quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Festival de Teatro do Subúrbio avança para periferias do país

Com o tema “Brasil em Cena”, FTS promove intercâmbio entre os grupos convidados
Teatro e cidadania, teatro e política, vontade e técnica, estas e outras expressões estarão presentes no Festival de Teatro do Subúrbio – Ano III – Tema: Brasil em Cena, que ocorre de 27 a 31 de Janeiro de 2012, no Centro Cultural Plataforma, Praça São Brás e Espaço Cultural E²(É ao Quadrado). Os ingressos custam R$ 4 reais.Com o propósito de reunir a cultura feita nas periferias do país, a edição do FTS deste ano traz diretamente do Rio de Janeiro o Grupo Nós do Morro. Vinte e cinco anos depois de sua criação, esta é a primeira vez que a Trupe do Vidigal vem à Salvador. O grupo é comandado pelo diretor e ator Guti Fraga e se destaca pelos nomes como Roberta Rodrigues e Thiago Martins, entre outros. A trajetória do grupo é repleta de realizações e prêmios, dentre eles a Ordem do Mérito Cultural e o Prêmio Escola Viva, concedidos pelo Ministério da Cultura e, a Menção Honrosa da UNESCO.

O Festival traz como sua principal meta, o intercâmbio, que estará presente na grade de programação e nas atividades paralelas deste ano contando sempre com grupos convidados a fim de estabelecer uma troca de experiência entre aqueles que estão começando e os que já possuem uma solidificada carreira. Na edição 2012, o FTS traz também dois atores baianos que foram tentar a vida no Sul Maravilha. Marcos Magno e Anderson Sarayva apresentam o espetáculo “Baianidade Baiana”, que tem a proposta de ser conduzido por dois personagens típicos da terra e através deles, contar brincando a saga dos baianos e colaborar para a mudança da percepção de quem acredita que soteropolitano só é homem até meio dia... Integra ainda a grade do FTS os espetáculos Uma brasileira chamada Maria (São Marcos); Zeferina – A Rainha de Urubu (Plataforma) e; Remendo Remendó (Centro).

A proposta do Festival de Teatro do Subúrbio é sempre de revelar talentos e potencialidades existentes nas comunidades menos assistidas que são postas fora do circuito artístico. Desta maneira, esta ação faz contraponto ao paradigma sobre as produções artísticas das periferias, comprovando que existem trabalhos com qualidade artística. Em sua terceira edição o FTS avança no processo de nacionalização, abrangendo nesta edição o estado do Rio de Janeiro. A descentralização do Festival faz parte de uma meta em médio prazo torná-lo internacionalmente conhecido, onde poderá, nesse momento, reunir as produções teatrais dos subúrbios e periferias do mundo.


SERVIÇO:
O quê: Festival de Teatro do Subúrbio – Ano III – Tema Brasil em Cena
Quando: 27 a 31/12 │ Sex a Ter │ Horários Diversos
Onde: Centro Cultural Plataforma; Praça São Brás; Espaço Cultural E²
Quanto: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia)
+ Info: 8261 0505 / 8708 9762 – Marcio Bacelar | Coordenador de Comunicação
Site: http://www.coletivodeprodutores.com.br/fts3/

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

APERTE O PLAY! Gaby Amarantos - Xirley

Gosta de tecno brega? Eu adoro o som de uma boa aparelhagem. Pois direto do Pará chega esta artista fenomenal!!! Gaby Amarantos é original, extremamente educada, danada de sabida, linda, possui uma grande voz e uma forma toda especial de fazer seu trabalho dentro de uma vertente do brega nacional. Aqui está um exemplar da maior estrela do tecnobrega paraense. Tem gente que compara seu trabalho com Daniela Mercury, pois está colocando um ritmo de rua para todos país como fez a baiana anos atrás. Diferente de Daniela, Gaby é negra e traz uma música da periferia que nem em sua terra é bem aceito. Mais ou menos como o arrocha é posto aqui em solo baiano atual. "Eu não quero ser outra cantora de vestido vermelho e flor no cabelo", diz Gaby. "Quero cantar a minha verdade. E ela é assim."
Vou logo avisando, se seu caso é MPB e afins, gosta de se levar a sério, blá, blá, blá... Passe longe. Se não, entregue-se a um dos melhores sons que surgiram na periferia deste nosso vasto país.


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Livros ruins que você não pode deixar de ler...

E quem disse que a gente não precisa daquilo que é ruim dentro da casa da gente? Apesar de serem considerados o que há de mais podre dentro da literatura sobre cultura/identidade negra no Brasil - por, é claro, gente que tem real importancia dentro deste mundo... - estes livros são considerados clássicos dentro da academia tradicionalmente eurocentrica. Como todo e qualquer estudante universitário atuante dentro dos projetos dos movimentos negros brasileiros, eu os execrava, mas aprendi que para criticá-los teria de saborear seu "maravilhoso" conteúdo na íntegra e não fruto de leituras de livros de alguém que leu e destrincha o clássico todinho para você. Ler a fonte é sempre importante. E neles estão a síntese do pensamento branco brasileiro sobre a negritude.


CASA GRANDE & SENZALA

Clássico citado por dez entre dez liberais, estudantes sobre escravidão no Brasil e também período colonial. Virou os estudos academicos sobre Brasil colônia de cabeça para baixo por valorizar o que tanto Nina Rodrigues condenava: a miscigenação. De forma original (para a época), Gilberto Freire relata o dia a dia dos escravizados e os senhores de engenho. Dos índios, dos negros, do branco, que acabaram se misturando para o bem da nação... Através dele, Freyre destaca a importância da Casa Grande na formação socio cultural brasileira bem como a da senzala que complementaria a primeira. Freyre dá muita importância ao fatores ambientais e culturais na formação da identidade misturada (vitamina de banana!!!) brasileira. É bem escrito, Gilberto sabe muito bem construir uma leitura leve por cima de um assunto tão enfadonho. Mas em certos momentos parece mais filme de Sandra Bullock, água com açúcar demais para você acreditar que é verdade. Apesar de não ter inventado o termo, o autor e seu livro foram os que inauguraram as verdades sobre "democracia racial" no Brasil. Esse discurso que todos se misturam, que nossa gente na cama se resolve, é bem dele e de seus seguidores...

A CIDADE DAS MULHERES.

Outro divisor de águas da antropologia brasileira, A cidade das mulheres é um estudo sobre o Candomblé  na Bahia do final da década de 1930. Nele, Ruth Landes, além de abordar o riquíssimo universo do candomblé, discute temas até então tabus: o papel de liderança ocupado pelas mulheres e a presença marcante do homossexual masculino nos rituais. Neste livro, vemos muito bem a essencia do brasilianismo. Gringa vem parar aqui para estudar religião de matriz africana e muitas vezes perde tempo em sua escrita a descrever aquilo que considera mágico, estupefato, pitoresco... Salvador parece mais uma terra de loucos  em seus relatos.

OS AFRICANOS NO BRASIL.

Tenta abarcar um monte de vertentes sobre os "descendentes de escravos" no Brasil. Ler Nina Rodrigues, mesmo sabendo que seus conceitos são considerados ultrapassados, é um exercício a paciência. Seus ensaios desbravam vários elementos, entre eles os biológicos, os médicos, os penais, mas sobretudo, os elementos sociais e culturais das populações negras no Brasil. Nina inferioriza o negro, mas abriu o debate sobre negritude em um Brasil que fazia esforço para esquecer que este povo um dia por aqui viveu. Não tem nada de heróico, apesar de reconhecer certos aspectos culturais, Nina acaba reforçando no final das contas o pensamento branco vigente na época em que sua obra foi publicada.

NÃO SOMOS RACISTAS.

Clássico moderno desde que foi publicado. Nasceu da luta Global contra o sistema de cotas para negros em universidades públicas brasileiras. Poderia ser considerado uma besteria sem limites, mas foi escrito por nada mais nada menos que o chefe do departamento de jornalismo da Globo, o que não é pouca coisa neste nosso país. Lendo este livro, dá muito bem para entender o pensamento contra sistemas de ações afirmativas. É vendido como livro que nasce do espanto!!! Diz que as cotas na verdade dividem o Brasil em duas cores, alimentando então uma contra miscigenação e suas incríveis nuances a lá Brasil guaranil... É um livro que até hoje é referência junto aos argumentos contra as cotas raciais. Neo freyriano quase assumido, Kamel se espanta a cada parágrafo e diz que o sistema de cotas poderá gerar um conflito racial... Mãe Dina é fraca!...

O CANDOMBLÉ DA BAHIA.

Vai ter gente que com certeza acha que este livro não deveria estar na lista. Na verdade, esta obra pioneira do frances Roges Bastide, é uma faca de dois gumes. De um lado divulgou o Candomblé e quebrou o silêncio sobre as religiões de matriz africana no Brasil. Essa divulgação trouxe mais pesquisadores, um certo reconhecimento e seriedade às práticas do povo de santo, além que Bastide investiga a crença de forma autônoma, segundo ele mesmo. Por outro lado, divulgar muita gente divulga... E Bastide coloca na mesa segredos que poderiam não ser contados, mas como ele é muito mais que um pesquisador, é um homem de dentro da religião, pode muito bem abrir o que sabe para quem bem quiser e entender... Também é impreciso naquilo que afirma, sua obra tem abordagem marxista, dentre outras críticas feitas a este livro também "clássico".

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

APERTE O PLAY! Michael Jackson - They Don't Care About Us - BeatBox


A música de Michael Jackson que mais gosto na voz (em todos os sentidos!!!) de um cara super talentoso. Muito bom!



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

For Colored Girls

  

 Frases sombrias de uma mulher que não teve adolescência / Notas dispersas , sem ritmo - em uma sintonia confusa, o fardo que recai em uma garota negra/É engraçada e histérica a melodia dessa dança/ Não diga a ninguém - a ninguém..../Outra música sem cantoras , letras sem vozes.../somos fantasmas ? As crianças do horror ? Uma piada ?...Não diga a ninguém, fique calada... /Somos animais ? Enloquecemos ? Não ouço nada além de gritos loucos e o suave som da morte.../


Os primeiros minutos de For Colored Girls – sem tradução para o português, pois o filme não foi lançado por aqui nem em DVD – são de uma genialidade impressionante. O longa, baseado no Livro For Colored Girls: Who Have Considered Suicide When the Rainbow is Enu” de Ntozake Shange, logo depois virando musical nos EUA, é uma coletânea de 20 poemas sobre as angústias, alegrias, vivencias enfim de mulheres negras nos Estados Unidos. For Colored Girls transforma um arquétipo batido do cinema – várias histórias que se cruzam – em um roteiro interessante, intercalado pelos poemas de Shange, diga-se de passagem lindos e inseridos dentro do filme de uma forma única.
No elenco, nomes como Thandie Newton, Whoopi Goldberg, Anika Noni Rose, Omari Hardwick, Kerry Washington, Janet Jackson, Loretta Devine, Kimberly Elise, Phylicia Rashad, Tessa Thompson, Macy Gray, Richard Lawson. Ou seja, a nata dos atores negros que se envolveram no projeto seja por conta do cineasta/produtor Tyler Perry ou pelo significado do livro junto a comunidade negra norte americana. Desde o começo, quando Tyler pegou o projeto por ser o novo queridinho da LionsGate Studios já que produziu Preciosa e este foi ao Oscar, o filme nasceu como clássico. Algo com um elenco desta categoria não tem como dar errado, tem? Bem...
Vamos por partes. Analisando friamente For Colored Girls é um filme bom! O texto e as atuações são simplesmente fenomenais. O roteiro de Ntozake Shange e Nzingha Stewart mistura divinamente os poemas à trama com uma naturalidade impressionante. Fora as atrizes que recitam os poemas da forma como poemas devem ser recitados, sem pompa, sem a grandiosidade de uma atuação marcada, elas convencem pela simplicidade e sem excessos. Em uma salada magnífica de personagens as historias de nove mulheres são expostas na tela.
Eu no começo fiquei com medo... Como esses poemas serão recitados em um filme? Como uma peça onde as personagens não tem nome vão ser traduzidas em tela grande? Mas tudo é composto de uma forma tão bonita que convence realmente.
Janet Jackson interpreta a dama vermelha, Jô; fria, calculista, mandona, editora de uma grande revista, esposa de um homem de negócios “emparedado” em sua masculinidade frente ao poder da esposa.  O cenário em que Janet está é branco, gelo, frio, contrastando com o vermelho da sua rigidez. Juanita (Loreta Devine. Sempre ótima!), ou a dama verde, é viva, auto suficiente e vive um grande dilema, dá aulas de auto estima, dicas de prevenção a mulheres negras e latinas em uma ONG, mas vive em crise em seu relacionamento com um namorado que sempre a trai em vários sentidos. Yasmine ( Anika Noni Rose (Òtima!)) , a dama amarela é delicada, dança como ninguém, frágil e inocente, mas vai se transformar por conta de algo que contando estraga. Tangie (Tandie Newton (quem vem crescendo nos últimos anos seu nível)), a dama laranja, é uma mulher que vive no âmbito amoral. Mas o espectador não sabe se sua vontade de ter vários homens em sua cama é uma escolha de vida ou algum traço ruim/marcante da sua trajetória não resolvido. Alice (Whoopi Goldbert (magnífica!)), a dama branca, é mãe de Tangie e Nyla , fanática religiosa, tem um amor incondicional pela filha Nyla considerada por ela pura, mas sente desprezo por Tangie, pois não concorda com os atos pecaminosos da filha mais velha. Gilda (Phylicia Rashad), a dama cinza representa na trama o equilíbrio. Apesar de sua historia não ser tão bem desenvolvida quanto as das outras personagens sua interprete é fenomenal. Crystal (Kimberly Elise), a dama marron, é a personagem acho mais complexa e espertamente entregue a Elise, atriz dramática de qualidades fenomenais. Esposa de um homem alcoólatra, mãe de dois filhos que vêem ela sendo violentada diariamente... Explosão contida! Complexidade! Linda interpretação. Nyla (Tessa Thompson), a dama roxa – entra no filme para simbolizar a virada de uma menina virando mulher de verdade. E por fim, Kelly (Kerry Washington (não diz muito a que veio)) que tem um amor mágico, mas infelizmente não consegue ter filhos e sofre por conta disso.
Para realçar as cores e intenções das mesmas no filme, o diretor de fotografia de Alexander Gruszynski faz um trabalho brilhante. Tudo é tão cênico, mas tão real... Lindo! Você não vai reparar que toda aquela brancura do cenário de Janet é “teatro”. Já o trabalho de texto, friso, é simplesmente incrível, apesar de em alguns momentos ser proposital a forma como ele nos leva ao choro fácil. O elenco masculino também não fica atrás e é bem representado pelos atores em cena.
O problema do filme é justamente Tyler Perry, diretor e produtor de For Colored Girls. Diretor de O Diário de Uma Louca e Por Que Eu Me Casei? e produtor do oscarizável Preciosa, coloca sua mão por vezes pesada, por vezes “um nada” dentro de um projeto tão significativo. Traduzo: é nítido a falta de personalidade de um diretor que comanda grandes projetos com a cafonice de um filme feito para a TV sem identidade. Sim... Apesar do roteiro perfeito, uma direção de fotografia primorosa e um elenco talentoso e estelar... Tyler consegue fazer MERDA! Em que sentido? Ele não tem marca. Nem sensibilidade. Dirige tudo parecendo ser um filme para TV, não para cinema. Cinema é grande, alguém tem que gritar no ouvido dele isso. CINEMA É GRANDE! E Tyler consegue diminuir a obra.Fiquei imaginando a obra nas mãos de um... Spike Lee ou mesmo de uma cria de Tyler, Lee Daniels que dirigiu Preciosa. For Colored Girls cresceria infinitamente. Não é um defeito que corrompa o filme, mas deixa-o com cara de qualquer coisa. Tyler tem que agir mais como cineasta e é por isso que seus filmes são tão criticados, apesar de sempre fazerem sucesso junto a comunidade negra norte americana.
Felizmente a obra é mais forte que o cineasta e o projeto ganha vigor por conta do elenco e do roteiro bem acabado. Sim, o filme vai fazer você chorar. Sim, ele vai fazer pensar em certas formas como está levando sua vida. Sim, é feito para mulheres, mas toca e provoca os homens sem o ar do feminismo clichê revoltado. For Colored Girls é lindo!
No final, o filme reúne todo seu elenco e recita um dos poemas mais fortes do livro. E finaliza com a frase Pelas garotas negra , que pensaram em suícidio , mas conseguiram superar e deram ao volta por cima..." Superação sempre!!!!!!!!!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

UMA IMAGEM DIZ MUITA COISA!!!

Já passou por uma situação destas? Se é negro com certeza!... Então, vamos ser didáticos aos racistas de plantão e vista essa camisa! Por que do jeito que andam as coisas meus caros, só desse jeito...