São 80 páginas que passam tão rapido que você não sente! Ao começar minha "crítica" com esta frase acho que resumi que Orixás – Do Orum ao Ayê deve estar na sua estante, caro leitor. Não sou especialista em quadrinhos, mas tem tempo que tenho em mãos uma revista tão bem cuidada, com encadernação perfeita e desenhos maravilhosos. Além do mais, o preço está em conta: por apenas R$ 19,90 você leva para casa um bom produto sobre uma parte - fundamental - da nossa cultura negra brasileira.
Orixás – Do Orum ao Ayê é o primeiro volume - de um total de cinco - de uma coleção feita para contar as fabulosas histórias dos Orixás. Seus criadores, o desenhista Caio Majado, Alex Mir que assina o roteiro e Omar Viñole, arte-final e cores, esbanjam imaginação ao recriar, nas páginas da HQ, os mitos, ensinamentos, o lado humano e poderoso dos Orixás.
A primeira coisa que me chamou atenção é a forma de ver a criação do universo, de forma negra. Galera, meus olhos ainda saltam quando vejo este tipo de coisa!!! Minha infancia e adolescencia foram cercadas por referencias APENAS brancas. Hoje vejo um novo mundo e me dou ao prazer de experimentar elementos infato-juvenis e voltar a ser criança/adolescente sem problema durante alguns minutos. Portanto, ver Olorum criando os primeiros seres vivos ainda faz meus olhos se supreenderem sim. Acho que para uma criança hoje que vê este tipo de coisa não deve surpreender muito, mas a mim, este ponto ainda parece fundamental.
Um outro ponto que friso é a linguagem usada pelos autores. O tom é épico. Apesar de ser quadrinho pensei folhear alguma escritura sagrada. A forma como tudo é narrado é tão grandiosa que você realmente não sente o que está lendo. As histórias, centradas no mito da criação do universo e do nosso mundo, tem pontos que desafiam sua criação eurocentrica, pois a forma como tudo foi estabelecido em sua cabeça é algo difícil de tirar... Por exemplo, como acreditar que a terra que compõe todo o mundo foi espalhada por uma galinha gigante?! Mas quando você se dá conta que tudo é construído, relaxa e aproveita. A revista serve também para ver como em diferentes partes do mundo o homem recria/cria Deus e diversas divindades de formas diferentes. Mas qual a versão final e oficial que chega a nós ainda hoje?...
Logo depois da história dos Orixás os autores mostram os "bstidores" da publicação, como acharam o traço próprio para os personagens, estudos da capa, do logotipo, dos cenários usados. Orixás - Do Orum ao Ayê foi publicado com o apoio do ProAC - Programa de Ação Cultural, da Secretaria da Cultura do governo do estado de São Paulo, na edição de 2009. As lendas iorubás estão fortemente representadas neste trabalho primoroso. E por mais que você já tenha lido a revista dá vontade de ler novamente...
Um comentário:
gostaria de saber se existe como
download kkkkk...
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