segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ELZA EM SALVADOR...


E quem disse que ela não agüenta? E quem disse que as músicas dela não são boas? E quem disse que a geração nova, que tornou-se adolescente nos anos 2000 não vai com a cara dela? E quem disse que ela não lota show? Que ela não atrai negros, gregos, troianos, turistas e soteropolitanos? Quem duvida que Elza Soares seja uma artista inigualável deveria estar na última Quinta-feirba no Pelourinho, pois a diva do samba e da Black music estava lá, mesmo com o pé torcido para cantar e swingar junto com todos que bradavam ansiosamente pela sua voz.

Junto com a banda Sambatronica (esplêndida!!!), Elza subiu ao palco devagar por conta de um dos pés torcido. Antes a produção tinha colocado uma cadeira, que mais parecia um trono, para a rainha da Black music com seus 72 anos sentar e fazer seu show ali “quietinha”...

Mas quieta ela não ficou! Subiu ao palco sentou em seu trono e agitou todo mundo. Primeiro com um bom humor único. “Estava fazendo terapia no Rio de Janeiro por conta do pé torcido e agora estou aqui na Bahia pra fazer uma macumbaterapia pra curar de vez meu pé.”. Depois por conta do repertório e da sua alegria inigualável. Elza é tão impar em consideração a outros cantores atuais daqui do Brasil, pois consegue mesclar clássicos antiqüíssimos da música brasileira com batidas atuais e composições que nas mãos de outros estariam fadados ao limbo. Fora que ela canta a favela, o gueto, o povo negro como poucas cantoras aqui no Brasil conseguem.

Mas sentada Elza não agüentou e pôs-se de pé duas vezes para balançar o público. Linda com seu cabelo black power ela cantou samba, samba de roda, rock, rap, funk, deixou o DJ louco da vida (ele teve que ser bem rápido para acompanhar o pic dela...) e colocou todo mundo pra dançar e cantar junto no Pelô.

Depois teve que sair por conta das suas investidas em pé. Ela tem pique, mas tem 72 anos e tem limites. Saiu de cadeira de rodas, ovacionada pelo público, linda, negra e corajosa em todos os sentidos. Para finalizar aviso que este post não é uma crítica, mas um depoimento de um jovem – que até o momento só tinha ouvido Elza em CDs – deslumbrado com a presença (bem de perto) de uma das maiores cantoras desse meu Brasil. Salve Elza!


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