quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

APERTE O PLAY! Propaganda gay Doritos!

Ano passado a DORITOS foi acusada por grupos gays por vincular um comercial homofóbico. Passada a polemica em torno da propaganda, ela resolveu atacar pelo lado politicamente correto e trazer ao mercado uma propaganda com uma pegada sexualmente gay. São duas propagandas. O problema é que as propagandas estão sendo recusadas por alguns canais, por conta do alto ( e boata alto) "teor sexual". Não que seja pornô, não é isso, mas não é uma propaganda que se deva passar em todos os horários, por exemplo. Se os setores conservadores dos EUA já chiam com propagandas heterossexuais que exageram vez por outra na dose, imagina quando a tv pega fogo por conta do 'frete' entre dois homens? O povo inventa é coisa viu?! Veja abaixo uma das propagandas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

APERTE O PLAY!!!!! RITA BATISTA no BOA TARDE BAHIA 2

Olha eu sou suspeito quando falo de Rita Batista, pois eu amo esta mulher!!!! Aqui na Bahia ela já é mais que querida pelos telespectadores e vem roubando a audiencia de gente que insiste em fazer a gente almoçar com o medo, sangue e ladrões ridicularizados... Para voce, caro leitor, qeu não mora na Bahia ou não tem como pegar o sinal da Band Bahia repare como ter uma apresentara desta, em uma tv aberta para a população negra - e branca também por que nao?! - é realmente um diferencial. Neste post, ela entrevista o ator Luis Miranda com seu espetáculo 7 Conto. Para quem não mora na Bahia, irmão se adiante criatura - como diz Rita - e exija algo parecido na sua terra!!!!!!!

domingo, 23 de janeiro de 2011

FAVELA ON BLAST - FAVELA BOLADA

Sem sombra de dúvidas o funk é mais que um simples ritmo... trata-se de um movimento. Tem gente que além de dançar, trabalha nele, direta ou indiretamente, ele balança a favela, crianças, mais velhos, desenha o dia a dia da periferia no Rio de Janeiro. Dele os moradores expõem o que fica "escondido" entre quatro paredes e explodem filosofia da melhor qualidade, pois trata-se de uma poesia que retata a realidade das favelas. Funk é inspiração, funk é sexo (dos bons!!!), funk é ensinamento, funk é putaria, o funk canta o amor, a glória, a cachaça, o pai de familia que sai cinco horas da manhã pra trabalhar, o funk canta a sexta-feira, ele esculacha, brinca, revolta a violencia e faz pensar. Se isso não é um movimento me diz o que isso é pelo amor de Deus!!!!!!!
Este incrível movimento vai ser retratado de forma primorosa pelos diretores Diplo (Wesley Pentz) e Leandro HBL no documentário Favela Bolada ( Favela On Blast) que passou em inúmeros festivais pelo país e pelo mundo. O filme está disponivel em blogs, além de uma versão no you tube e vale muito a pena assitir, pois os diretores deixaram o funk exposto por aqueles que fazem funk. Pela graça do nosso senhor Deus os responsáveis pelo documentario não preferiram uma visão academica, não apelaram em nenhum momento para estudiosos de funk, pois em todo o filme a favela e os seus moradores sao retratados. Isso garante ao documentário uma vivacidade, uma paixão toda própria por um ritmo extremamente condenado e adorado ao mesmo tempo.
Passam pela película gente como Mc Duda, Mc Frank, Mc Colibri, Mister Catra, Mc Pana, Gailoa das Poposudas, Dj Wally, Biruleibe, Dj Sanny, Mc Galo, Mc Serginho, Mc Deise Tigrona, Mc Pé de Pano, Junior e Leonardo, Dj Jorginho, Mc Ju, Dj Marlboro, muitos deles desconhecidos do grande público, ou do resto do Brasil, mas nas favelas cariocas elas e eles são verdadeiros deuses. E para mostrar todo este Olímpio o filme traz fotografia primorosa, evidenciando a favela, suas vielas, becos, escadarias em grande estilo. O roteiro do documentario também não é algo comum de se ver, já que não trata o tema de forma explicadinha, quadrada, mas cresce a aprtir que seus personagens mostram o que eles querem chamar atenção.
Tudo feito sem julgamentos, mostrando as várias facetas do funk e suas histórias, são muitas e a maioria divertidas. O documentário também pontua a violencia e a visão que a favela tem do funk junto a policia e como a policia reage ao ritmo que modifica o dia-a-dia dos cariocas. O único defeito de Favela Bolada (Favela On Blast) é ficar parado enquanto os vários funks ecooam na sala... este movimento é quase impossível...

sábado, 22 de janeiro de 2011

ARIADNA... BBB 11!

Faz cinco dias que a "personagem" mais fascinante e curiosa do big brohter saiu. Ariadna foi eliminada do programa e fez com que qualquer chance de eu acompanhar o big brother fosse pras cucuias. O resto dos participantes que ficaram na casa são a personificação da obviedade. Todos - ou quase todos, pois tem gente que não tem talento nem para isso - irão colocar suas genitálias de fora endurecidas ou arregaladas em revistas e mais revistas de nu "artistico" que fazem filme das Brasileirinhas parecer coisa de criança. Tiro desta leva, ao meu ver, somente a gordinha/super gostosa Paula com sua alto estima mais que elevada em meio a tanta gente sarada e vazia de conteúdo.
Ariadna tinha uma vida completamente diferente para ser mostrada na tv. Negra, transsexual, foi prostituta, deixada de lado pelos familiares, um olhar às vezes vago às vezes triste, mas sempre desconfiado. Esse "personagem" nenhum autor da Globo e suas tramas também obvias nunca iriam construir. Por isso, ela logo logo foi para fora da casa. O público está acostumado com as tramas globais e suas bobagens batidas, não aceitam o novo, precisam de uma trama que mais parece rádio de tão quebrada que é - repare que se você tentar acompanhar a novela das seis, por exemplo, sem ver a trama (ficar em frente a tv) vai conseguir comprender a novela de tão mastigada que ela é.
Uma outra coisa... E quem disse que Ariadna não tinha orgulho de ser quem é? Nos comercias globias os flash do big brother mostravam pessoas dizendo que o mal dela é que ela tinha vergonha. O que ela tinha não era vergonha, mas insegurança! Pois está em um país que não aceita um sujeito homem homossexual, quanto mais uma trans negra que foi prostituta e não sorri por qualquer besteira.
O programa mais desinteressante da tv brasileira - não por que sempre foi chato, mas por que está totalmente descuidado - perdeu a única coisa que poderia fazer ele crescer. Mas paciencia, o público quer novela das nove com personagens caricatos e trama batida.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

E quando o racismo vem de dentro de casa?

Quando tive os meus primeiros contatos com referências que para mim hoje parecem tão comuns como Fanon, Sudbury, Abdias do Nascimento, Ari Lima entre outros, comecei a me relacionar com um novo mundo negro. Neste mundo eu me olhava no espelho e sentia orgulho de mim mesmo. Olhava para meu cabelo e reparava que o que antes achava feio agora belo era arquitetado na minha cabeça. Por dentro, as mudanças também continuavam, sorria mais, passei a não dar valor aos meus medos, descobri dentro de mim um curioso que há tempos havia perdido, pois o mundo que vivia era chato demais... Além de achar meu cabelo, minha pele, meu nariz, belos, de descobrir minha cultura, eu por dentro hoje sou outro, devido aos autores que descobri e por algumas pessoas que encontrei pelo caminho.
Esses encontros, além de servirem como reformulação do meu ser, possibilitaram também me defender do mundo e de sua opressão. Não estou querendo pronunciar o meu papel de vitima na sociedade, mas sei que o racismo formulado/inventado por brancos séculos atrás – e ainda usado por estes no século atual – tem força hoje e sua extinção é um trabalho de anos e de complicado aparato. Todo negro precisa se defender contra o racismo! Conhecer a si mesmo é o primeiro caminho. Não adianta querer fazer revolução lá fora se dentro de casa está tudo virado de cabeça pra baixo. O racismo não só tira seu emprego. O racismo enlouquece, humilha, ridiculariza, afasta voce de si mesmo... É uma invenção poderosa, inteligente e que todos nós negros precisamos ganhar algum tempo do nosso dia-a-dia aprendendo a nos defender.
E com o tempo e a experiência acabamos ganhando esta auto confiança e informações valiosíssimas contra o racismo. Ficamos fortes, com orgulho maior que nosso cabelo, ele agora cresce sem problemas e dentro de uma auto estima consciente. O mundo pode vir quente, a gente não se importa. Aos poucos, nos preparamos para saber onde meter o nosso pé, com quem andar, o que falar na hora em que ouvir certos tipos de absurdo. O racismo não vai deixar de existir por que voce está preparado, ele vem bem mais forte que voce pensa, mas as armas estão perto, as referências estão aí, para que você as use e se defenda.
Mas isso é com o mundo! E o outro mundo? O de dentro de casa? Quando o racismo te atinge dentro de casa? Com seus irmãos, seu pai, sua mãe, seus primos, tias, enfim sua família? O que você faz? Carrega a metralhadora e sai atirando para todos os lados com os argumentos intensos para os de fora, que são estranhos, estão presente em congressos, onde você disputa retórica, ou processa por discriminação? O povo de casa é tratado por você como o povo da rua?
Comigo não. Para mim o caso dentro de casa é extremamente diferente. Primeiro que não estou lhe dando com um estranho, é alguém que cuidou de mim, que me dá carinho, que briga comigo pelo meu bem e que tem a seu favor todo arcabouço da cultura “familiar” construída em torno de séculos e séculos ao seu lado. “Respeite seu pai!” ou “Com família a gente não faz assim desse jeito...”. Não é militância, é dentro de casa. Não é seu colega racista no trabalho, é seu irmão com signos racistas contra você. E ai, vai sair metendo a porra em todo mundo?...
Venho de uma família negra, com suas várias tonalidades de peles escuras, mas com alma ferozmente colonizada. Aliás, ferozmente só não. Como o racismo aprende subterfúgios para existir plenamente, acaba sendo “evidenciado” através de brincadeiras, sorrisos, no meio daquele churrasco de Domingo familiar. E é um tal de rir do seu cabelo, de abrir debate no meio do almoço sobre o crescimento do cabelo de fulano e beltrano, de chamar filho de macaco, ou de “vermelhinho cor de formiga”, de brincar com o nariz do outro, de não aceitar o namorado da irmã que é mais escuro que ela. Muita dessas coisas aconteceram na minha família e pode acontecer/aconteceu na sua e na de muitos outros negros...
O racismo para mim é inteligente por conta deste ponto; ele não precisa do outro para ser efetivado! Ele não precisa do branco, nós mesmos aprendemos com os valores coloniais, anos e anos atrás, a nos violentar e passar isso de geração em geração. Até chegar na sala de jantar de sua casa com sua tia dando um valor danado ao namorado branco que sua irmã arranjou, falando dos olhos deles, do porte, da beleza e distinguindo, de forma peculiar, a sua namorada com aquele cabelo diferente... “Por que ela não corta? Ela é tão bonita!...”
Neste ponto não adianta. As referencias que voce leu, releu, na hora não servem para nada. Por que o nervoso ataca. Como compreender que as pessoas que vivem contigo e te amam acabam dizendo frases do tipo “Voce agora só fala de negro” te transformando em um chato ininterrupto, ou “Tá na moda usar essa desgraça desse cabelo assim dessa forma né?”, “Vem macaco comer!”... E por aí vai. Nós negros aprendemos a nos estraçalhar e fazer isso vez por outra na esportiva... Com brilho nos olhos... A violência entra como um vampiro na sua casa e logo lá onde você pode se recuperar das atrocidades do mundo externo, voce é violentado também.
É preciso muita paciência! MUITA PACIENCIA! Pois este contato, das festas, da alegria, da reunião, do amor, que é próprio da cultura negra, de dar valor extremo ao coletivo, pode estar em jogo nestas horas. Toda família negra faz práticas que são próprias da cultura herdada dos valores africanos. Muitas e muitas vezes faz isso sem a mínima consciência, sem conhecimento de onde aquele gesto vem etc. O valor tão preciso e único de conhecer a si mesmo, que chamei atenção lá em cima, aqui faz uma diferença enorme. Como um tio seu que acha o cabelo dele ruim, horrível, - por que aprendeu isso – pode achar bonito o seu cabelo? Como ele vai compreender, ele não é neto de escravo e sim de negros escravizados? Como?
Conheço um monte de amigos meus que hoje não tem mais paciência com a família. Quando o assunto é racismo atam as mãos, pois cansaram. Cada um faz o que quiser da própria vida. Aqui em casa consegui ter um papo com os meus e aprendi que não era só eu que tinha a ensinar, pois com a abertura do diálogo eles me ensinaram muito. O movimento negro na minha vida não esteve fora de casa, o Movimento Negro pra mim é a MINHA casa! Sei que com as pessoas mais velhas é bem mais difícil este tipo de coisa. Elas já tem opinião formada, estão em um estágio da vida que querem aproveitar das conclusões que tiram e não muito de reformular conceitos. Outra coisa é que o racismo às vezes entra e nunca mais sai, infelizmente, da cabeça de um ser negro. Acorde, viu?! É uma realidade! Alguns são tão bons alunos que chegam a defender certos tipos de práticas que são intrínsecas e o racismo “institucionalizado”, aquele que bate na cara sem perdão, faz ele emudecer.
Concordo em gênero numero e grau quando Bell Hooks em um de seus textos diz para que nós negros nos amarmos. O amor é a base fundamental de tudo nesta vida. E por conta dessa falta de amor próprio, de referências sobre si mesmo, desse nosso eu que a nós foi tanto negado e escondido, estamos nos exterminando e só duramos gerações e gerações, pois somos teimosos! Viver para rancar a brancura colonialista que existe dentro de nós. A família, em um ceio negro, é a base de toda a força. Não estou dizendo aqui que nas famílias de outras raças e culturas não exista esta força, mas falo dos meus, pois os meus eu conheço muito bem. Os livros na nossa cultura falam sobre agrupamento sempre, o candomblé é uma família (irmã de santo, mãe de santo... lembra?), as músicas remetem reuniões familiares, os nossos amigos são nossos irmãos. Tenho certeza que aprendemos por conta do processo de colonização racista (redundante não???? rsrs) a nos violentar, mas ao mesmo tempo a aproveitar nossa força para sermos uma nova família. É só lembrar da historia do Brasil onde famílias negras inteiras eram separadas. Um irmão ia pra o sul da Bahia, a mãe fica em Salvador, seu marido no recôncavo e sua filha ia parar no Rio de Janeiro talvez... Mas os negros escravizados acabaram por se reformular e ver que também poderiam se proteger, se familiarizar, e se juntaram formando novos ceios familiares... Acho que pode ser daí também que vem essa coisa da gente se agrupar de forma tão fácil com povos negros de outra parte do mundo, de gente preta do Rio grande do Sul se dar bem com a gente, de conhecer a negona que mora no Maranhão e veio passar férias em Salvador e tratá-la como irmã. A pele negra compartilha caro leitor. Sempre!

domingo, 16 de janeiro de 2011

Aperte o Play!!! E de novo e de novo...Perle Lama - Cours De Danse Zouk

Você que acompanha o PELÍCULA NEGRA já reparou que dentre outras coisas eu AMO zouk! Posto e muito canções/clips do ritmo afro caribenho. Como é bom curtir a música sabendo dançar, achei um videozinho onde nada mais nada menos que Perle Lama - diva da zouk music - ensina, em frances, como se dança o negócio de forma certa. O vídeo é rapido e ela dá os passos básicos. Também não se preocupe se não sabe frances, eu também não sei e dá para enteder mais ou menos o que ela ensina. Siga o passo da diva, arranje um belo par para praticar, inventar outros passos e dance sem parar. Garanto, o zouk tem poderes que a gente desconhece...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Seriado JÁ É!

A televisão aberta do Brasil é burra! Disso todo mundo já sabe. A tv aberta no Brasil é racista, isso também não é novidade para ninguém. E quando o espectador quer ver algo de qualidade, que represente ele de alguma forma, vai para... A tv a cabo e os programas gringos? Nem todo mundo tem dinheiro, não é mesmo?! Mas a solução mais barata pode estar as suas mãos através da lan house mais perto. Quer ver uma história com protagonistas negros sem a "pegada gueto" que a Rede Globo explorou nos últimos anos? Vai pra net. O seriado Já é! é um sonho do diretor Wlliam Lemos e conta a história de três personagens - Leopoldo Mello é um executivo de sucesso; Pedro Avaraz, um produtor musical à procura de uma estrela; Bianca de Andrade, uma empresária de moda à beira da falência. Esses personagens são na verdade amigos que se reencontram dez anos depois do término de faculdade. Em entrevista a revista Raça Brasil deste mês o diretor entregou o seguinte depoimento: "No seriado, paralelo à história, vamos inserir personagens e situações que mostram o negro por outro ângulo, sem estereótipos, como o médico bem-sucedido, o músico clássico, o professor universitário, o chef de cozinha internacional. Vamos mostrar para a sociedade que estamos em todas as áreas".
Isso realmente me deixou tranquilo. Curioso o trato como somente o negro dá ao próprio negro. O outro parece sempre que estereotipa ou transforma em estereotipo nossa vida e nossa cultura. O negro faz tudo ficar comum! Existem não só marginais negros, mas existe também médicos, advogados, enfermeiros, professores, gente de sucesso, gente tendendo ao fracasso, complexidade no mundo negro além da probreza eminente que o mundo branco enxerga. Me agrada também a possibilidade de algo diferente do "modelo ó paí ó" de ser... Vi certa vez um escritor de sucesso baiano dizendo que na série da Rede Globo não tinha um negro universitário, ficava parecendo que os negros no Pelourinho (todos!) tem aquele jeitinho de resolver as coisas... aquela coisa safada que parece faz parte da raça!... E todos nós sabemos que não parece. Eu mesmo não me enxergo naquele modelo. Nada contra quem se enxerga, mas o pitoresco de vez em quando mais fasta que agrega.
Estou ancioso para ver como o diretor Lemos vai colocar essas historias na web. A seleção em outros estados também vai ser feita e os laboratório serão construídos a partir de março. A web realmente tem sido uma saída e muito boa por sinal.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O FENÔMENO KIRIKU.

Quem nunca viu Kiriku que atire a primeira pedra!!! Já assisti este desenho tantas vezes - no começo sozinho matando minha fome de referencias infantis negras, logo depois para meus alunos de todas as séries - que sei ele de cor. A animação, produzida pela França, Bélgica e Luxemburgo, dirigida pelo até então estreante Michel Ocelot, lançada no final da década de 90, foi um marco quando chegou às escolas e lares de todo Brasil.
Tudo isso, pois Kiriku não era um desenho qualquer. Poderia não ter o desenvolvimento técnico da Disney, ou a velocidade e o colorido dos filmes da Pixar, mas tinha elementos que nenhum outro desenho infantil até então explorara. O protagonista de Kiriku e a Feiticeira era um menino negro, pequenino, curioso e que não para quieto – igual a toda criança na idade dele. Mas já fazia estripulias que mostravam sua diferença e inteligência sagaz frente aos outros de sua aldeia: desde cedo falava na barriga da mãe, escolheu seu próprio nome desde que nasceu e sabia que seu destino é a liberdade, tanto que parte em busca dela para sua aldeia enfrentando a feiticeira Karabá. Kiriku também corre velozmente e consegue escapar de tudo quanto é ameaça com sua velocidade e inteligência.
A historia do filme é baseada em uma lenda da África Ocidental. Além disso, o filme em nenhum momento descamba para o chulo, ou estereotipo, ou agride a cultura africana em razão do humor fácil tipicamente hollywoodiano. Pelo contrário, até o tempo da animação é totalmente diferente dos filmes que nossas crianças estão acostumados a ver. O filme é cheio de silêncios e com passagens lentas, mas incrivelmente a animação em momento algum fica chata ou faz perder o interesse.
Kiriku e a Feiticeira teve anos depois (2005) uma continuação, lançada aqui no Brasil em pouquíssimos cinemas. Este filme, intitulado Kiriku e os Animais Selvagens na verdade trata-se de um prelúdio e é inferior ao original, apesar do apuro técnico ser incrivelmente maior ao primeiro filme. Na época, as canções do segundo filme ainda não tinham sido legendadas ou mesmo dubladas, ou seja quem não entendia o idioma perdia muito do filme, já que as músicas de Kiriku contavam a historia e não eram simplesmente um up na historia como acontece nos desenhos da Disney. Com o passar dos anos o problema foi solucionado.
Tanto Kiriku e a Feiticeira como a continuação tornaram-se febre nas escolas e projetos sociais, principalmente aquelas que seguem a lei 10.639 de forma correta. Sempre quando vejo um educador descobrindo Kiriku vejo três movimentos curiosos: o primeiro deste que cresceu sem referencias infantis negras e volta a ser criança vendo a historia do menino veloz. Depois, o professor passa para seus alunos uma animação estranha no começo – pelo protagonista, pela vilã, pelo território que passa a historia e também pela historia – mas que depois ganha o coração de todos. E o terceiro movimento, do professor tendo que repetir inúmeras vezes o filme em sala de aula, com as crianças pedido Kiriku pela qüinquagésima vez. Falo isso por experiência própria!
Engraçado que anos depois vários desenhos infantis ou não chegaram com historias e protagonistas negros. Produções como A Rainha Sol, Afro Samurai, A Princesa Sapo, As Aventuras de Azur e Asmar, Príncipes e Princesas (estes últimos do mesmo Ocelot que dirigiu os dois Kiriku), dentre outros abrangeram o cenário da cultura africana pelo mundo. Kiriku é um marco, como desenho para crianças, como animação adulta, como objeto pedagógico. Trata-se de uma animação completa.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

APERTE O PLAY!!!! Princess Lover "Mon Soleil 2007"

Princess Lover : Ela é maravilhosa, faz muito sucesso na Europa e é uma das cantoras de zouk da "velha" geração que está em corrente atividade. Mon Soleil é um dos seus grandes sucessos, tanto que possui outras versões - até um outro clip tem. A letra é linda. Fala sobre entrega a um amor que te revira de cabeça pra baixo. "Você é meu dom. Iluminando meus dias, minhas noites. Você me supreende, você alimenta as minhas ânsias..." É, esses dias eu tô romantico! E essa música veio no momento certo para ilustrar esta minha nova fase... Ai ai viu! Curtam ai Princess Lover com sua Mon Soleil versão 2007 e dancem a vontade.

sábado, 8 de janeiro de 2011

APERTE O PLAY!!! Snap! Rhythm is a dancer.

Em uma dessas conversas de bar... Rola um papo sobre dance music dos anos 90. Entre uma lembrança e outra da adolescencia fica a dúvida na conversa... Rhythm is a dancer, hit que ficou na cabeça de todo mundo por conta da novela De Corpo e Alma e do go go boy feito pelo ator Victor Fasano no Clube das Mulheres era mesmo um hit da cantora Corona? Eu fiquei na dúvida, pois nunca ouvi Corona cantando isso. Na verdade a canção é do grupo Snap! Curta aí o som e reviva um dos símbolos da dance music.

PAREM DE FALAR MAL DA ROTINA de ELISA LUCINDA.

Qual o caminho natural das coisas? Qual? Aquele caminho feijão com arroz que tá todo mundo acostumado e que por vezes não faz a gente se surpreender, mas a gente continua mesmo assim? Qual a transformação natural de um texto? Que vire peça, vire filme, que seja declamado... Ou uma peça que vira filme e que o roteiro vira “livro” de tanto sucesso que o filme fez. Ou um livro que vira peça e depois vira filme. Esse geralmente é o lugar natural da arte que nos cerca. Só que neste Parem de Falar Mal da Rotina o caso aconteceu diferente. O espetáculo teatral virou livro! Não um livro na forma de texto de teatro, mas um livro mais ou menos em prosa, mas ao mesmo tempo uma prosa não tão prosaica, com um que de teatralidade, um misto de professora, amiga, atriz, dona da história e poeta.
Aplaudido de pé por 1 milhão de pessoas, o espetáculo simples, com mais de duas horas de duração, virou um livro para ser lido várias e várias vezes. O espetáculo mudava a cada sessão por conta do seu maravilhoso tema: a rotina! Só mesmo uma poeta para nos fazer enxergar que a rotina pode nos oeferecer vários ensinamentos e nós desatentos é que não enxergamos. Elisa mostra que a rotina sim é mutante, basta olhar direito. Parem de Falar Mal da Rotina (desde já Parem), é nada mais que um milhão de livros dentro de um só. É livro de auto ajuda, tratado sobre e contra o racismo (e outros tipos de conceitos absolutos absurdos), livro de um bom humor incrível, livro também de poemas inesquecíveis, escrita ágil, ensinamentos maravilhosos, historias curiosas e personagens inesquecíveis. Este Parem ensina, reclama, repreende, faz sorrir e refletir. É lindo enfim!
Confesso que não suporto livros de auto ajuda, mas este por não ser um dos exemplares inúteis e iguais dispostos na livraria, acaba chegando ao objetivo que os outros tidos como “auto-ajuda” não fazem, mas divulgam que sim. E eis aqui exemplo de livro feito para ser emprestado, ou presenteado e lido muitas vezes, seguidas até. Da capa a última linha escrita agradeço a Elisa Lucinda por se meter sempre na vida alheia e nos contar todos os ensinamentos que teve.
Eu que nunca fui com a cara da poesia fiquei encantado com a forma dessa poeta escrever, e se comunicar com o simples através de palavras tão rebuscadas. Sim, por que sempre vi poesia dita como discurso, poetas que mais pareciam políticos. Nunca gostei do lírico ser dito com obrigação e aos berros. Elisa ao lado de Maria Bethania me fizeram acreditar que estava certo. Peosia merece bravura não violencia! Não vou ficar aqui embromando sobre o livro. Parem é para ser comprado e nunca, eu disse NUNCA, guardado! Pois deve ser lido sempre.
Os livros escritos por mulheres geralmente me trazem esta percepção avantajada da vida. Alice Walker, Elisa Lucinda dentre outras, essas mulheres que se metem a escrever sempre me arrancam do real, me fazem transcender. Com homem só fiquei assim uma vez: CIDADE DE DEUS de Paulo Lins e pronto! E este sorriso de Elisa na capa surge como se fosse um convite. Leia-me! Novamente! E de novo e de novo! Está vendo, voce não reparou nisso da última vez que leu?! Agora empreste-me! Deixe-me na mão de um amigo por um tempo. Diga que é a cara dele e ele logo ficará curioso. Se fiz bem a você que tal fazer bem a outra pessoa?... Parem de Falar Mal da Rotina um livro do sempre! Leia e sorria.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

APERTE O PLAY!!!!! Alexandra Burke.

Amigo e leitor assíduo do blog, Leo, ontem me pergunta se eu conhecia uma tal de Alexandra Burke. Eu prontamente disse: Quem? Depois ele me explicou a história dela, participante do programa X Factor, espécie de Idolos inglês. Ele me disse que a mocinha tinha cantado junto a Beyonce no programa e era para ouvir a mulher cantando, que eu gostaria e colocaria no Película. E olha que Leo estava certo! Aliás, por onde andava meu ouvido, que nunca escutei isso antes????
Não foi a primeira vez que Alexandra tentou entrar no X Factor, em 2005 lá estava ela segura de si, mas infelizmente pelo seu não tão bom desenvolvimento foi eliminada logo na primeira fase. Mas anos depois, olha quem resurge das cinzas? Alexandra! É um talento maravilhoso, tanto que venceu a edição 2009 do programa. Realmente muito boa. Xandinha (intimo, não?!), no programa, ficou imortalizada com performaces de Toxic, On The Radio e Listen que por sinal fez dueto com Beyonce.

E uma coisa que o X Factor tem que o Idolos e todos os outros concursos de calouros não tem aqui no Brasil: incentivo a performace. Aqui o povo canta e só. Lá não. É gigantesco, até na Inglaterra que é tudo mutito discreto. Olha só uma dos números protagonizados por Alexandra no programa, Please Don't Stop The Music.

E depois de vencer o programa e tornar-se com BAD BOYS a número 1 na Inglaterra durante 3 semanas seguidas.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

IAM WORLD TOUR - BEYONCE

No começo do ano passado, um show aportou aqui na cidade de Salvador e completamente parou a cidade. I Am Tour da cantora Beyonce chegou em soteropolis para fazer história e ter presenciado aquela produção de perto foi uma das melhores experiencias da minha vida e um dos grandes momentos de 2010. Sou fã de Beyonce, acompanho o trabalho dela esperando sempre o melhor e para mim ver tudo aquilo da distancia que vi (pertinho pertinho) foi algo realmente inesquecível.
No final do mesmo ano, chega as lojas, depois de datas e datas falsas de lançamento, o dvd do show que veio para Salvador. E mais uma vez, acompanhar a carreira de Beyonce é sempre uma surpresa. Eu, não sou daquele tipo de fã que está lá no site todos os dias, que só sabe falar do seu astro preferido, que anda pra lá e pra cá com camisa. Não. Para mim por exemplo, estou pouco me lixando com a vida pessoal dela, se ela casa, descasa, fica gravida ou não, se alisa cabelo, se corta, se faz plástica... Eu acompanho o trabalho. CD, DVD, show, filme essas coisa que artista BOM faz. Fofoca? Estou nem aí.
E se tem uma coisa que Beyonce sabe fazer é trabalhar. Tenho amigos que não gostam da cantora, mas sempre admitem show woman igual a ela atualmente não tem. A mulher faz cada coisa no palco que até Deus duvida e além de estar para o público diretamente, também dá pitaco em outras partes da produção. Seu nome e seu dedo está em cada etapa do processo. Ela pode até não fazer o trabalho inteiro - o que é óbvio! - mas nada passa sem que ela dê uma opinião, até por que quem vai estar na hora dando luz ao resultado de tudo é ela.
O DVD é um misto de documentário e show - nada de supreendente, já que Madonna já tinha feito isso antes - mas é na forma de evidenciar essa mistura que o I Am Tour se destaca. Beyonce faz uso de várias formas de filmagem, a convencional digital, imagens de celular, de câmeras com alta resolução e outras nem tão boas assim. De imagens completamente ensaiadas e outras tiradas do improviso.
Outro ponto que friso é a forma como o show é passado para quem vê ele na telinha. Algumas músicas estão pelo meio, já que em algumas partes o documentario está mais evidente que o show. Nada que comprometa o resultado final, pelo contrário, deixa a experiencia de ver o dvd mais saborosa. Fora que beyonce, canta, dança, representa, voa (coisa que ela não fez no Brasil), vai para um outro palco, dança, dubla a própria voz (em dois números), faz homenagem a Michael Jackson e ao Movimento dos Direitos Civis, dança de novo, canta assustadoramente bem, se joga na platéia, cumprimenta (e pergunta o nome) de fã de perto, tudo isso com muita energia, sempre deixando claro que fazer aquilo tudo tem um preço, tem toda uma responsabilidade e que ela foi trabalhada para trabalhar assim mais parecendo uma máquina.
Parece que Beyonce deixou claro, que tudo que o público está vendo é resultado de MUITO trabalho. No show ao vivo você não tem essa impressão, por que ela não passa isso obviamente. Mas no dvd, depois ou antes de cada número tudo é explicado. Como se o mundo parasse "Olha o quanto ralei pra fazer isso!". Ou seja, o glamour é fabricado da mesma forma que o figurino e a coreografia - e ques coreografias.
Mas não fique achando que o dvd passa essa mensagem através do didatismo chato. É através da diversão ininterrupta que o show acontece e quando a última música chega, você nem sentiu que já se passaram mais de duas horas. Beyonce faz muito bem feito seu trabalho, de forma leve, bem humorada, as vezes chora (todo mundo chora) ora agradecendo a Deus pelo talento, ora triste de saudades da família e do marido. Ossos do ofício em ser diva.
Continuo fã e sem arrependimento.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MOVIMENTO EXU TRANCA RUAS 2!!!!!!!!

Bem, está só começando!... O primeiro dia de protestos contra o aumento da passagem de ônibus para R$ 2,50 foi tranquilo e simplesmente parou a região do Iguatemi em Salvador. Foram 500 estudantes que das 15:30 às 19:40 h simplemsene não deixaram nada passar. O engarafamento foi aumentando, aumentando até que a av. Bonocô, ACM, o Itaigara, a avenida Ogunjá até o Comércio parou! O tema é o assunto mais comentado no twitter em Salvador nesta segunda.A população pelo que parece está ao lado do movimento e tudo está tranquilo até demais... Vamos ver o que acontece no resto da semana com o movimento tomando força por toda Salvador... Parar uma cidade turística, na sua alta temporada, com certeza é motivo de pânico para as autoridades, já que os próprios soteropolitanos estão mostrando que sua cidade linda não é tão bonita quanto parece...

MOVIMENTO EXU TRANCA RUAS!!!!!!!!!!!!!

No ano de 2003 a cidade de Salvador foi parada por uma manifestação estudantil. O motivo? O aumento da passagem de ônibus para R$ 1,80. Lembro até hoje, era estudante ainda, eu atravessando todo o centro da cidade para chegar ao meu bairro, pois nada, eu disse NADA, passava. Bairros como o Iguatemi, a Avenida Joana Angélica ficaram completamente fechados durante horas. A cidade que sempre está em movimento contínuio parou, tudo por conta de estudantes - na sua grande maioria de escolas públicas e negros - indignados com o aumento da passagem nos coletivos.
A revolta foi manchete em vários jornais, até de cunho nacional. E no final das contas, mesmo com a tentativa do governo e de líderes sociais comprados acabarem com o movimento a meta foi alcançada, nada de aumento por um bom tempo. Mas a Prefeitura de Salvador e seu incompetente chefe criou uma estratégia que vem funcionando durante anos... A passagem aumenta sempre, só que no começo do ano, primeiros dias, já que pega todo mundo de surpresa e também os estudantes de férias.
Agora tudo parece florecer por um outro caminho. A nova tarifa de R$ 2,50 vai ser combatida hoje pelos mesmos estudantes protagonistas da Revolta do Buzu de 2003 - que de tão histórica virou conteúdo a ser estudado em algumas escolas aqui de Salvador. A revolta vem em um momento certo. Os coletivos de Salvador são uma porcaria! Conservação zero, "profissionais" mau educados, estações de transbordo que mais parecem um inferno em terra. A Lapa então é uma vergonha, com ratos (que mais parecem cachorros!) correndo pela estação, sujeira para todo canto, marginalidade cada vez maior, muitas infiltrações, iluminação nota -1, no subsolo um calor, misturado a sujeira e ao cheiro de fumaça saida dos ônibus. A Estação Pirajá e a de Mussurunga também não perdem nada para a Lapa, a única vantagem é que Mussurunga e Pirajá não ameaçam cair na sua cabeça, mas experimente pegar um tal BARRA 2 as sete da manhã na Estação Pirajá. Aquilo é a visão do inferno. Acho até que o demonio quando vê o estado de como o ônibus sai diz: "Nossa, aqui o negócio tá brabo!"
Por isso, os estudantes farão um novo protesto. E TODOS na cidade devem apoiar o movimento, pois não se trata apenas de uma luta de um grupo e seus interesses, a passagem influencia TODO MUNDO NESSA CIDADE. Ou vai querer continuar pagando R$ 5,00 de passagem? A conta no final do mês, juntando comida, luz, água, telefone, net, escolas dos filhos, fica muito cara! Não temos como impedir a tentativa do vilão em colocar a população contra a parede, mas temos como não deixar isso acontecer.

domingo, 2 de janeiro de 2011

APERTE O PLAY!!!!! Snap.-.I've Got The power

Lembra dessa música?... Se o poder é bom, eu também quero!