Saímos do ônibus, em frente ao cinema, um artiplex charmoso no centro da cidade, na verdade um antigo cinema de 700 lugares com parte superior e inferior que foi totalmente transformado em 4 salas, uma livraria, cafeteria e restaurantes, pegamos a sessão a tempo. Quando entramos no cinema, ainda com suas luzes acesas somos eu, meu amigo e mais duas moças no centro da sala de negros. Cerro os olhos, estranho novamente, mas desvio minha atenção para o filme que começa. Saímos do cinema uma hora e meia depois. Ele diz que tem que passar em um shopping, mesmo longe resolvo acompanhá-lo... Depois das compras, na praça de alimentação, sentamos e vejo entre uma batata frita e outra que existe uma parte da praça em que o ar condicionado é bem mais forte que o resto do shopping e que a maioria das pessoas são... hum... digamos, não negras...
Fico pensado onde está a Salvador da mistura de raças, ou melhor, a Salvador que o IBGE me afirma ter 83% da população negra... Onde está?... Acredito que a população negra não somente trabalha, ela também se diverte, seja onde for. Tem direito de ir ao cinema (localizado no centro da cidade), ao shopping e comer, ao restaurante... Em nenhum lugar vi escrito “proibido a entrada de negros”... A cabeça martelava, mas sei que até em certos ensaios que antecipam o carnaval a presença de brancos é bem maior que a de negros...
Não é a primeira vez que noto isso. Varias vezes já constatei ser um único ou o participante de um conjunto de dez negros dentro de um estabelecimento de diversão qualquer aqui
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