domingo, 29 de maio de 2011

ESTRÉIA TRANSMETRÓPOLIS.

Nunca fiquei tanto tempo sem postar alguma coisa aqui no blog. O motivo? No próximo dia 03 de Junho as 20 horas no Cine Teatro Solar Boa Vista estreia Transmetrópolis, primeira montagem da SOUDESSA CIA DE TEATRO com Valécio Santos - mais conhecido na noite soteropolitana com a sua pergsonagem Valerie O'rarah, Henrique Bandeira, Ronei Silva e Vanessa Cardoso no elenco. O espetáculo tem texto e direção minha e por conta disso estou atarefado até a cabeça. Por isso, nada de postagem no blog por estes dias.

O espetáculo Transmetrópolis conta a história do casal Shirley e Alberto. Ela uma travesti dona de um bar e ele que trabalha fazendo bicos como motorista. Os dois residem em Pirajá, bairro da periferia da cidade de Salvador. Depois de quatro anos de relacionamento, Shirley e Alberto conseguem juntar um dinheirinho com objetivo de mudarem para um apartamento no bairro do Dois de Julho no centro da cidade.

É justamente faltando alguns poucos dias para a mudança, quando a história dos dois começa a ser contada. Com a casa de pernas para cima, caixas pra tudo quanto é canto, móveis desmontados, Alberto pega Shiley de surpresa e com a nóticia que vai fazer operação de mudança de sexo para virar mulher.
A partir deste ponto, o espetáculo discute este vasto mundo das sexualidades. Como uma travesti - que geralmente se envolve com homens que tem comportamento heterossexual - vai continuar casada com um homem que vai irar mulher? Será que a sexualidade das pessoas é fixa? Hétero é sempre hétero para toda a vida? Gay é sempre gay? Uma pessoa trans vai mesmo ter um comportamento heterossexual quando a operação for concluída?...

A confusão fica ainda maior com a chegada de Moisés, ex namorado de Alberto que passou por tratamento em uma clínica de recuperação para pessoas com distúrbios sexuais chamada Bons Hábitos e hoje considera-se hétero e Neusa, antiga namorada de Alberto que volta de São Paulo e traz consigo uma suprezinha..
 
Mais informações no blog da peça que pode ser acessado aqui.

sábado, 21 de maio de 2011

APERTE O PLAY!!!! Major Lazer - Pon De Floor (ft. VYBZ Kartel) & Beyoncé - Run The World (Girls).

Esta semana a cantora Beyonce lançou o seu mais novo clip. A letra chama atenção para quem realmente manda neste mundo. As garotas é claro! A canção tem uma batida africana forte, misturada com forte referencias de fanfarras e sons remixados. Na verdade este som diferente, que tem mexido com os ouvidos de muita gente, é cortezia do produtor e dj Diplo e do seu projeto Pon de Floor, hit do Major Lazer, projeto musical formado por Diplo e Switch. A cantora e o produtor pegaram um slampe da música da Major Lazer e colocou outros sons e a letra em cima e assim construiu a música.

Abaixo a versão original de Pon de Floor do Major Lazer.




E a seguir o clip "Run The World (Girls)" lançado por Beyonce esta semana que ja tem mais de 9 milhões de visitas na sua página do You Tube. Veja como ficou a batida remisturada.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM... Aventura?/ APERTE O PLAY!!!! - Solo Por Un Beso - Aventura

Descobri este grupo recentemente e estou completamente viciado nesta mistura entre a bachata - delicioso ritmo em violão tradicional da República Dominicana - e o hip hop, rap, pop rock entre outros. O Aventura está fazendo muito sucesso nos EUA, tanto que lotou durante quatro noites seguidas o Madison Square Garden em New York - um dos locais mais ilustres da indústria da música. Só para ter uma idéia do alcance dos garotos, olha o que publicou um jornal norte americano:

“A excêntrica Lady Gaga apareceu, com sua Poker Face, em New York – ela tinha 4 dias de shows marcados no Radio City Music Hall, que tem capacidade para 6 mil pessoas. Mas o Grupo Aventura também estava em New York, com 4 dias de shows no Madison Square Garden, com capacidade para 19 mil espectadores”. New York Daily News.

Ou seja, pouca coisa eles não são mesmo!!!

O Aventura é dono de uma bachata doce, a voz do cantor Henry, que é de Moca, na República Dominicana( os outros três componentes são do Bronx, um bairro em New York), é suave, gostosa de ouvir, sem os exageros dos cantores norte americanos de hip hop... Uma coisa que também agrada além do som é a identidade visual do grupo: inspirada no hip hop (com certeza para abrir o mercado deles nos EUA), os caras são estilosos, mas não largados. Fora que tem um tratamento completamente diferente com as mulheres. Esqueça as vagabundas e o tratamento a lá cafetão de muitos clipes de rap e hip hop, o Aventura trata mulher como um tesouro precioso. Dá gosto de ver o jogo de sedução, as meninas lindas esboçando belos sorrisos nos clipes disponíveis no You Tube. Apresentei o Aventura para algumas amigas e elas foram a loucura!

E o melhor... Ao vivo os caras são bons também. Cantam direito, fazem um show envolvente - muita mulher para assisti-los é claro! - são carismáticos. Sim, caro leitor, eu sou só elogios para eles. A música não vai mudar sua vida, letras simples falando de amor, mas bem diferente do jeito sofrido com que o sentimento é revelado em algumas canções do pop norte americano explorado mundo a fora.

Aventura já ganhou inúmeros premios latinos ou não, se apresentaram para o presidente dos EUA, Obama, arrastam multidões de espectadores e fazem um som entre o ingles e o espanhol, bem vindo em lugares onde a comunidade latina tem peso, como a cidade de Nova York.

De resto é só curtir o video abaixo... Já contaminei meus amigos - sim, homens e mulheres - e espero contaminar você caro leitor... Experimente uma noite a dois com a bachata do grupo Aventura, não vai se arrepender... Palavra!...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM...Medea's Big Happy Family?

Mesmo com 50 milhoes na bilheteria
o filme não tem lançamento garantido
nos cinemas no Brasil.
Curioso... para não escrever REVOLTANTE o caso dos filmes do cineasta Tyler Perry. Eu realmente achava que a maré de produções deste dramaturgo/produtor/cineasta iria melhorar a partir de Preciosa... Mas não. Continua tudo na mesma! Eu realmente não entendo como seus filmes quando chegam só passam em DVD por aqui no Brasil. Sua última cria, Medea's Big Happy Family, já arrecadou mais de 50 milhões (!!!) nos EUA, faz parte de uma série iniciada anos atrás com Diário de Uma Louca, todos os filmes da série com a personagem Madea (feita pelo próprio Perry) fizeram sucesso... Seu outro filme, dessa vez super aclamado pela crítica For Colored Girls... por aqui? Nem sombra. Sim, está disponível na net para baixar... Mas o bom é ver a grandiosidade da trama no cinema. E o filme tem no elenco nada mais que Janet Jackson, Loretta Devine, Kimberly Elise, Thandie Newton, Whoopi Goldberg e a cantora Macy Gray. Elenco amador, não é? Ai ai... Para quem ainda não conhece, Perry é cineasta quisto lá nos EUA pela comunidade negra e odiado por muitos criticos. Seus filmes são considerados pobres. Na verdade são comédias (muito) leves tratando sobre o dia a dia dos negros - de classe média alta e na sua maioria cristãos - norte americanos. São bons filmes, mas é fora da série Madea que o talento de Perry fica melhor... For Colored Girls e Preciosa é um grande exemplo desse seu incrível talento. Pena que apesar de ser o menino dos olhos da LionsGate - estúdio norte americano independente que tá fazendo e acontecendo nos últimos anos - os responsáveis por lançar seus filmes por aqui não enxerguem o talento deste grande cineasta. Quem sabe nos próximos anos, já que ele agora substituirá Morgan Freeman como o detetive Alex Croos nos próximos filmes da série que chegou aos cinemas com os espisódios Beijos Que Matam e Na Teia da Aranha. É esperar para ver...

domingo, 15 de maio de 2011

Lázaro Ramos o Cara Men's Health deste mês!!!

Pela primeira vez em cinco (5!!!!) anos de existencia a revista Men's Health coloca um homem negro na capa!!!!! É, meu caro leitor, ainda neste nosso Brasil vivemos os tempos do "primeiro negro que faz alguma coisa"... Neste mês a honra pertence a revista com reportagens sobre malhação - saúde - boa alimentação e azaração total. Tomare que não seja o primeiro e último, já que existem negros estampando as reportagens (algumas!) denro da revista, mas colocar o negão como capa (?), nossa que desafio! Foi preciso uma edição de aniversário para tal marca ser alcançada...
No facebook da revista já virou polemica a participação do astro na capa. Uns gostam, outros não... O principal foco dos que não gostam é de ele ser magrelo e não ter nada haver com o foco da revista! Hum... E lá vamos nós...
Eu realmente adorei, gosto também da idéia citada por um leitor de colocar os leitores na capa, os que mudaram com o resultado dos exercícios da revista. Mas realmente é meio que difícil esperar que TODOS os tipos de leitores estejam na capa com o tempo, já que os responsáveis da revista esperaram 5 anos de publicação para colocar um cara negro na capa. E desde já, isso não é complexo... É olho aberto!!!! Enxergo todos os dias vocês brancos nas revistas, mas alguém que me represente ou represente outra raça quase que não existe nas capas das poucas revistas desse país que realmente fazem diferença... Não tenho culpa que vocês só enxergam a si mesmos...

sábado, 14 de maio de 2011

OUVRIR MES AILES... Um álbum para...

SEDUZIR... Sabe aquele cd, aquele som, que serve para a hora h? O dia D? Aquele dia especial que você está pronto para dar o bote? Pois então, este cd do Medhy Custos é perfeito para estas ocasiões. Descobri o álbum tempos atrás, no início da minha paixão por zouk e toda semana ele toca aqui na minha lista de músicas/álbuns favoritos. O cd, na verdade é uma grande mistureba, já que não existe mais neste mundo negro globalizado de meu Deus, zouk puro. Então é zouk misturado com hip hop, remisturado com rap, re - remisturado com ritmos árabes e também outras vertentes da zouk music. O álbum é composto basicamente de dois tipos de música: falando sobre amor ou sobre mulher! Azaração total! E a voz do cantor contribui muito para o clima ficar quente... Os destaques vão para Mes Divas (a primeira e uma das melhores do cd), Pompiers (com a aprticipação do rapper Lord Kossity) ótima para ouir bem alto e prepare-se para rebolar muito, Ana Omri, Tant Pis (deliciosa!), o regaae Pá Fé Detáy e a maravilhosa e suave Auprés De Toi (essa eu não consigo parar de ouvir). Experimente colocar Medhy Custos na hora h, caro leitor, realmente funciona e sua noite pode se tornar incrível...

domingo, 8 de maio de 2011

VELOZES E FURIOSOS 5.

Poster oficil Brasil.
Para quem não me conhece pode parecer surpreendente... Mas para quem me conhece não, pois sabe que eu simplesmente AMO filme de brucutu! Para quem não sabe brucutu são aqueles astros musculosos, geralmente feios, ou terrivelmente feios, que fazem muito bem dois tipos de filme: aquele em que tudo explode e comédia de criança VS anabolizado. E só! Por isso – e puramente por isso – que adorei Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio. Eu realmente gosto de filme em que tudo explode, em que o roteiro pode ser descrito em duas linhas, em que o tamanho do bíceps do ator é muito mais importante que as reviravoltas do roteiro e tudo explode, tudo vai pros ares, o que não explode fica amassado, ou seja, destruição total e eu adoro ver isso em grande escala.

E os estereótipos? E a versão do Rio filmada em Porto Rico? E a favela cheia de traficantes ridicularizados pelo poderio norte americano, o povo semi-nu, os espanhóis, portugueses que parecem vivem bem perto de nós? Isso tudo conta? Olha se estiver ligando realmente para isso é melhor passar longe deste filme. Digo de verdade. Não vá, pois o filme tem horas que exagera, como na parte em que o personagem de Vin Diesel diz para quem quiser ouvir “Estamos no Brasil” e o povo ao redor saca uma arma diferente ameaçando a polícia norte americana, esta depois indo embora com medo. Absurdo total! Esse é o menor estereotipo que tem, ok? Então a partir deste voce já sabe o que vem por aí...

Mas isso não é um premio exclusivo do Brasil. Todo país em que os EUA resolve por a mão vem carregado de visões deturpadas. A Índia tem mosca e sujeira para todo canto, na Itália toda população é mau humorada, a China é uma confusão dos diabos, o México só tem gente não querendo viver lá, todos loucos para passar para o lado estadunidense, o Canadá tem sua cultura ridicularizada, a Austrália só tem campos e mais campos cheios de canguru, fora o continente africano hospital do mundo – pobreza sem limites – ditadores que matam todos – cólera – AIDS – morte etc etc... Não dá par reclamar dizendo que o caso é brasileiro e só. Não! Todo país tem sua queixa, pois os EUA faz isso com todo mundo.

Mostrando bem o que gringo sabe fazer...
Eu já sabia que ia encontrar algo dessa forma. Logo quando vi a sinopse oficial do filme. Então por que eu fui ver o filme? Pois realmente gosto de filme de ação com brucutu e nos últimos anos, meus brucutus de adolescência na andam fazendo muita coisa que preste. Silvéster Stallone fez Os Mercenários reunindo quando todo trabuco anabolizado da década de 90, mas eu realmente não me senti atraído em ver. E Stallone para mim hoje não significa muita coisa, aliás, nunca representou. Gostava mesmo de gente como Van Dame (Retroceder Nunca Render-se Jamais, Morte Súbita, TimeCop, Risco Máximo são os meus preferidos), Arnold Schwarzenegger (os dois primeiros Exterminador do Futuro, True Lies, O Vingador do Futuro), Wesley Snipes (O Demolidor, Zona Mortal, Blade) e Bruce Willis (Duro de Matar, 2, 3, 4... Zona de Perigo, O Chacal). Mas nos últimos anos, surgiram no cinema de ação – que tenta se erguer e está conseguindo – quatro representantes desse tipo de filme: Cuba Gooding Jr que entrou para esta fileira meio que obrigado, pois sua carreira depois do Oscar em 1996 não deu certo, Jason Statham, esse assumido e sem culpas basta ver o currículo dele, dos 24 filmes somente dois não tem correria desenfreada, Dwayne Johnson que tem um time cômico muito apurado e refez seu semblante por conta da carreira de ator que leva a sério e Vin Diesel, astro de Triplo X, de parte da série Velozes e Furiosos e de uma outra iniciada com Eclipse Mortal.

É justamente estes dois últimos astros negros que estão em Velozes 5. E o interessante é ver eles explodindo, arrombando, esmurrando, gritando, fazendo o que um verdadeiro herói brucutu tem de fazer. E realmente os dois estão horrendos neste filme!!! Só mesmo em Hollywood para as lindas mulheres do filme se interessarem pelo festival de bombas da série. O que ma chamou atenção é o rosto e o corpo de Dwayne Johnson. Gente o que era aquilo? O homem tá enorme!!!!!! E conseguiu ficar horroroso. Ele, acho, é um dos poucos astros “brucutus” que dá para descrever a alcunha com aspas, pois o cara é bonito. Mas neste filme tá muito estranho. Os demais do elenco também não se salvam, somente as mulheres.

Olha o barraco...
Outro ponto do filme curioso é o Rio da franquia. Aquilo não é Rio de Janeiro coisa nenhuma... É Porto Rico modificada com computação gráfica. E só a gente sabe disso, ok? Tem imagem da cidade verdadeira claro, mas são poucas coisas. É igual a Nova York que na maioria dos filmes é rodada em Toronto e NINGUÉM repara. Substituir uma cidade pela outra é tecnicamente mais barato e pela logística do filme bem melhor, já que o Rio de Janeiro tem transito até não querer mais. A cena final com aquelas avenidas abertas... Só gringo que nunca veio ao Brasil para achar que o Rio tem tanto coqueiro e avenidas tão largas.


Caro leitor, com certeza observou que até agora – ao contrario das outras críticas – não descrevi a historia do pega-pega de Velozes 5... O por quê? Ainda pergunta?! Não importa. A historia do todo mundo atrás de todo mundo é a última coisa que realmente importa. Mesmo o filme tentando dar uma de inteligente, “olha a minha sacada a lá Oceans Eleven”, as cenas de ação são ótimas e realmente mais importantes do que o roteiro. Tanto que o filme quase não para. Desligue e cérebro e se divirta na medida do possível. O Brasil está lá, mesmo ele sendo filmado parte em Porto Rico, o Cristo Redentor também, o visual colorido para turista ver mantém sua presença e... A cena de ação do final que é uma das melhores cenas de ação que já vi na vida!!!! Que venha Velozes 6... passado em outro canto do mundo, pelo amor de Deus!!!!!!!!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Você já ouviu falar em... Colombiana?

Colombiana é o mais novo filme de Luc Besson, infelizmente mais uma vez na produção, deixando a direção para Olivier Megaton - Carga Esplosia 3. O filme, estrelado pela atriz Zoe Saldana (Avatar, Star Trek)  - que particularmente adoro! - conta a história de uma menina que depois da morte do pai é treinada pelo tio mafioso para virar uma assassina de aluguel. Paralelamente, ela age como vigilante, em busca do mafioso responsável pela morte de seu pai. O filme estreia em 2 de setembro nos EUA e em 7 de outubro no Brasil. Recentemente o trailer da produção foi divulgado. Veja abaixo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ENTREVISTA - JHÊ OLIVEIRA.

Jefferson Oliveira
Jhê Oliveira (ou Jefferson Oliveira) é ator e coreógrafo ilheense. Vive em Salvador desde 2004. No mesmo ano ingressou no Curso Livre de Teatro da UFBA, originando a montagem de Boca de Ouro de Nelson Rodrigues, dirigido por Paulo Cunha. O ator participou de duas montagens ano passado de grande repercussão na cidade OGUM – DEUS E HOMEM de Fernanda Júlia e AS VELHAS de Luiz Marfuz. Em entrevista ao PÉLICULA NEGRA, Jefferson, fala sobre o ofício de atuar, da cena teatral baiana, diretores, política e também sobre a arte de ensinar o que aprendeu.


Voce é natural de Ilhéus, seguiu o caminho de muitos artistas do interior que vem tentar uma carreira na capital do estado, Salvador. Em 2004, quando chegou, o que destaca de mais difícil e o que lhe surpreendeu positivamente na cena teatral soteropolitana?

Quando resolvi vir para Salvador eu tinha apenas 3 sonhos distintos. Já realizei os três. Lá em Ilhéus já não tinha espaço pra crescer e eu não acreditava que tudo estava ali, e realmente não estava mesmo! Tive professores como Pedro Matos e Equio Reis Grandes ícones do teatro baiano. Em 2004, quando cheguei em Salvador, acontecia o projeto ”Julho em Salvador” promovido por Virginia D’rim. Logo de cara eu falei “È isso que quero pra mim”, essa produção, essa oportunidade de fazer e de ver teatro “profissional” . Mas eu era só um jovem cheio de fantasias e vontades que me motivaram a ter o meu lugar hoje na cena soteropolitana. Mas ainda assim o que me deixa com o pé atrás é o discurso de algumas pessoas respeitáveis do meio que teimam em fazer panelas e só priorizarem “os mais experientes”. Acredito que existe lugar pra todo mundo, mas essa coisa de dizer que fulano, ganha mais porque tem mais tempo de carreira precisa acabar e logo.

Muitos atores reclamam, chamam atenção, para as dificuldades que se têm quando decidem viver de arte em Salvador, outros que conseguem se “dar bem” evidenciam o outro lado. Qual o seu ponto de vista sobre este assunto?


É realmente muito difícil! Muito mesmo! Às vezes constrangedor! Eu vivo só do “ser Ator”. Trabalhei o ano todo de 2010, esse ano já tenho meu primeiro espetáculo. Mas ainda não recebi muito cachê do ano passado, e os desse ano já estão atrasados. Falta compromisso com o repasse de verbas e isso não acontece só com o Governo não. Muitos outros contratos privados não são honrados em datas acordadas, ficamos à deriva, sem ter para quem apelar. Atrasamos o aluguel e contas. Acredito que precisamos de uma política cultural mais eficaz que não nos abandone em momento algum...

Voce não trabalhou somente com teatro, também fez propagandas e atuou em campanhas políticas, as do PT são um exemplo. Como foi para você trabalhar enquanto garoto propaganda de órgãos públicos? De alguma forma te prejudicou?

A primeira coisa que eu penso é como vai ficar minha carreira depois. Fiz.várias campanhas para empresas privadas e isso não me afetou muito. Financeiramente é ótimo! Fui fazer campanhas ligadas ao governo estadual e federal e até mesmo prefeitura, até hoje isso reverbera na minha carreira de uma maneira negativa. É claro que logo no início precisava me estabilizar financeiramente e era uma grande chance, mas você fica marcado e isso é ruim. Em 2006 fiz campanha política em Camaçari e fui ameaçado de morte. Dentro do ônibus, em novembro de 2007 tive que responder a uma senhora porque o metrô ainda não funcionava. Então comecei a entender que de certa forma eu também era responsável, pois era “ O Cara” da prefeitura. E até hoje me devem.

Pesquisando os espetáculos que fez, você participou de montagens que ficaram marcadas no cenário teatral da cidade. A Casa dos Espectros de Ângelo Flávio, Policarpo Quaresma de Luiz Marfuz, Inteiramente Nu, de Deolindo Checcucci, Ogum Deus e Homem de Fernanda Julia, dentre outros. Depois de tantos espetáculos no currículo, o que te chama atenção em um projeto e leva você a aceitar o convite feito pelo diretor?

A vontade de trabalhar mais! Eu sempre fui muito chamado pra trabalhar pela minha versatilidade e minha vontade de aprender. Hoje eu quero saber o que o papel (personagem) me diz enquanto homem. Tento me adaptar ao papel e aprender com ele. Outra coisa é a figura do diretor, sou apaixonado por eles, quando vejo o diretor sem saber o que fazer me desespero, mas sei que ele tem a solução. Gosto também dos que estudam em casa e já chegam prontos. Levo em conta também os colegas de elenco, não da para trabalhar com quem não se tem afinidade! E eu sou turrão pra caramba. Implico facilmente. Mas tenho tido a alegria de sempre estar em projetos vitoriosos. Acredito que o ator faz isso acontecer!

Ao lado de Jussara Mathias, Val Perré e Fernando Santana
em Ogum Deus e Homem dirigido por Fernanda Julia.
Existem profissionais do teatro baiano que ainda não trabalhou e deseja? Quais e por quê?

Muitos. Estou “namorando” muitos. Mas tem um que fiz um trabalho lá em Itabuna .Eu tava novinho ainda e queria muito ter a oportunidade de reencontrá-lo em sala de ensaio. Fernando Guerreiro. Também tem Hebe Alves, e Marcio Meireles. Os porquês não vou responder!! kkkk

Além de ator voce também é coreografo. A impressão que tenho é que o teatro tem muito mais espaço apesar das dificuldades, além de uma predisposição do público baiano em ver espetáculos teatrais. Isso é verdade? Em sua opinião, como anda o cenário da dança na Bahia?

Sinto a dança tão distante do teatro, teve um tempo que vivia nos dois núcleos. Eu me formei na Funceb e isso me fez crescer muito, como homem e como artista. Decidi não ser dançarino e sim coreografo, porque adoro criar. Acho que a dança tem que abrir mais e aceitar mais o teatro e digo isso do teatro também. Sofro muito precoceito por ter sido dançarino. Alguns atores fazem boicotes por eu ter uma predisposição para dança. A dança e o teatro deverian andar mais juntos. A dança na Bahia tem seus momentos de respiração, mas depois é abafada. Acho isso ruim, tem tanta gente boa...

Você vem construindo um caminho diverso na sua carreira como ator e coreógrafo. Ela é permeada por participações em cinema, vídeos, campanhas publicitárias e em projetos sociais para adolescentes e crianças. Centrando neste último ponto, qual o seu objetivo em levar para este público o seu trabalho?

Eu sempre dei aula para crianca e adoro! Agora estou meio parado, mas tenho um projeto de levar o que aprendi para crianças e idosos. Acredito que vai ser bem legal.

A premiada atriz Andrea Elia e Jefferson contracenando
em As Velhas de Lurdes Ramalho.
Voce também ensina a sua arte. Como vê seu ofício do ponto de vista do professor, já que são visões diferentes sobre o mesmo trabalho?

Acredito que é pela educação que a melhoria aconteça. Quando penso em ensinar arte, lembro que eu não tive essa oportunidade. Então está na hora de levar o que eu aprendi a outros e por isso sou feliz em sala de aula. Não me considero um professor e sim um facilitador, pois também sou aluno dos alunos. Acabo aprendendo com eles!

Como foi a experiência ano passado de estar em dois espetáculos super concorridos pelo público aqui em Salvador? As Velhas e Ogum – Deus e Homem. Com foi o processo de construção das duas montagens para voce?

Em média em Salador o que faço por ano são 2 espetaculos! O processo em Ogum foi muito bom, por se tratar de algo muito pessoal pra mim. Minha religião. Por mais que eu soubesse que era teatro, não dava pra não fazer uma ligação com o divino. Mesmo o teatro já tendo essa ligação com Baco, que pra mim e super divino. O processo foi divertido complicado, por contas das relações humanas, mas o resultado foi belíssimo. Em As velhas, já me senti mais maduro enquanto ator! Marfuz é muito bom, quando se trata de ator, ele tem cuidado, e sabe qual o limite. Pra compor meu personagem, voltei muito pra minha infância, para minha vida em Ilhéus. E nas fazendas que minha mãe trabalhou. Reencontrei grandes figuras que ajudaram a compor o mascate, que na minha concepção, marca minha carreira. Sem duvidas um ano onde o homem e o ator se juntaram e decidiram juntos, seguir em frente.

Recentemente em Salvador, Pólvora e Poesia se destacou na cena baiana por ser produzida por um dos atores do elenco. Também já trilhou este caminho de ser produtor/ator? Ou pensa, em um futuro projeto?

Em Ilhéus eu mesmo produzia os espetáculos infantis que fiz. Minha mãe já financiou espetáculo meu com dinheiro do tabuleiro dela. Na época nós trabalhávamos muito com apoio. Lá não existia edital. Hoje penso sim em fazer como Thales, ator de Pólvora! Está na hora de voltar a pensar que uma lata de tinta e um pedaço de tecido como apoio também é bem vindo. E eu acredito que todo esforço é valido! Tenho um projeto pessoal, que esse ano vai acontecer. Eu vou produzir e atuar, com uma grande amiga do meu lado.

domingo, 1 de maio de 2011

MARGARETH MENEZES - NATURALMENTE AO VIVO

Este cd, INFELIZMENTE, não está a venda... Produto promocional de uma das cantoras mais influentes da música baiana, este Naturalmente Ao Vivo é um dos melhores cds de Maga. Terceiro ao vivo da cantora, foi gravado este ano na Concha Acústica do Teatro Castro Alves - show que fui ver de perto e realmente trata-se de um trabalho incrível.
Primeiro que Maga propõe se reinventar, traz roupagens novas para músicas que o público achava dominar... Um forte exemplo é a versão rock de Faraó e O Quereres. Por sinal, a cantora neste novo trabalho, está mais rock do que nunca! Tem até participação de Andreas Kisser em duas faixas. Regrava sucesso do Capital Inicial, Primeiros Erros, (seu erro de esquecer a letra foi retirado da versão final, é claro!!!), de Marcelo D2 com Qual É? e Os Cegos do Castelo dos Titãs - uma linda versão por sinal, misturando rock com afro music.
Ponto alto do cd? Maga se reciclando!!! Começa com o que esperamos dela... afro, samba-reggae, de ótima qualidade, letras e sonoridade virada nas 600 (!), para ter uma idéia, Saudação ao Caboclo (Selei), Coco do M e Na Ponta do Pé vem de uma vez só. Quando acha que o cd está totalmente sob controle, vem Faraó versão rock. Ai o cd vira de cabeça pra baixo, mostrando uma cantora que realmente não segue a rótulos, mas mantém influencias de suas raizes muito bem demarcadas. Logo depois, dessa passagem de Maga pelo rock Dança de Yaô, Dandalunda / Toté de Mainagá vem para fechar o cd...
Fechar o cd? Não mesmo. Margareth ainda inclui um pedido - quase uma ORDEM do público que a interrompe cantando a todo volume um de seus maiores sucessos e clássico da música negra, Elogibô. Como ela diz, "Vocês não pediram?"... O cd então acaba de uma das melhores formas! Muito bom registro. Parabens Maga, por um cd realmente impressionante.