e outros aporrinhamentos que não vou perder meu tempo aqui citando.
Este incomodo, tem um produto muito bem demarcado. A forma como a negritude hoje é trabalhada. Não por brancos ou somente por eles, mas a problematização tendo sujeitos negros como os donos da historia. Acho que se brancos estivessem no poder para falar dos negros de maneira total não aconteceria tanto alarde assim no Brasil, mas já que o caso é outro...
Com esse crescimento, vimos surgir além de uma cultura negra com embasamento negro, um incomodo do Outro que é apontado não como vilão, mas a enxergar sua responsabilidade dentro da questão do racismo e da ausência do negro na mídia brasileira. É notório o incomodo branco com o crescimento da cultura negra. E este poder branco que precisa manter-se no seu lugar privilegiado, arranja subterfúgios para que sua posição permaneça a mesma, mesmo com o crescimento da negritude.
Não acho que negro está na moda. Tenho certeza que há um incomodo muito forte da branquitude com o crescimento da cultura negra no Brasil e com isso fugas propositais de responsabilidade vêm surgindo aos montes. Afinal para que o racismo acabe completamente não somente os negros, os indígenas têm que serem problematizados, mas os brancos tem que 1º) se assumirem como brancos, pois aqui no Brasil “branco ninguém sabe, ninguém viu!”, 2º) assumirem que mesmo não se considerando racista o fato de ser branco lhe dá muito mais possibilidades que os demais de outras raças, 3º) não é por que você convive com negros que não é racista, acorde!
Para que as cartas não sejam colocadas a mesa de forma correta, os brancos agora inventam o tal do “racismo negro”, ou “racismo ao contrario” e esbravejam sem pudores o medo que sentem ao pensar que podem sofrer o racismo. Alguns pretos também dão ênfase a este tipo de problema. Que na verdade pra mim não existe.
Primeiro que para que exista o racismo é preciso duas coisas: inferioridade de um e o outro que comete o erro se considerar superior. Como o negro pode se considerar superior neste mundo, meu Deus? Como? Se a) estamos a margem da margem da margem neste país (coloca no Google IBGE e pesquisa lá os diferenciais por raça pra você ver...), b) a cultura negra não permite a superioridade e sim a igualdade entre as pessoas, além de não se considerar como verdade absoluta – diferente da cultura branca eurocentrada que construiu um processo conspícuo de alteridade para inferiorização do outro, c) os brancos no Brasil dizem que eles mesmos não existem no país, pois todos somos misturados e que só há negros ou mestiços... e c) como vou me considerar superior se tudo, TUDO, neste país me coloca pra baixo, inferiorizando meu cabelo, minha cor, o lugar onde moro, minha renda, as roupas que uso, as musicas que ouço?...
De primeira o racismo negro nem tem como se mostrar poderoso, pois superioridade dentro de uma sociedade racista nós não temos. Pois então, os brancos se sentem ofendidos quando ouvem expressões como “Parmalat”, “branquela azeda”, “o samba azedou, tem branco na roda!”, “loira burra” e outros que não me lembro agora. Os brancos se contorcem com este tipo de apelidos. Dizem que não podem entrar no Ilê, que em Salvador a cultura negra é muito forte por tanto eles não podem falar o que antes diziam de boa pra todo mundo ouvir e que também estão sofrendo discriminação por parte dos negros e sofrem muito por conta disso!
Ohhhh! Que peninha deles! Dá vontade de pegar o menino chorão e colocar no colo pra fazer carinho e o choro passar... Por que o menino chorão com certeza tem medo que um dia os negros possam tramar uma vingança, uma revolta dos Malês atual e que pode dar certo. Então pra que não haja perigo é bom cortar o mal pela raiz. O racismo negro é um medo evidente de toda a classe/grupo branco neste país. O que eles vão fazer com a gente? é a pergunta mais feita. Mas o que realmente eles querem dizer é: A gente não agüenta passar por isso!
Acho que este processo de falar do outro com adjetivos que ofendem trata-se de uma resposta. Uma resposta já que não vou ficar calado esperando você a cada dia falar do meu cabelo, da minha cor etc. O sujeito negro não é mais passivo de seu processo Le é ativo e se o branco disser algo dele vai ter resposta. Mesmo que o outro se cague de medo por conta disso
Queria mesmo que esse tal racismo negro tivesse força para que visse o cabelo do branco ser posto como “cabelo ruim”, “cabelo da desgraça”, que “deveria ser cortado” ou passar por algum tipo de tratamento para que ficasse bom. Queria mesmo ver os brancos serem julgados na fila de emprego por “boa aparência” ou “perfil adequado”. Que eles fossem tidos em lojas de departamentos e supermercados como pretensos suspeitos. Que houvessem cotas (não de 100%) para brancos nas universidades no país. Que no Carnaval tivesse um bloco com cordeiros brancos, imagine? Por que eu não vejo um negro perguntando pra um branco como ele lava o cabelo? Por que não existe sabonete, desodorante, cremes para pele branca, evidenciados dessa forma? Isso existe? Que poder negro racista é esse, que os brancos não sofrem nadinha e quando há um episodio de discriminação pífio todo mundo coloca isso em xeque parecendo a pior coisa do mundo?...
É medo! Só isso! Medo de completamente se cagar nas calças! Eles sabem que a invenção deles foi muito bem planejada e na rachadura mínima presente na parede é bom fazer com que tudo seja exposto para que nada saia da normalidade e do total controle. O racismo negro não existe. A discriminação mínima que vemos às vezes por aí é fraca, não tem poder, não tem sustentabilidade. Trata-se de uma reposta. E também de uma fuga: para os brancos não serem problematizados e continuarem quietos, no poder, em cima do trio, enquanto a massa negra de acotovela no asfalto...
Este incomodo, tem um produto muito bem demarcado. A forma como a negritude hoje é trabalhada. Não por brancos ou somente por eles, mas a problematização tendo sujeitos negros como os donos da historia. Acho que se brancos estivessem no poder para falar dos negros de maneira total não aconteceria tanto alarde assim no Brasil, mas já que o caso é outro...
Com esse crescimento, vimos surgir além de uma cultura negra com embasamento negro, um incomodo do Outro que é apontado não como vilão, mas a enxergar sua responsabilidade dentro da questão do racismo e da ausência do negro na mídia brasileira. É notório o incomodo branco com o crescimento da cultura negra. E este poder branco que precisa manter-se no seu lugar privilegiado, arranja subterfúgios para que sua posição permaneça a mesma, mesmo com o crescimento da negritude.
Não acho que negro está na moda. Tenho certeza que há um incomodo muito forte da branquitude com o crescimento da cultura negra no Brasil e com isso fugas propositais de responsabilidade vêm surgindo aos montes. Afinal para que o racismo acabe completamente não somente os negros, os indígenas têm que serem problematizados, mas os brancos tem que 1º) se assumirem como brancos, pois aqui no Brasil “branco ninguém sabe, ninguém viu!”, 2º) assumirem que mesmo não se considerando racista o fato de ser branco lhe dá muito mais possibilidades que os demais de outras raças, 3º) não é por que você convive com negros que não é racista, acorde!
Para que as cartas não sejam colocadas a mesa de forma correta, os brancos agora inventam o tal do “racismo negro”, ou “racismo ao contrario” e esbravejam sem pudores o medo que sentem ao pensar que podem sofrer o racismo. Alguns pretos também dão ênfase a este tipo de problema. Que na verdade pra mim não existe.
Primeiro que para que exista o racismo é preciso duas coisas: inferioridade de um e o outro que comete o erro se considerar superior. Como o negro pode se considerar superior neste mundo, meu Deus? Como? Se a) estamos a margem da margem da margem neste país (coloca no Google IBGE e pesquisa lá os diferenciais por raça pra você ver...), b) a cultura negra não permite a superioridade e sim a igualdade entre as pessoas, além de não se considerar como verdade absoluta – diferente da cultura branca eurocentrada que construiu um processo conspícuo de alteridade para inferiorização do outro, c) os brancos no Brasil dizem que eles mesmos não existem no país, pois todos somos misturados e que só há negros ou mestiços... e c) como vou me considerar superior se tudo, TUDO, neste país me coloca pra baixo, inferiorizando meu cabelo, minha cor, o lugar onde moro, minha renda, as roupas que uso, as musicas que ouço?...
De primeira o racismo negro nem tem como se mostrar poderoso, pois superioridade dentro de uma sociedade racista nós não temos. Pois então, os brancos se sentem ofendidos quando ouvem expressões como “Parmalat”, “branquela azeda”, “o samba azedou, tem branco na roda!”, “loira burra” e outros que não me lembro agora. Os brancos se contorcem com este tipo de apelidos. Dizem que não podem entrar no Ilê, que em Salvador a cultura negra é muito forte por tanto eles não podem falar o que antes diziam de boa pra todo mundo ouvir e que também estão sofrendo discriminação por parte dos negros e sofrem muito por conta disso!
Ohhhh! Que peninha deles! Dá vontade de pegar o menino chorão e colocar no colo pra fazer carinho e o choro passar... Por que o menino chorão com certeza tem medo que um dia os negros possam tramar uma vingança, uma revolta dos Malês atual e que pode dar certo. Então pra que não haja perigo é bom cortar o mal pela raiz. O racismo negro é um medo evidente de toda a classe/grupo branco neste país. O que eles vão fazer com a gente? é a pergunta mais feita. Mas o que realmente eles querem dizer é: A gente não agüenta passar por isso!
Acho que este processo de falar do outro com adjetivos que ofendem trata-se de uma resposta. Uma resposta já que não vou ficar calado esperando você a cada dia falar do meu cabelo, da minha cor etc. O sujeito negro não é mais passivo de seu processo Le é ativo e se o branco disser algo dele vai ter resposta. Mesmo que o outro se cague de medo por conta disso
Queria mesmo que esse tal racismo negro tivesse força para que visse o cabelo do branco ser posto como “cabelo ruim”, “cabelo da desgraça”, que “deveria ser cortado” ou passar por algum tipo de tratamento para que ficasse bom. Queria mesmo ver os brancos serem julgados na fila de emprego por “boa aparência” ou “perfil adequado”. Que eles fossem tidos em lojas de departamentos e supermercados como pretensos suspeitos. Que houvessem cotas (não de 100%) para brancos nas universidades no país. Que no Carnaval tivesse um bloco com cordeiros brancos, imagine? Por que eu não vejo um negro perguntando pra um branco como ele lava o cabelo? Por que não existe sabonete, desodorante, cremes para pele branca, evidenciados dessa forma? Isso existe? Que poder negro racista é esse, que os brancos não sofrem nadinha e quando há um episodio de discriminação pífio todo mundo coloca isso em xeque parecendo a pior coisa do mundo?...
É medo! Só isso! Medo de completamente se cagar nas calças! Eles sabem que a invenção deles foi muito bem planejada e na rachadura mínima presente na parede é bom fazer com que tudo seja exposto para que nada saia da normalidade e do total controle. O racismo negro não existe. A discriminação mínima que vemos às vezes por aí é fraca, não tem poder, não tem sustentabilidade. Trata-se de uma reposta. E também de uma fuga: para os brancos não serem problematizados e continuarem quietos, no poder, em cima do trio, enquanto a massa negra de acotovela no asfalto...
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