sábado, 8 de janeiro de 2011

PAREM DE FALAR MAL DA ROTINA de ELISA LUCINDA.

Qual o caminho natural das coisas? Qual? Aquele caminho feijão com arroz que tá todo mundo acostumado e que por vezes não faz a gente se surpreender, mas a gente continua mesmo assim? Qual a transformação natural de um texto? Que vire peça, vire filme, que seja declamado... Ou uma peça que vira filme e que o roteiro vira “livro” de tanto sucesso que o filme fez. Ou um livro que vira peça e depois vira filme. Esse geralmente é o lugar natural da arte que nos cerca. Só que neste Parem de Falar Mal da Rotina o caso aconteceu diferente. O espetáculo teatral virou livro! Não um livro na forma de texto de teatro, mas um livro mais ou menos em prosa, mas ao mesmo tempo uma prosa não tão prosaica, com um que de teatralidade, um misto de professora, amiga, atriz, dona da história e poeta.
Aplaudido de pé por 1 milhão de pessoas, o espetáculo simples, com mais de duas horas de duração, virou um livro para ser lido várias e várias vezes. O espetáculo mudava a cada sessão por conta do seu maravilhoso tema: a rotina! Só mesmo uma poeta para nos fazer enxergar que a rotina pode nos oeferecer vários ensinamentos e nós desatentos é que não enxergamos. Elisa mostra que a rotina sim é mutante, basta olhar direito. Parem de Falar Mal da Rotina (desde já Parem), é nada mais que um milhão de livros dentro de um só. É livro de auto ajuda, tratado sobre e contra o racismo (e outros tipos de conceitos absolutos absurdos), livro de um bom humor incrível, livro também de poemas inesquecíveis, escrita ágil, ensinamentos maravilhosos, historias curiosas e personagens inesquecíveis. Este Parem ensina, reclama, repreende, faz sorrir e refletir. É lindo enfim!
Confesso que não suporto livros de auto ajuda, mas este por não ser um dos exemplares inúteis e iguais dispostos na livraria, acaba chegando ao objetivo que os outros tidos como “auto-ajuda” não fazem, mas divulgam que sim. E eis aqui exemplo de livro feito para ser emprestado, ou presenteado e lido muitas vezes, seguidas até. Da capa a última linha escrita agradeço a Elisa Lucinda por se meter sempre na vida alheia e nos contar todos os ensinamentos que teve.
Eu que nunca fui com a cara da poesia fiquei encantado com a forma dessa poeta escrever, e se comunicar com o simples através de palavras tão rebuscadas. Sim, por que sempre vi poesia dita como discurso, poetas que mais pareciam políticos. Nunca gostei do lírico ser dito com obrigação e aos berros. Elisa ao lado de Maria Bethania me fizeram acreditar que estava certo. Peosia merece bravura não violencia! Não vou ficar aqui embromando sobre o livro. Parem é para ser comprado e nunca, eu disse NUNCA, guardado! Pois deve ser lido sempre.
Os livros escritos por mulheres geralmente me trazem esta percepção avantajada da vida. Alice Walker, Elisa Lucinda dentre outras, essas mulheres que se metem a escrever sempre me arrancam do real, me fazem transcender. Com homem só fiquei assim uma vez: CIDADE DE DEUS de Paulo Lins e pronto! E este sorriso de Elisa na capa surge como se fosse um convite. Leia-me! Novamente! E de novo e de novo! Está vendo, voce não reparou nisso da última vez que leu?! Agora empreste-me! Deixe-me na mão de um amigo por um tempo. Diga que é a cara dele e ele logo ficará curioso. Se fiz bem a você que tal fazer bem a outra pessoa?... Parem de Falar Mal da Rotina um livro do sempre! Leia e sorria.

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