domingo, 1 de novembro de 2009

Besouro (parte 2). Voa aí Besouro que eu quero ver...

Vamos logo com foco no resultado: quando acaba a projeção do filme Besouro o espectador tem a sensação de que experimentou de um belo prato, mas que não esta saciado totalmente. Ainda sente fome, ainda quer mais. Ou seja, Besouro, filme de João Daniel Tikhomiroff promete, promete, promete e no final das contas não cumpre muita coisa. O trailer lembro a primeira vez que vi no you tube, fique impressionado. Depois de ver ao filme inteiro você se dá conta do trabalho aprimorado de construção do trailer juntando partes de todo uma película em um só ponto. Mas como trailer é só promessa sem muito fundamento, quando o filme passa pelos seus olhos a sensação é de que falta algo para que o sorriso no rosto do expectador não fosse amarelo e sim um sorriso vasto e bonito.
O filme conta a historia do lendário capoeirista homônimo que por conta de um erro seu torna-se herói para proteger os eu povo negro que ainda é tratado como escravo pelo sistema coronelista no século XIX. Protegido pela força dos Orixás Besouro torna-se um herói que joga capoieira, que voa, torna-se invencível e líder de uma revolução. Misturado a todo este contexto existe romance, comedia, ação, uma mistureba boa que todo filme de aventura tem que ter.
BESOURO seria a primeira tentativa do cinema brasileiro de quebrar vários tabus construídos durante anos: o primeiro é do de o cinema brasileiro não se dá bem com a linguagem comercial। Parece que tudo fabricado no Brasil para ser considerado bem feito tem que ter um pé no alternativo, não foi feito para vender e somente vender e entreter। Mas Besouro,a lém da mesnagem que passa foi feito para divertir tanto a molecada quanto o povo adulto. O filme apesar do discurso engajado tem um objetivo formar um herói produto para toda a família, algo genuinamente brasileiro que pudesse repercutir por todo país। Um segundo fator, seria a loucura do cinema nacional dos últimos anos, ter um pé (ou melhor os dois pés!!!) em gêneros manjados; denuncismo, temática violenta, comedia, comedia romântica, policial, imitação de roteiro hollywoodiano, filme passado em favela। Besour neste quisito é bem mais resolvido, pois é uma aventura jenuinamente brasileira. E por último, o filme traria um personagem negro, herói, forte, com um par romântico da sua cor, ele também orgulhoso da sua raça e da sua cultura. E do jeito que as coisas vão no Brasil com “Zés Pequenos” e afins, Besouro é um personagem realmente diferencial.

O filme infelizmente acaba pecando em vários pontos. Poderia ter mais lutas, mais ação, um roteiro mais conciso, sem tantos erros de continuidade, um herói mais decidido, direção mais pé firme e atores mais bem preparados. Compromete o resultado confesso, a atuação mesmo do ator principal chega às vezes a constranger e os efeitos especiais não são tão especiais assim. Mas trata-se de um produto tão distinto no imaginário brasileiro que mesmo com certos defeitos o filme ganha pontos em se mostrar diferente para a platéia. Diferente ao respeito dado aos personagens negros e a toda mitologia afro brasileira. É neste ponto que Besouro cresce, lindo e voando.
No final saímos do cinema não saciados. Tive a certeza que tinha ingerido um produto de boa qualidade, mas queria mais, mais, mais , quem sabe da próxima vez...

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