quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
O Oscar, os negros e blá blá blá...
Eu sou uam das cinco, tá meu bem???? |
Mais uma festa do Oscar. Prêmio mais famoso do cinema. Ontem, um dos filmes chamava atenção: Historias Cruzadas com suas poucas mais merecidas indicações. Entre elas, duas eram a todo momento burburinho: Melhor atriz para Viola Davis e Octavia Spencer como atriz coadjuvante. Das duas a segunda ganhou. Além dela, Oprah Winfrey estava lá marcando presença no salão nobre em novembro para receber o premio por contribuição ao cinema junto com o ator James Earl Jones, mais conhecido pela voz do vilão Dath Vader da série Guerra das estrelas e também seu trabalho em O Rei Leão. Eu nem vou falar nada sobre a derrota de Carlinhos Brown com a canção de Rio, bizarrice da noite...
Motivos para se orgulhar não? Para mim não muito. Não é a primeira vez que uma atriz negra ganha fazendo o papel de uma empregada doméstica boca solta e ousada. Lembra de E O Vento Levou em que a atriz Hattie McDaniel foi a primeira negra a ganhar o Oscar? De lá para cá pouco mais de 90 atores e atrizes negras (juntando todas as catogorias) conseguiram ser indicados. Sim, estou contando com as indicações repetidas a determinados atores. É muito? Não! São mais de 80 festas do Oscar, com 5 indicados geralmente nas categorias de ator/ atriz principal e ator/atriz coadjuvante. É só fazer as contas...
Das inumeras indicações tivemos alguns poucos (!) ganhadores. Hattie (em ... E o Vento Levou), Whoopi Goldberg (Ghost - Do Outro Lado da Vida), Jennifer Hudson (Dreamgirls), Mo'Nique (Preciosa) e neste ano Octavia Spencer (Histórias Cruzadas) como atrizes coadjuvantes. Com os homens, Sidney Poitier (Uma Voz nas Sombras), Denzel Washington (Dia de Treinamento), Jamie Foxx (Ray) e Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) como atores principais. Helly Berry é a única com o prêmio de melhor atriz e na categoria ator coadjuvante temos Denzel ( Tempo de Glória), Louis Gosset Jr. (A Força do Destino) e Cuba Gooding Jr. (Jerry Maguire). Com os diretores fica pior: John Singleton concorreu a melhor diretor por Os Donos da Rua em 1992, e Lee Daniels foi indicado em 2010 por Preciosa.Pensou em Spike Lee foi? Somente como roteirista por Faça a Coisa Certa...
Neste ano, um filme liberal estava no páreo com 4 indicações. E suas interpretações são estupendas com certeza, até aumentando o significado para o filme. Mas apesar das duas atrizes realmente fazerem um trabalho fenomenal, a produção dá muito mais espaço em tela para a histórias das brancas e o LIVRO em que o filme é baseado é sobre as historias dessas empregadas e nao sobre as patroas, seus xiliques e sua vida sem grandes acontecimentos.
Ai eu me pergunto... O Oscar serve para?... Com certeza Octavia vai catapultar sua carreira se souber dar um destino diferente da que Cuba Gooding Jr e Hally Berry deram a deles... O Oscar, como qualquer premio, serve para seu "curriculo" se transformar, voce ganhar dinheiro, bons projetos aparecem, mas isso só se o artista tiver juizo.
Mas eu realmente gostaria de ver atrizes como Octavia e principalmente sra Viola Davis fazendo filmes que realmente prestassem, com enredos que fossem bons de verdade!!! Não a babozeira liberal que vi na tela. Elas são ótimas? Com certeza, mas o talento delas deveria ser lembrado em outros trabalhos também. O submisso ainda enche os olhos da academia...
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Entrevista: Débora Almeida
Débora Almeida |
Conheci Débora Almeida na apresentação do seu espetáculo solo Sete Ventos aqui em Salvador. Aliás, monólogo estupendo, lindo de se ver, texto ótimo, bom humor e drama equilibrados, participação da platéia sem constrangimento da mesma, tudo de muito bom gosto. Logo depois do espetáculo, aconteceu um bate papo com a atriz, onde a platéia teve contato com uma pessoa doce, engajada, com sorriso largo, conquistou todo mundo no primeiro momento. Em meio a tantas atividades que faz e a folia do Carnaval, Débora nos concedeu essa entrevista. Nela revela seu processo de criação, sua carreira e sua visão sobre o teatro brasileiro e também é claro sobre cultura negra. É provocada e provoca de volta, como toda guerreira que domina as tempestades...
Sete Ventos é um monólogo teatral baseado em depoimentos de mulheres negras e no mito de Iansã. Nele voce está como atriz, mas também como produtora, diretora, pesquisadora e dramaturga. Nesta experiência o que trouxe da Cia dos Comuns para abrilhantar o trabalho em Sete Ventos?
Na Comuns eu fiz de tudo porque na Comuns a gente faz de tudo. Lá o ator é estimulado a não ficar somente na posição de intérprete. A gente improvisa, pesquisa, produz, inclusive o Cobra (diretor da Cia) ressalta o tempo todo como isso é importante, no sentido, de sermos donos da nossa arte, atores em todos os sentidos. Cada um, além de ator, acaba se destacando mais em um ou vários lados e, como eu experimentei de tudo, acabei estando em todos os setores do espetáculo naturalmente. A experiência de ter passado pela Comuns me possibilitou dar vazão a outras potencialidades que eu já tinha, mas que estimulava pouco ou timidamente.
Voce também é professora de teatro em escola da rede pública de ensino no Rio de Janeiro. Temos a concepção de que o trabalho neste setor é sempre ensinar. Mas o que de lá traz de conhecimento com seus alunos para a sua carreira como atriz e produtora profissional?
Costumo dizer que as crianças de sala de aula apontam sempre uma nova possibilidade, apontam sempre algo que dialoga com o teatro contemporâneo, pois explodem todas as convenções teatrais, e isso é muito bom, pois apontam novas possibilidades, como, por exemplo, a relação com a plateia. Elas já trazem a proposta para assuntos pesquisados por vários artistas sem saber, sem teorias, baseadas na vida que está acontecendo ali naquele momento. É incrível. As crianças não deixam o meu olhar ficar parado, olhando em uma só direção. Elas sacodem o tempo todo e isso, para o artista, é muito bom.
Como foi o processo de construção do monologo Sete Ventos? O texto, as personagens, o artifício de se dirigir...
Foi uma pesquisa iniciada ainda em 2008. Eu estava pesquisando para o mestrado e o foco era: Iansã e Teatro negro. A pesquisa sobre o universo feminino me acompanha desde o desde o meu primeiro espetáculo na Comuns. No meio do caminho resolvi fazer um espetáculo, queria experimentar o que estava pesquisando. Daí, aliei à pesquisa teórica a pesquisa prática, com laboratório prático, improvisando na cena com base no que eu estudava e produzia teoricamente. Daí começou a surgir o texto. Eu improvisava, escrevia um texto baseado no improviso e depois voltava para a cena para ver se o que foi escrito servia. Comecei a organizar as cenas criadas nos temas que eu queria tratar e daí fui organizando o texto. Com o passar do tempo, comecei a chamar os outros artistas da ficha técnica. Primeiramente a Aduni, que quando viu que eu já tinha uma pesquisa e toda a noção estética do que eu queria me disse que somente eu poderia dirigir o espetáculo, pois já sabia tudo o que queria fazer. Daí, a Aduni se propôs a fazer a supervisão teatral. Depois fui trazendo os outros artistas, falando sobre o trabalho e a pesquisa. Em 2009 dei um prazo para tudo ficar pronto e resolvi estrear.
Em Sete Ventos é um dos poucos espetáculos que vi com temática negra em que o humor está presente como característica intrínseca do espetáculo. E um humor saudável! Muitos espetáculos tocam na “questão” do negro de forma séria, dramática... Por que escolheu o humor para compor as personagens negras que faz no palco?
Interessante você me falar isso, porque nunca vi o humor no espetáculo dessa forma, nem penso que seja uma comédia. E o humor não foi uma escolha, ele simplesmente veio porque eu sou assim: penso muito sério e ajo com seriedade e também com humor, e em Sete Ventos você vê a tragédia e a comédia juntos. Eu sou assim. Daí a minha obra só poderia ser assim também. Mas não acredito no humor com uma função de simples entretenimento distanciado da realidade, isso é alienação e submissão ao que já está posto. O humor distancia com o riso, mas te faz pensar sobre o ridículo da situação em que nos encontramos e como somos ridículos em aceitarmos. Há situações relacionadas às questões negras que são tão surreais que parecem piada, mas são verdadeiras e doloridas. Por que eu rio de uma mãe desesperada dizendo que os filhos claros que ela tem são filhos dela sim? Porque o racismo não nos dá o direito de sermos diversos da imagem comum do negro, e isso é doloroso. A forma mostrada pode até causar algum riso, mas quando paramos de rir vemos o quanto isso é doloroso, não é engraçado. A gente até pode rir, mas quando a tonteira causada pelo riso passa, dá vontade de chorar. Quando eu era criança nunca achei engraçado as minhas vizinhas me xingarem e se valerem da cor negra “mais clara” do que a minha para isso, e isso me causava dor. Causa riso no teatro porque é ridículo e nós vivemos em uma sociedade que permite que vários ridículos aconteçam. Mas o ridículo não é engraçado, é pior do que a tragédia. Essa é, inclusive, a diferença entre o humor e a tragédia. A tragédia nos faz chorar momentaneamente, a gente acha lindo e depois vai para casa com a sensação de alívio “Opa, chorei, mas já passou.”, a comédia te pões contra a parede e te faz perguntar “Por que eu gargalhei diante de algo tão sério? O que eu vou fazer com isso agora?” Mas eu nem vejo tanto humor assim no espetáculo, vejo que há cenas de humor da mesma forma que há cenas trágicas. Não compus o espetáculo pensando nisso, meu foco principal era falar da mulher negra e contar as suas histórias. Me baseei na vida, e a vida é trágica e cômica a todo o tempo.
Cena de Sete Ventos, foto Guina Ramos |
Vemos muitos espetáculos com atores negros no Brasil diretamente ligados a temática negra... Ou seja, a sua cor importa dentro da trama. Existem casos como o de Lázaro Ramos, ele fez espetáculos/filmes que sua cor está isenta no palco ou no texto. No cinema/teatro norte americano vemos casos de atores e atrizes que fazem papéis que não são necessariamente escritos para negros... Atualmente como se constrói, para voce, o lugar do ator negro na dramaturgia brasileira?
Quem está construindo o lugar do ator negro na dramaturgia brasileira é o artista negro porque os outros artistas, em sua maioria, não pensam nem que existem pessoas negras, quem dirá atores negros, lembram somente quando o personagem é um bandido que vai passar batido lá atrás da cena, porque se o bandido for o protagonista ele vai ser branco. A invisibilidade do negro na sociedade brasileira se reflete na dramaturgia e na arte, de forma geral. A gente não está representado em lugar nenhum, só em lugares gerenciados por nós. Vi uma revista feminina famosa dia desses, folheei do início ao fim e não tinha um negro, nem em propaganda. E o pior: o editorial de moda era no Caribe, mas a modelo era branca feito uma folha de papel. Os negros apareciam como papel de parede das fotos. É assim que os brancos nos veem: como papel de parede para as histórias deles. Para eles isso é normal, pois já tem o espaço deles garantido há séculos. O que está mudando é o que está sendo imposto pelas leis criadas pelo segmento negro e que a maioria dos não negros critica, pois não quer perder o seu espaço. Agora, não existe essa história de ator negro descolado da cor negra. O adjetivo racial sempre aparece porque há um lugar onde a sociedade nos colocou e quer que continuemos, mesmo que prosperemos economicamente. Isso faz com que um personagem negro, mesmo sendo de classe média alta tenha em alguma parte da sua estória um traço que eles, o brancos, consideram característico do povo negro, como um pai alcoólatra, um irmão bandido ou viciado, mesmo quando o estigma não está no personagem negro, ele acompanha a vida do personagem através de algum parente próximo. É o “pé na senzala”, a mensagem intrínseca que diz “Você está aqui, mas não é um de nós. Seu passado te condena”. Ou “Você não é bom o suficiente, pois a sua história é um desastre”. E o pior é que quem escreve acha que está sendo legal, pois está descrevendo uma historia tipicamente negra, pois todo negro passa por isso, “Toda família negra é assim”, pensam. O racismo é tão normal entre a gente, que ninguém nem pensa que descrever um negro sempre com passado de banditismo também é racismo, acha que é normal. Eu não tenho um pai que bate na minha mãe, não tem bandido e nem viciado na minha família, meu pai era advogado e eu sou negra. Existem famílias negras assim também, somos normais. Esse foi o principal motivo que me impulsionou a produzir Sete Ventos, para mostrar que somos normais e que a bebida que está sobre a nossa mesa nem sempre é cachaça, como gostam de mostrar, pode ser água, pode ser café. As nossas histórias, as de nossas famílias são bonitas e tem que ser contadas por nós, temos uma gênese digna de reis e rainhas, de pessoas boas e quando algo de ruim nos acontece não é porque somos de sementes ruins, haverá uma explicação histórica para isso , pois somos seres humanos e vivemos uma história, e no caso do povo negro, fomos retirados de nossa terra e trazidos cativos e escravizados para o Brasil, mas a nossa história tem mais de 5 mil anos de riqueza e realeza, sabedoria e mitologia, e não somente 500 anos de escravidão que querem nos jogar pela goela abaixo.
Voce tem experiências em teatro, televisão, cinema, produção, ensina teatro, é pós graduada em Arteterapia em Educação e Saúde. O que de uma experiência voce leva para a outra, complementando ou até melhorando as suas varias identidades artísticas?
E ainda sou escritora e militante negra! Tudo faz parte da mesma identidade, mas minha formação primeira é ATRIZ e essa é o carro chefe. Todas as minhas formações vieram por causa do teatro e uma coisa veio puxando a outra. Eu só fazia teatro adulto, um dia fiz teatro infantil e me encantei com as crianças, daí quis ensinar teatro também. Também precisa me sustentar. Depois, o magistério me mostrou que se eu buscasse outras informações, minha prática em sala melhoraria, daí fui cursar Arteterapia em Educação e Saúde. A produção veio como uma necessidade de me apropriar do meu trabalho, porque ser ator no Brasil é complicado e ser ator negro, é mais complicado ainda. O bom disso tudo é que eu fico com uma visão macro da coisa, não fico só no meu mundinho. Saber o que está sendo feito no teatro e estar produzindo teatro, estar conectada com a política, ser militante negra, me ajuda a orientar melhor os meus alunos e o olhar deles me ajuda a entender o que está sendo construído hoje. O exercício da escrita é contínuo, pois tenho que produzir para o teatro e para a sala de aula. Como atriz, depois que eu comecei a produzir me senti mais forte, pois agora eu tenho o volante nas mãos. Mas a maior contribuição foi a entrada na Militância Negra, a consciência de quem sou e do que sou feita, onde estou e de com quem eu posso contar me fortalece todos os dias antes de sair de casa, na rua e quando eu volto, porque ser negro no Brasil, é muito difícil. A cada minuto você tem um problema para resolver.
No espetáculo Sete Ventos voce provoca muito o público. Começa logo o espetáculo perguntando “que cor tem meus olhos?”, “Como é o meu cabelo”... E quando a resposta não é condizente com a real cor, textura daquilo que se refere?... Voce está falando de um cabelo que é considerado ruim, uma pele que é dita como morena... Como o publico reage a esta parte do espetáculo?
Já teve gente até chorando com as perguntas, que parecem tão simples, né? Tem gente que fica com medo de me magoar dizendo que eu sou negra, acham que vou ficar ofendida, mesmo sabendo que é um espetáculo baseado em depoimentos de mulheres NEGRAS. Mas a intenção é essa mesma, colocar em questão o que mais incomoda: me chamar de negra, dizer que meu cabelo é crespo, que a minha pele é negra.É discutir em trânsito o assunto. Isso faz o espectador repensar os seus paradigmas. Muita gente pira porque descobre que sempre foi uma pessoa legal, mas com atitudes racistas. É para desconstruir mesmo. Teve um dia em que o movimento negro estava em peso no meu espetáculo, estava lindo. Daí um cara me chamou de morena, o pessoal começou a falar na hora, eles começaram a discutir. Eu achei ótimo! É isso aí. Porque o racismo se combate no cotidiano. No dia a dia, as pessoas tem medo de chamar alguém da minha cor de negra, logo também terão no espetáculo. Ao falar disso no espetáculo eu pergunto por que do medo da minha cor. Daí, o espelho que me reflete, reflete também o pensamento da plateia.
Voce mora em um estado que é pólo da teledramaturgia no Brasil. Muito mais que São Paulo. E é almejado por muitos atores brancos/negros fora deste circuito. Qual a real situação do ator negro no Rio de Janeiro? Dá para sonhar com carreira tranqüila, digna e com bons papéis?
Negro na Tv brasileira, com raras exceções, só faz papel de bandido, empregado ou escravo, passa por detrás da pilastra e dá um texto monossilábico, pronto, e mesmo quando a novela é sobre escravidão o personagem principal é branco. Na TV, nem a nossa história está nas nossas mãos. Para que isso mude, é preciso educar muito quem está lá dentro, pois a classe média alta, que é quem comanda a TV ainda tem uma visão muito estereotipada sobre o negro brasileiro. Temos também que rever os papéis, nossas famílias são sempre desestruturadas, com homens alcoólatras, mulheres submissas ou sexualizadas e filhos entregues à bandidagem. Chega, né. Agora, ator nenhum, nem preto, nem branco pode sonhar que vai ser tudo fácil, porque isso é pra uma minoria. Para o negro é pior, pois na tv, enquanto lançam um ator branco por semana, um ator negro é lançado somente a cada uma década (quando é), e a gente não tem gente nossa no comando, com direito de voz e com uma visão mais engajada. Daí, a gente faz como todo grupo de excluídos faz: nós criamos a nossa própria forma de produzir. Só que para isso precisamos de dinheiro, e ele ainda está nas mãos de alguns brancos. A gente já está avançando e outros lados, tem o Lázaro na TV Brasil, por exemplo, mas é em uma TV fechada.
Vemos muito o discurso de que fazer arte no Brasil não é fácil. E realmente não é. Para uma atriz negra então fácil é que não deve ser. Em seu currículo muitos de seus trabalhos são de exaltação e respeito à cultura negra. Mas sei que o que é oferecido na maioria das vezes é justamente o contrário. E logo este contrário subalterno dá dinheiro. Como é viver nesta dicotomia da arte no Brasil?
Olha, eu tenho uma grande sorte na minha vida, digo sorte porque muitos negros não sabem o que é isso e exatamente porque não sabem, vão morrer se odiando, querendo alisar o cabelo, se achando errados, querendo nascer de novo e voltar branco. Eu tenho o Movimento Negro na minha vida e isso me dá o espelho que serve para eu me ver e me proteger, meu espelho é imagem refletida com a beleza da história do meu povo e o escudo que me protege. Novamente eu digo: o movimento negro me mostra quem eu sou, onde eu estou e com quem eu posso contar e é isso que me alimenta. Não sou filiada a nenhum partido e nem de nenhum movimento com nome e sobrenome, mas faço teatro negro, estou em um fórum de arte negra, estou no movimento cultural negro e sou filha de Oyá. Isso me dá força para aceitar somente papéis que eu considero dignos para uma atriz negra brasileira, porque eu sei que um ator negro em cena representa toda uma população. Agora, não sou mulher maravilha, muitas vezes fico casada e penso que o melhor seria estar alienada a tudo, ganhando o meu vil metal. Mas basta pegar o telefone e ligar para um de meus pares, artistas negros que conheci na militância negra, que tudo volta a “escurecer”. Ainda bem que eu tenho o movimento negro na minha vida, ainda bem que eu tenho meus amigos artistas negros militantes na minha vida, ainda bem que eu fui da Comuns, que eu tenho o Cobrinha, sou filha da minha mãe Dalva e neta da minha avó Aurea, irmã de Daniela, filha de Francisco, tendo como amigas e amigos pessoas que estão ao meu redor celebrando e lutando .
Em Sete Ventos, uma de suas personagens é advogada que diz que não ficou rica, pois defende casos de racismo, pessoas negras... Como voce vê a relação entre artista e público consumidor de arte negra no Brasil?
Ela ainda não ficou rica porque não vendeu a sua ideologia, está trabalhando defendendo pessoas negras, em sua maioria trabalhadores discriminados e pessoas simples, e essas não vão pagar um milhão. E ela acompanha essas pessoas, orienta sobre o que farão com o dinheiro da indenização. Seu trabalho é de defesa de direitos e educação. A comunidade negra está querendo consumir cultura negra e gosta quando isso acontece, mas, nós artistas negros esbarramos com algo que é o nosso maior empecilho: a falta de dinheiro. Temos grandes artistas negros, mas precisamos de dinheiro para trabalharmos. É preciso que se pense a arte negra no âmbito das políticas públicas, ou seja, precisamos de editais específicos para as nossas expressões e precisamos ter uma melhor entrada nos editais de cultura e arte já existentes, ter pessoas na comissão julgadora que entendam de arte negra e não nos classifiquem como projeto social ou folclore. Outro problema grave é a falta de mídia. Esse é o item mais caro de um projeto cultural e o que dá mais trabalho para implementar. Não temos ainda uma boa entrada na mídia oficial porque acham que a gente é específico demais ou nos taxam de racistas ao contrário. E ainda tem a falta de vontade, o preconceito. “Ah, é peça de preto reclamando, é peça de orixá”. Brecht também reclama, mas como é branco pode, né. Paixão de Cristo pode, mas candomblé não pode. Por que? Porque o racismo diz que a religião de matriz africana é errada e que o estado, que deveria ser laico, pode e deve difundir ideologias cristãs, pois o pensamento da maioria que cultua as religiões cristãs diz que o certo é o mundo todo ser cristão, que temos que ter um Deus único, que são os único certos. O negro quer se ver em cena sim, mas para que isso aconteça é necessário que o artista negro tenha condições para produzir e difundir o seu trabalho, e com uma verba digna, não com um dinheiro que vai pagar meio cachê para a equipe obrigando todos a terem outras fontes de renda além do ofício de ser artista. Queremos igualdade no direito de expressarmos nossa arte e realizamos nosso trabalho.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
HISTÓRIAS CRUZADAS
Historias Cruzadas é um filme sobre racismo feito para brancos! Sem mais delongas, não é mesmo? Para que começar frisando pontos técnicos, blá blá blá?... Vou realmente ao que interessa. É um filme feito para quem o fez! Poderia começar de outra forma, mas não dá. A cada cena, a cada fala, a cada discurso o filme mostra para que veio. E justamente por isso, está na lista dos dez mais do ano passado segundo a Academia de Cinema norte americana. É o patinho liberal de 2012. Ano passado Minhas Mães e Meu Pai fez este papel. Filme bom, mas não tão bom quanto inúmeros por ai, que é colocado na lista por conta do politicamente correto e só. Ano passado foram os gays, dessa vez... os negros são o alvo.
Baseado no livro A Resposta! de Kathryn Stockett o roteiro de Tate Taylor, que também assina a direção do filme, foca na jovem Eugenia, mulher branca a frente do seu tempo. Ao contrário das mulheres da cidade onde vive, ela quer trabalhar, não pensa em um casamento como extensão da vida, sonha em ser escritora e é inteligente. Enxergou a heroína ai?... Nossa heroína metida a vanguardista tem uma idéia: fazer um livro onde o alvo principal são os depoimentos de mulheres negras empregadas domesticas sobre seu trabalho. Ela quer ouvir suas histórias, seus dramas, saber do dia a dia destas mulheres.
Um grande mote certo? Sim! O livro – ao que me parece, pois não o li – foca justamente nestas mulheres negras empregadas domésticas que vão revelando junto ao trabalho, as historias dos seus patrões brancos, como cuidam ou não dos filhos, como lidam com os negros, as fofocas e como a branquidade vê na negritude uma subalternidade eterna. Apesar de ser obvia, a historia do ponto de visto histórico é interessante, pois dá voz a quem nunca teve... Em Historias Cruzadas esta voz que tanto se almeja nunca chega!
Apesar das interessantes historias levantadas inicialmente pelas empregas interpretadas por Viola Davis (BRILHANTE!!!) e Octavia Spencer o filme centra sua atenção nos brancos! Ele parece abrir a porta da cozinha para ouvir o povo que ali está, mas na verdade gosta mesmo de ouvir os “sub traumas” de garotas brancas fora dos padrões do seu mundinho racista, sofrem por isso e vê nos negros um suporte para os seus dramas. Ou seja, sou rejeitado e voce também é, então estamos todos nós no mesmo lugar!... È?...
Duas mulheres ganham destaque: A protagonista que não deveria estar neste lugar, Eugenia que se acha feia, mas é bonita de coração, não se arruma como as outras, anda descabelada, está no lugar errado, defende aqueles que não se vêem neste mundo. A vanguarda clichê ajudando os oprimidos. Quer algo mais liberal do que isso?... E Celia – mulher branca que não sabe cozinhar, nem dar ordens a empregas, se arruma com trajes curtos, sofre de abortos naturais, é tida como vagabunda pela sociedade e mora em uma casa gigante que precisa urgentemente de limpeza. Duas mulheres brancas que são o oposto do resto dos brancos da historia.
Aliás, filmes liberais sempre são dicotômicos: ou os brancos são racistas, matam, humilham, xigam os negros. Ou são bonzinhos, convidam até o negro a sentar-se à mesa da sala de jantar com toda pompa. Sim, essa cena está no filme... Brancos reais não existem na tela. Sabe aquele sujeito que é seu amigo, mas que na complexidade do dia a dia ele, mesmo legal, tem signos racistas que não consegue dar conta, nem assumir, nem trabalhar?! Este tipo de personagem, o cinema norte americano não tem capacidade de construir.
Do ponto de vista político, Historias Cruzadas é duvidoso, cínico, fajuto, liberal frustrado. Mas maquia tudo de uma forma impressionante. Figurinos perfeitos, cenários incríveis – reparem no espaço gigantesco e frio das casas dos brancos contrastando com o apuro familiar em meio aos casebres das empregadas negras. A fotografia é deslumbrante, o ar parece carregado nos cenários construídos para os personagens negros; enquanto as salas do núcleo branco são claras e arejadas as cozinhas da mesma casa parecem ferver. O trabalho do elenco é fenomenal: Viola Davis, então, arrasa! Um gesto no corpo desta atriz significa muita coisa.
As historias que realmente interessam, das empregadas negras, a complexidade de criar uma criança amável, que no final das contas se transformará em cópia racista do pai, as humilhações, as fofocas, são deixadas de lado. Uma ou outra coisa é deixada sobre a mesa. “Não bata nos filhos dos brancos! Eles mesmos gostam de bater nas suas crias. E como batem!”, o carinho ficava com as negras, mas na hora de apanhar nenhum branco queria ver sua cria apanhando de uma negra. Tem mais historias, contadas superficialmente pelo roteiro.
Historias Cruzadas não vai ganhar o premio de melhor filme. E duvido os outros também. Mas marca o seu posto de filme liberal do ano. Exemplo politicamente correto para os racistas se sentirem melhor com um filme que os representa, mas não os aprofunda.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
SINCERAMENTE...UM ÁLBUM PARA...
SUPERAR!!!...Ao ouvir este terceiro cd da cantora Paula Lima sempre me pergunto o que deu na cabeça dela em gravar tantas músicas de superação. Sabe aquele sensação que vem ao fim do namoro? Aquela tristeza, aquela coisa ruim, depois de um tempo já separado?... Pois então, este cd faz você desaparecer com todo esse borocoxô. A cada faixa Paula e seu Samba Chic vão plantando uma energia positiva, uma vontade de parar de chorar, viver a vida, pois a fila anda, não é mesmo?
O cd abre com Novos Alvos, a semente começa a brotar com uma melodia light, suave e letra que remete alguém que já esta cansada de perder tempo, quer mirar um novo caminho, se enxerga em um outro patamar, muito melhor... Como Diz o Ditado vem logo em seguida, a pegada black cresce e se mistura a uma "hard bossa nova" (isso você só entende ouvindo...), junto com um sambinha gostoso de ouvir. Tirou Onda pode ser considerada o hit deste trabalho. Simples, superação a toda prova, quase um I Will Survive da Lapa. Exageros a parte, a terceira faixa é deliciosa para cantar se você teve um (uma) ex insuportável. Para mim, a melhor música vem logo em seguida: Negras Perucas. Juventude, superação (olha ela!!!), renovação, "seremos jovens por dentro/ mesmo com nossas pelancas e rugas / com brancos véus/ negras perucas" a letra é forte o swing é gostoso demais. Em Tudo Certo Ou Tudo Errado é praticamente um convite ao amor e ao samba, novamente a suavidade do samba a lá Sra. Lima chega com presença. Let's Go cantada por Seu Jorge (a letra é dele, colaborador fixo (rs) de Paula) não é lá essas coisas, mas na voz da cantora a canção sobre alguém que descobre o amor dos seus sonhos fica ótima. Lembra Jorge Ben. Eu Já Notei é black music sem mistura, assumida, de pegação mesmo, está nem ai pra o amor, romance ou seja lá que mais frusfrus apareçam. Para mulheres de atitude, ou melhor, somente elas.
Eu Já Notei desce mais a energia (sem abandonar o balanço) para falar de lembranças de um tempo bom, em que o amor reinava em paz, mas a interprete tem consciencia de que tudo acabou e que é preciso acima de tudo seguir em frente... Acho que depois de Negras Perucas é a melhor do álbum. Já Pedi Pra Você Parar é divertida, sambinha miudinho de gafieira, som malandro, letra idem... Flor de Maracujá, exemplar intimista do cd. Pequena em comparação aos outros, mas não deixa de ser contagiante. Quero Pegar volta a batida black, mas sem grandes apostas. O cd termina com Saudações, o máximo que Paula Lima pode ser política. A letra é de nada mais que Leci Brandão.
Neste trabalho Paula está muito mais contida. Seu balanço continua o mesmo, contagia todos os momentos, mas não tem mais a responsabilidade de provar que canta, então dá muito mais valor ao som e interpretações simples. Essa responsabilidade de firmar território vinha muito no segundo cd, agora esparece. A cantora tem seu nome escrito no cenário da black music brasileira com tranquilidade. Afirmou já que seu desejo nunca foi de fazer MPB, graças a Deus. Aliás ela faz...Como diz Sandra de Sá: MPB - Música Preta Brasileira.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Axé: Por uma música apolítica...
Greve dos PMS na Bahia, inúmeros saques a lojas, pânico nas ruas, assassinato aos montes, governo tratando grevistas como terroristas, televisão e facebook tratando de hora instaurar o terror, hora dar informação de qualidade... No meio disso, uma tentativa desesperada das autoridades em conseguir acordo – da forma deles – pois daqui a uma semana acontece o Carnaval, uma das maiores e mais rentáveis festas do país. Como o próprio governador afirmou está tudo pronto para a festa acontecer... E os artistas estão desesperados para que sua principal vitrine aconteça.
No meio de tantos acordos, desavenças, arrastões... O cantor Carlinhos Brown dá depoimento sobre seu nome em meio aos concorrentes ao Oscar de melhor canção e solta essa: “Estou trocando o Oscar pela paz na minha cidade e no meu país. Minha cidade deste jeito e eu pensando em comemorar? Não dá. Meu troféu é a paz. (...) Vou fazer o carnaval se tiver segurança. Sem isso, não dá. Não é que a cidade seja fascista. Mas tem gente que aproveita e vira baderneiro por 24 horas. A gente não quer ver cidadãos mortos, não quer ver guerra. Eu me sinto envergonhado de ser incapaz de fazer alguma coisa. A gente (os artistas) foi muito omisso nessa história",
Foram! Mas desde quando não foram?... O axé brilha de forma louca nesta época do ano aqui na Bahia. Axé, pagode, semba, samba-reggae, arrocha... E como é música feito aqui na Bahia, nos outros estados soa tudo como axé. Saiu da Bahia, é feita no verão e para dançar... é axé, pronto e acabou. Já vi isso acontecer muitas vezes. Então mesmo que o axé não seja hoje a música que mais traduz meu estado, é ela quem está na cabeça de quase todo brasileiro no quesito música produzida por aqui. Com toda essa repercussão musical da alegria, da vontade de beijar na boca, do amor, da paz sem limites mesmo com o empurra/empurra, os artistas que cantam/promovem o movimento da axé music estão também no centro da roda. E no quesito política a maioria sempre deixou a desejar.
Falo de política, no quesito mais amplo da palavra. Não a partidária, mas de voce enquanto cidadão ter POSICIONAMENTO. Cantor de axé na maioria das vezes sabe sorrir como ninguém, mandar a galera levantar as mãos e passar energia positiva, colocar microfone pro público e mandar cantar o refrão em uma só voz... Vai perguntar a ele sobre a situação da educação no país? Sobre a violência?... Às vezes nem sabem escrever direito, como foi o caso do cantor de pagode que escreveu loucuras sobre Daniela Mercury em rede social. Formador de opinião semi analfabeto que se considera príncipe. Assim o gueto tá lenhado!!!... Os artistas de axé vivem da alegria demasiada e o máximo que conseguem promover é a paz mundial, ou dizer “Um absurdo!”, “Não isso não pode”!, “Tá tudo lindo!”.
Inúmeros foram os cantores que cancelaram os seus eventos, shows e não deram UM pronunciamento sequer sobre a greve. Os que disseram algo acabaram mostrando o quanto são omissos e egoístas. Mais ou menos assim: “Meu ensaio hoje foi cancelado! A Bahia amanhece triste com tudo isso...” Como se o ensaio dele fosse a coisa mais importante da semana... Ou, “Faz um dia lindo nesta cidade encantada!” e o povo no facebook metendo o pau na estrela, dando o choque de realidade que ela merece e o alto do prédio em que mora não a deixa ver...
Cantor de axé tem argumentos quase sempre duvidosos. Já viram as duas estrelas que atualmente sobrevivem do fenômeno da “africanidade pop”? Ela dizendo que é africana, pois sabe descer até o chão e ele falando de África parecendo um hippie dos anos 70 sem pé nem cabeça... É esse o tipo de argumento que temos. É essa a política. Felizmente nem todos os cantores são assim. A música baiana não pode ser considerada somente como AXÉ!!! Tem outros sons... Caetano dá suas opiniões, geralmente consideradas bombásticas... Posso não concordar com muita coisa que ele diz, mas ele tem suas escolhas e fala sem medo. E é admirado e considerado polêmico por isso. Também, em um mundo de estrelas inertes, uma só que fala tem que ser considerada alguma coisa por alguém...
E me faço outras perguntas... Por que um movimento que apesar de ter nascido como fenômeno popular, mas hoje é exportado para burgueses ou super ricos em sua maioria brancos, vai se preocupar com a segurança de uma terra majoritariamente negra? Por que vão protestar para que a guarda nacional fique também no subúrbio? Por que eles vão se posicionar se este publico que mais sofre está do outro lado da corda no Carnaval? POR QUE?... Não é a parcela da população nitidamente rentável, então deixa ela pra lá...
Curioso como os cantores sabem falar de Deus, é Jesus pra lá, pra cá, quando não são cristãos, é boa energia pra lá, saudação em ioruba pra cá... Mas não sabem por os pés no chão. Com certeza, acham que a vida é um eterno palco e só por cima de muita terapia pra enxergarem que nem tudo é pacifico...
Acho a opinião do senhor Carlinhos Brown muito exigente com seus colegas de trabalho. Eles foram levados, pelo próprio fenômeno que ajudaram a construir, a não se posicionarem. “Não falo de política, falo de música!”. Orebas ricos que sabem cantar, pois o mundo de “Nárnia” de cima do trio é lindo e se voce cantar e virar as cotas pro que realmente acontece... Não verá uma só briga!...
sábado, 4 de fevereiro de 2012
O MELHOR E O PIOR DE ... Zoe Saldana
O MELHOR: Star Trek. Hummmm... Eu não vou colocar aqui Avatar não, ok?... Nunca na minha vida! O filme escolhido é o novo Star Trek sem sombra de dúvidas. Sei que não é o interesse principal do filme, mas Zoe é o principal foco romantico do filme. A atriz com 33 anos, começou com um bom filme musical Sob A Luz da Fama de 2000 e não parou mais. Já trabalhou em filme com a princesinha do pop, fez um dos filmes da série Piratas do Caribe, trabalhou sob a tutela de Spillberg em O Terminal. Em todos esses filmes seus papéis não tem grande destaque na trama. Singularidade mesmo, ela encontrou em filmes de "gueto", como na comédia Ways of the Flesh de 2006. Mas eis que em 2008 ela trabalha em Ponto de Vista e logo depois faz o melhor de sua carreira, o mais chamativo, pelo menos até aquele momento: Star Trek. Não posso negar que apesar do desinteresse pela série de ficção cientifica, este novo longa me deu animo em conhecer (ou reconhecer) toda a cultura e pressão em cima destes personagens. E a atuação de Zoe é correta. Logo depois viria Avatar, do megalocenico James Cameron... Para mim nao disse a que veio e olha que vi em 3D... Mas, pensando bem... não vi Colombiana, então possa ser que... Será?...
O PIOR: Crossroads - Amigas Para Sempre... É... O filme não é ruim, mas dentro da filmografia de Zoe, que a cada dia vem crescendo, é um capítulo ao menos curioso!... Ela faz uma das amigas de Britney, tem destaque na trama, mas sabe como é, a estrela do filme era a princesa do pop querendo dar uma de atriz, seu papel estava lá para, para... Hum... Nem eu sei!
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